'Não estamos mortos', diz dirigente nacional do PT

Nesta segunda-feira (16), no Recife, o dirigente petista Rochinha declarou que o Partido dos Trabalhadores irá superar os problemas em pouco tempo

por Taciana Carvalho seg, 16/01/2017 - 18:31
Brenda Alcântara/LeiaJáImagens Rochinha também criticou o presidente Temer Brenda Alcântara/LeiaJáImagens

O dirigente petista Francisco Rocha, o Rochinha, coordenador nacional da corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB), desembarcou, no Recife, nesta segunda-feira (16), para participar da Caravana PT na Estrada, que aconteceu no Sindpd-PE. Em entrevista exclusiva ao Portal LeiaJá, ele destacou que o compromisso de 2017 é fazer uma renovação do Partido visando, também, uma maior adesão da juventude. Rochinha afirmou que não tem dúvidas de que, em um período razoável de tempo, o cenário de desgaste que o PT apresenta será superado. “Não estamos mortos, pelo contrário, arrancaram as folhas, os galhos, mas a raiz continua totalmente intacta e vibrante. Eu não tenho a menor dúvida de que, em um período razoável de tempo, superaremos esse quadro de golpe pelos traidores”, cravou. 

Rochinha, além de definir o presidente Michel Temer (PMDB) como um “traidor”, acrescentou que o peemedebista é um “fantoche” e que o seu governo é um desastre. “Ele [Temer] não teve voto e nem tem popularidade. Está se sustentando através do jogo comum das oligarquias que é se utilizar, sobretudo, de emendas parlamentares e cargos distribuídos pelo Brasil afora para ter maioria na Câmara e no Senado. Fora isso, não tem nada porque não consegue sequer fazer uma inauguração pública com medo de apanhar da população. É simplesmente um fantoche que, na verdade, está sendo conduzido pelas políticas do PSDB. Não é o PMDB que está no comando do país. No comando do país estão as políticas do PSDB. O PMDB é um partido regionalista, que não tem unidade e se transformou num verdadeiro covil de corruptos. Na verdade, já eram”, criticou. 

Sobre a possível candidatura de Lula, que poderá ser lançada no Congresso Nacional do PT, programado para ocorrer de 7 a 9 de abril, o dirigente disse que é algo “viável“ “pelo peso e a expressão popular” que o ex-presidente possui. No entanto, ressaltou que esse passo dependerá das parcerias que serão realizadas com a sociedade e com os partidos de esquerda e centro-esquerda que irão aderir ao programa do partido, em “construção”.

Ele salientou que o maior empecilho para Lula, caso venha a se candidatar, será o segundo turno. “O meu olhar não é só para o primeiro turno. Lógico que com esse percentual bem a frente dos demais porque tem uma fragmentação de outras candidaturas de direita, mas, eu não tenho a menor dúvida que em um segundo turno todos irão se unir contra nós então. Os petistas têm que fazer uma leitura correta das pesquisas. Uma coisa é o resultado do primeiro turno e uma eleição de segundo turno, que é outra eleição”. 

O coordenador também acredita que, se continuarem a procurar “acusações” contra Lula, os problemas podem aumentar. “Se realmente eles começarem a apertar o cerco demais, o Brasil pode se transformar de uma hora para a outra num país sem controle social e daí eu quero ver se eles realmente vão aguentar. Porque na verdade eles estão hoje numa situação, na Justiça e junto à população, muito pior do que nós. Mas, eu acho que nós vamos superar isso através do movimento de rua e da pressão popular porque eu acho que eles estão procurando sarna para se coçar”, disparou.

Caravana

Após participar do evento no Recife, Rochinha segue para Alagoas, Sergipe, Bahia e Espírito Santo. “A intenção é muito mais ouvir do que falar. Ver o que os petistas filiados estão pensando desse novo momento após o impeachment. Chegando em São Paulo vamos fazer um balanço política e mais condensado dessa trajetória e da grande quantidade de discussão que tivemos durante todo esse tempo”, explicou.

 

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