João Paulo abre campanha com caminhada no Recife

Com uma militância ainda tímida, algumas bandeiras e adesivos do PT, o candidato foi bem recepcionado pelos comerciantes que reclamavam de "perseguição" da atual gestão

por Giselly Santos ter, 16/08/2016 - 15:36

Dando a largada inicial a campanha eleitoral desde ano, a coligação "Recife pela Democracia" [PT, PRB, PTdoB, PTN e PTB] fez uma caminhada pelas ruas da capital pernambucana. Sob a batuta dos postulantes a prefeito e vice, João Paulo (PT) e Silvio Costa Filho (PRB), respectivamente, o grupo iniciou a concentração por volta das 9h30 no Pátio do Livramento, no bairro de São José, e seguiram pelas ruas Direita e Tobias Barreto até o camelódromo, na Avenida Guararapes. 

Com uma militância ainda tímida, algumas bandeiras e adesivos do PT, a caminhada iniciou com um atraso de quase duas horas e João Paulo não poupou críticas ao prefeito Geraldo Julio (PSB). Ele fez avaliações negativas da saúde, educação, cultura e outros setores. "Eles não escutam a população nem conhecem a nossa cidade”, salientou, logo após dizer que o Hospital da Mulher, vitrine socialista e uma das promessas de campanha de Geraldo em 2012, era uma “gaiola bonita, mas que não dá comida a passarinho".

O ex-prefeito pediu o engajamento dos seus apoiadores tanto na eleição dele quanto da chapa proporcional. “Estamos aqui pelo amor ao Recife e a nossa população que precisa resgatar a sua autonomia e importância”, ressaltou. “Vou precisar de vocês com engajamento, além de me apoiar para voltar a prefeitura e fazer com que as pessoas voltem a ter orgulho da nossa cidade. O prefeito, para executar o trabalho, tem que uma Câmara para lhe dar sustentação”, complementou.

João Paulo foi bem recepcionado por comerciantes que reclamavam de perseguição da atual gestão, como Maria Gorete, de 55 anos. “Ele sempre olhou por nós, era um tempo bom quando foi prefeito. Do jeito que está agora é zero”, disparou. "João Paulo tem que voltar com tudo para garantir o nosso pão de cada dia", corroborou a vendedora, Ana Célia. Em contrapartida, outros recifenses soltavam farpas contra o PT e mencionavam sutilmente a Lava Jato durante o percurso percorrido pelo candidato, mas ao ser procurados pela reportagem desconversaram. 

Candidatos proporcionais 

Enquanto os postulantes a majoritária não chegavam à concentração, os candidatos da chapa proporcional se dividiam em discursos curtos. Os vereadores que buscam a reeleição Jurandir Liberal (PT) e Marília Arraes (PT), além dos que pleiteiam um espaço na Casa José Mariano pela primeira vez como Rinaldo Junior (PRB) e o ex-prefeito, João da Costa (PT) foram alguns dos que pediram votos e dispararam contra a gestão de Geraldo Julio (PSB).

Na disputa pela primeira eleição como filiada ao PT, Marília disse que "o Recife real é totalmente diferente das propagandas mostradas pela prefeitura". "Fazer oposição é fácil, não precisamos falar. O recifense vê todos os dias [o descaso]. Nenhum posto de saúde está funcionando a contento, não tem material escolar nas escolas e creches... Aqui estamos começando, hoje, dias que vão fazer a diferença. Em 2000 vimos uma campanha difícil de luta contra os poderosos. Era uma campanha muito mais difícil do que a de hoje, por isso tenho certeza que vamos eleger João Paulo e uma câmara que não é submissa, mas que ajuda ao prefeito”, cravou.

Ex-prefeito do Recife, João da Costa também adotou um discurso duro contra os socialistas. “Esta gestão tentou apagar da memória os 12 anos de gestão do PT”, disse. 

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