Líderes do PT pedem que o TRE-PE fiscalize compra de votos

Para o senador Humberto Costa (PT), a eventual realização do crime pode interferir na ida do candidato a prefeito do Recife João Paulo (PT) para o 2º turno

por Giselly Santos sex, 30/09/2016 - 10:58
Chico Peixoto/LeiaJáImegens Sem citar partidos ou coligações, de acordo com o senador, crimes efetuados nos últimos pleitos aguçaram a preocupação dos partidos Chico Peixoto/LeiaJáImegens

A dois dias do pleito municipal, o senador Humberto Costa (PT) e o presidente estadual do PT, Bruno Ribeiro, reuniram-se com o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), Antônio Carlos Alves da Silva, para pedir que o órgão fiscalize com mais rigor os crimes de compra de voto no Recife. Apesar de não apresentarem nenhuma denúncia de ação concreta, os petistas temem que a Frente Popular, que tem como candidato o prefeito Geraldo Julio (PSB), atue de forma “mascarada” para subornar o eleitor.  

Sem citar partidos ou coligações, de acordo com o senador, crimes efetuados nos últimos pleitos aguçaram a preocupação dos partidos que compõem a coligação “Recife pela Democracia”, liderada pelo postulante João Paulo (PT). “Já é de muito tempo comentado na cidade a questão de que a compra de votos no dia anterior e no dia da eleição é algo muito forte. Uma compra de votos mascarada pela contratação de fiscais e de boca de urna”, alertou em conversa com o Portal LeiaJá após a reunião na sede do TRE. “Dissemos a ele que, embora não aja nenhuma denúncia formal, neste momento, este é um fato sobejamente conhecido e gostaríamos de saber quais as iniciativas que serão tomadas pelo tribunal no sentido de coibir esta prática”, acrescentou Humberto. 

O presidente do Tribunal, segundo o senador, disse que o aplicativo Pardal está disponível para receber qualquer denúncia de irregularidade e um convênio feito pela Ordem dos Advogados do Brasil seccional Pernambuco (OAB-PE) e o Ministério Público (MPPE) também tem pessoas direcionadas para fiscalizar “disfarçadamente” o crime de compra de votos. “Ele colocou que isso só poderia funcionar se houvesse da sociedade uma participação também”, resumiu o petista. 

Apesar de ter recebido os petistas, além do advogado da coligação Luis Gallindo, o desembargador Antônio Carlos não quis falar com a imprensa. Às vésperas do pleito e recebendo aliados de um dos candidatos mais bem pontuados nas pesquisas de intenções de voto na capital, ele disse, por meio da assessoria de imprensa, que no momento preferia a “isenção” diante do assunto. 

Eventual compra de votos pode prejudicar João Paulo

Para Humberto Costa, a perspectiva de que o crime venha a acontecer também pode interferir na concretização de um eventual segundo turno entre Geraldo e João Paulo. “A realização do 2º turno é certa, mas ela pode acontecer por uma diferença pequena de votos e, portanto, a compra de votos pode fazer a diferença”, observou. 

Analisando o único debate televisivo realizado para este pleito, na noite dessa quinta-feira (29), o petista disse acreditar que o embate deva resultar na transferência de votos do socialista para os adversários. “O que sepulta de vez, o que talvez tenha sido a estratégia do candidato-prefeito que era de tentar usar o debate como um instrumento a mais para ganhar no primeiro turno, ele ficou muito longe deste objetivo”, frisou. 

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