35% dos brasileiros acham que o Impeachment é a solução

A pesquisa também apontou que, embora 57% dos entrevistados sejam a favor do impeachment, 50% acreditam que a oposição está sendo oportunista

qui, 14/04/2016 - 15:31
ABr O percentual dos que acreditam que Dilma será cassada é exatamente igual aos dos que não acreditam nesta possibilidade - 44% ABr

Para a maioria dos brasileiros (58%), o impeachment não é a solução para os problemas econômicos e políticos do país. Apenas 35% acham a cassação do mandato da presidenta Dilma Rousseff resolve os problemas. É o que revela uma pesquisa do Vox Populi encomendada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT).

A pesquisa também apontou que, embora 57% dos entrevistados sejam a favor do impeachment, 50% acreditam que a oposição está sendo oportunista e se aproveitando do desgaste do governo para tirar Dilma do poder, sem pensar que isso pode aumentar as dificuldades do Brasil.

Também chama atenção o  alto índice de reprovação ao vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), onde 61% dos entrevistados avaliam Temer negativamente e, para 49% dos entrevistados, o processo de impeachment que está tramitando no Congresso Nacional é vingança do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados.

Já o ex-presidente Lula continua sendo avaliado como o melhor presidente que o Brasil já teve. Essa é a avaliação de 45% dos entrevistados. Em fevereiro esse índice de 40% e em dezembro de 2015, de 44%. O segundo colocado é Fernando Henrique Cardoso, com 15%.

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Oportunismo da oposição

Metade da sociedade, exatos 50%, contra 45% registrado em dezembro de 2015, acredita que a oposição está sendo oportunista, se aproveitando do desgaste do governo com a crise econômica para tirar Dilma do poder. Já 41%, contra 39% de dezembro, acham que a oposição está apenas fazendo seu papel e que a saída de Dilma vai ajudar o Brasil a resolver seus problemas.

Aumentou também o percentual dos que criticam o oportunismo de Aécio e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Para 57% dos brasileiros, Aécio e FHC só pensam nos seus próprios interesses quando apoiam o impeachment, pois não aceitaram a derrota eleitoral de 2014 e querem assumir o poder a qualquer custo – em dezembro o índice era de 49%. Outros 33% acham que eles estão pensando no Brasil e fazendo o que é correto – em dezembro o percentual era de 34%.

Saída de Dilma

O percentual dos que acreditam que Dilma será cassada é exatamente igual aos dos que não acreditam nesta possibilidade -  44%. Outros 12% não souberam ou não responderam a pergunta ‘Dilma sofrerá um impeachment?’. Em dezembro de 2015, 46% não acreditavam no impeachment contra 39% que acreditavam que Dilma seria cassada.

Para 50% dos brasileiros, o fato de Dilma não fazer um bom governo justifica o impeachment. Para 43% dos entrevistados, não é razão para golpe o governo ser ruim.

Para 45% dos entrevistados, a presidenta Dilma sairá fortalecida se não houver impeachment. Para 29% enfraquecida e para 20%, fica igual está agora. Os percentuais são muito parecidos com os de dezembro de 2015. Para 36%, o impeachment é anti-democrático, é um golpe. Para 52% não é um golpe.

Nordeste contra o Impeachment

O maior percentual de pessoas contra o Impeachment foi registrado no Nordeste, onde 54% são contra e 40% favoráveis. Já no Centro Oeste/Norte foi registrado o maior percentual a favor com 65% e 28% contrários. Em seguida, veem Sudeste, com 63% a favor e 32% contra; e, Sul, com 62% a favor e 33% contra.

Pesquisa - Os dados são da pesquisa feita pelo Instituto CUT/Vox Populi, que foi às ruas entre os dias 9 e 12 de abril avaliar sentimentos e opiniões dos brasileiros do campo e da cidade, a respeito do processo de impeachment contra a presidente Dilma que deve ser votado no próximo domingo, dia 17, na Câmara dos Deputados, e, se aprovado, seguir para o Senado.

Foram ouvidas 2 mil pessoas com idade superior a 16 anos, em todos os estados, exceto Roraima, e no Distrito Federal, de áreas urbanas e rurais de  118 municípios  das regiões Centro Oeste/Norte, Nordeste, Sudeste e Sul.

Com informações da CUT

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