'É a pior punição', diz Dilma sobre ‘isolamento’ de Lula

Durante palestra na Califórnia, a ex-presidente defendeu a liberdade do seu padrinho político e disse que ninguém, além de Lula, tem condições de levar o Brasil a se reencontrar

por Giselly Santos sex, 20/04/2018 - 09:35
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo Dilma afirmou que Lula está em uma solitária Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou, em palestra feita na Universidade Estadual de San Diego, na Califórnia (EUA), que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde o último dia 7, está sendo submetido a “condições desumanas” na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba (PR). Sob a ótica de Dilma, o fato de Lula estar em sozinho em uma sala especial configura “um isolamento” e, para ela, “está é a pior punição" possível para o ser humano.

“Colocaram o Lula numa solitária. Eu tenho experiência de três anos de prisão durante a ditadura militar, e posso dizer que, passada a fase de interrogatório, quando sofríamos torturas brutais, éramos levados para o presídio, e o máximo sofrimento a que nos submetiam era a solitária. É a pior punição, quando não há tortura física”, declarou a ex-presidente que está em viagem pelos Estados Unidos. 

A ex-presidente ponderou também acreditar que quem “usa a solitária como forma de tortura faz isto porque sabe que as pessoas precisam umas das outras”. “Esta situação é o absoluto mal estar de civilização, pois eles colocaram o Lula numa solitária. Lula é um homem forte, mas ele está sendo submetido a condições desumanas de prisão”.

Durante a palestra na Califórnia, Dilma Rousseff também pediu apoio à luta pela libertação do líder-mor petista. Para ela, ninguém, além de Lula, tem condições de levar o Brasil a se reencontrar.

“Lula é o maior líder político brasileiro, é o homem que reduziu a desigualdade no Brasil. Ele traduz a possibilidade de o Brasil se encontrar consigo mesmo. Um país como o Brasil não pode viver esta intolerância, esta absurda divisão e este ódio. Lula tem condições de, a partir de uma eleição livre, ganhando ou não, ajudar o Brasil a se reencontrar”, argumentou. 

“Ganhando, construirá pontes; perdendo, respeitará o resultado, jamais adotará uma atitude golpista, tentando mudar o resultado do jogo depois do placar ser anunciado, que foi o que fizeram comigo”, complementou.

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