IPMN: 59,9% dos recifenses são a favor do impeachment

Levantamento revela, entretanto, que o motivo do processo – as pedaladas fiscais – não é associado como justificativa do impeachment

por Giselly Santos sab, 09/04/2016 - 12:00
Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo 43,7% dos entrevistados disseram que Dilma é pilantra, corrupta e ladra Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

O pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) em discussão na Câmara dos Deputados tem gerado um debate acalorado entre os brasileiros. No Recife, de acordo com um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), divulgado neste sábado (9), a maioria dos eleitores, 59,9%, é favorável a destituição do mandato da petista, enquanto 33,2% são contrários.  

A análise, encomendada pelo Portal LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio, revela, no entanto, que o motivo do processo – as pedaladas fiscais – não é associado como justificativa do impeachment. Ao indagar porque corroboram o impedimento da presidente, 43,7% dos entrevistados disseram que Dilma é pilantra, corrupta e ladra e, por isso, deve deixar o comando do país.

Além disso, 16,1% dos recifenses ouvidos pelo IPMN apontam ainda que Dilma não sabe governar, é incompetente ou péssima administradora; 7,2% justificou apontando a crise econômica; 5,7% disse que ela é mentirosa; 3,7% que não faz nada; 3,4% não presta; 2,9% afundou o Brasil; e 1,1% menciona as pedaladas fiscais.

“As pedaladas não estão presentes na mente das pessoas. Para elas, o motivo do impeachment está ligado a imagem da presidente Dilma associada a corrupção e a incompetência, ou seja, não sabe governar e está envolvida com corrupção”, observou o coordenador do IPMN e cientista político, Adriano Oliveira. “As pedaladas não são levadas em consideração pelos eleitores”, acrescentou. 

Dos 33,2% que se colocaram contrários ao pedido de impeachment, 28,6% não souberam classificar o motivo pelo qual são contrários ao assunto. Já os que se posicionaram 10,6% disseram que Dilma não é culpada, é inocente ou que confiam nela; 7,8% pontuaram o processo como injusto e armação; 5,5% disse que Dilma ajuda os pobres e mantem programas sociais; 4,2% a considerou honesta e disse que ela não é corrupta; e 1,4% mencionou que o impeachment é inveja política.  

Mesmo com a maioria sendo favorável ao impeachment, os recifenses se dividem quando são questionados sobre o resultado o processo. Dos entrevistados, 46,2% acreditam que Dilma Rousseff sofrerá impeachment e 45,6% que a petista vai concluir o mandato.

Impeachment é golpe?

No discurso de aliados ao governo da presidente e adversários a palavra golpe é a mais citada quando se refere ao processo em tramitação na Câmara. Para os primeiros, o pedido é um atentado a democracia brasileira por, conforme eles, não ser corroborado em um verdadeiro crime de responsabilidade. Já os segundos negam a tentativa de uma nova intervenção, desta vez através do legislativo.

De acordo com a amostra do IPMN, 59,9% dos que residem na capital pernambucana não encaram o impeachment como golpe e 37,1% dizem que sim, a derrubada da presidente é um atentado a democracia.  Já 3% não souberam responder. 

Dados do levantamento - A pesquisa do IPMN ouviu 624 pessoas no Recife, nos dias 4 e 5 de abril. O nível de confiabilidade é de 95% e a margem de erro é de 4,0 pontos percentuais para mais ou para menos.

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