Comissão da Alepe aprova voto de protesto contra general
Às vésperas do julgamento do habeas corpus, Villas Bôas, comandante do Exército, se posicionou em postagens no Twitter
A Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovou, nesta quarta-feira (4), o pedido de voto de protesto contra as declarações do comandante do Exército, o general Eduardo Villas Bôas, acerca do julgamento do habeas corpus impetrado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Supremo Tribunal Federal (STF). A proposta, agora, seguirá para o Plenário da Casa.
De acordo com o presidente do colegiado, deputado Edilson Silva (PSOL), as falas do general às vésperas da votação da Corte tiveram o tom de ameaça perante à democracia. Villas Bôas disse, em publicação no Twitter, que o Exército "se mantém atento às suas missões institucionais" e repudia a impunidade.
"Foram postagens no tom de ameaça. E, as dúvidas que foram suscitadas sobre a intenção da mensagem foram dirimidas com a repercussão das falas de Villas Bôas na própria Forças Armadas. Vários generais, sargentos, e até praças retuitaram a postagem do comandante, dizendo que estavam a postos para qualquer eventualidade. Diante disso, entendemos que a nossa comissão, que é de Cidadania e Direitos Humanos, precisa se posicionar formalmente a esse fato grave", afirmou o psolista, que também é autor do voto de protesto.
O pedido foi aprovado por unanimidade na reunião do colegiado desta quarta. Votaram a favor do pedido as deputadas Socorro Pimentel (PSL), Laura Gomes (PSB) e Terezinha Nunes (PSDB). A previsão é que matéria seja colocada em pauta na próxima semana.