Renan tenta tirar o foco de Dilma, avaliam oposicionistas

Para os parlamentares, caso Dilma acate a "Agenda Brasil" proposta por Renan estará "abrindo mão do seu poder constitucional"

por Giselly Santos seg, 17/08/2015 - 12:32
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As 27 propostas apresentadas recentemente pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), a presidente Dilma Rousseff (PT) estão sendo encaradas por deputados federais pernambucanos como uma estratégia para tirar o foco da pressão popular contra o governo da petista. 

“É espuma. Uma tentativa de tirar o foco e reduzir a pressão popular que é grande fazer com que as atenções do Brasil se voltem para este tipo de discussão. O debate no Brasil hoje é crise econômica grave, por conta do estelionato político eleitoral, e a incompetência do governo Dilma”, argumentou o líder do DEM na Câmara, o deputado Mendonça Filho. 

Para o líder da oposição na Câmara, deputado Bruno Araújo (PSDB), a chamada “Agenda Brasil” é a demonstração de que “o governo Dilma acabou”. “No momento que as principais propostas macro econômicas e político-sociais do governo são decididas pelo presidente do Senado mostra que a presidente não governa mais. E, pior, ela não está abrindo mão do seu poder constitucional para qualquer referência política que o povo respeita, mas para Renan Calheiros. Isso mostra que o governo dela já chegou ao fim mesmo”, observou o tucano. 

Correligionário de Renan, o deputado Jarbas Vasconcelos pontuou a estratégia como uma possibilidade do presidente do Senado também querer sair do crivo popular. “É uma tentativa de Renan de sair do estrangulamento. São duas [Dilma e Renan] pessoas afogadas”, disparou. 

"Agenda Brasil" 

Divididas em três áreas, as propostas de Renan ao governo abordam "melhoria do ambiente de negócios", "equilíbrio fiscal" e "proteção social". Alguns dos pontos apresentados já estão em estudo pelo governo ou em análise no Legislativo.

Sem muitos detalhes, o documento sugere uma reforma da Lei de Licitações, do ICMS e do PIS/Cofins. A implantação da Instituição Fiscal Independente, aprovação da Lei de Responsabilidade das Estatais e medidas para repatriação de ativos financeiros do exterior. Além da possibilidade de cobrança diferenciada por faixa de renda para procedimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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