Deputados pontuam existência de ‘Operação Salva Cunha’

Luciana Santos disse que a postura “é resultado de um acordo espúrio” entre Eduardo Cunha e Michel Temer; Tadeu Alencar acredita que se Cunha conseguir manter o mandato põe em ‘xeque’ a credibilidade da Casa

por Giselly Santos qui, 07/07/2016 - 15:30

A renúncia do deputado Eduardo Cunha (PMDB) ao mandato de presidente da Câmara Federal tem sido considerada uma estratégia do que os deputados têm chamado de “Operação Salva Cunha”. Para a presidente nacional do PCdoB e deputada federal Luciana Santos, a postura do peemedebista “é resultado de um acordo espúrio” firmado entre o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) e o correligionário. Sob a ótica da pernambucana, a postura “já vem tarde” e “como sempre não acontece num gesto de grandeza”. 

“O governo está numa Operação Salva Cunha tanto manobrando na CCJ quanto, agora, procurando eleger um novo presidente ligado a ele, que inviabilize sua cassação e, por sua vez, o Temer não fique a mercê do homem bomba que ele é. O acordo espúrio fica quite. Ele conduziu o processo de impeachment e agora Temer vai evitar a cassação”, ponderou. 

Para o deputado Henrique Fontana (PT-RS) Temer e Cunha “são sócios”. “Eduardo Cunha entra para a história como o mais corrupto e o pior presidente que o parlamento brasileiro já teve, mas ele continua jogando, e muito forte, na política nacional. Esta renuncia é um acordo feito com Michel Temer para melhorara as condições do governo e preservar o mandato dele de deputado. Temer e Cunha são sócios. A renúncia de hoje é o acordo que eles fizeram para proteger Cunha no futuro [na Lava Jato]”, cravou o petista.

Na análise do vice-líder do PSB na Câmara, o deputado Tadeu Alencar, caso Cunha consiga manter o mandato põe em ‘xeque’ a credibilidade da Casa. “Não tenho duvidas que os motivos que ele alega são falsos. Ele tenta uma manobra [para manter o mandato] e isso não vai acontecer. Promove uma manobra quando a credibilidade dele já era. Acho muito difícil um deputado ter coragem de dizer que vai evitar a cassação dele”, considerou. 

Renúncia e o impeachment de Dilma

Luciana Santos disse acreditar também que as ações culminam o “plano de golpe” contra a presidente afastada Dilma Rousseff (PT). De acordo com ela, o nome defendido por Eduardo Cunha é o deputado Rogério Rosso (DEM) que, inclusive, presidiu os trabalhos da Comissão Especial do Impeachment na Casa. 

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