Temer discorda que origem de Barbosa o ajude ser eleito

“Não concordo com o fato dele ser presidente porque é negro, nem porque foi pobre. Pobre eu também fui", argumentou o emedebista, em entrevista ao Poder em Foco, do SBT, na noite desse domingo (6)

por Giselly Santos seg, 07/05/2018 - 09:25
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo Temer discordou das qualidades que vem sendo apontadas como essenciais para alavancar o nome de Joaquim Barbosa Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

O presidente Michel Temer (MDB) fez ponderações sobre a expectativa diante da candidatura do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa (PSB), à Presidência da República. Em entrevista ao programa Poder em Foco, do SBT, na noite desse domingo (6), o emedebista disse que o juiz aposentado é um "sujeito moderado e sensato", contudo discordou que o fato dele ser negro ou de origem humilde deva ajudar a alavancar o nome do pessebista na disputa, como vem sendo especulado no meio político. 

“Não concordo com o fato dele ser presidente porque é negro, nem porque foi pobre. Pobre eu também fui. Tive uma infância, parece que não, mas eu andava 6 km para ir e voltar da escola. O Lula foi pobre. Não é esta a razão que vai fazer com que alguém seja ou não presidente”, declarou Michel Temer, mesmo considerando que o ex-ministro é um nome “bem recebido”.

Para o presidente, as características humanas de Joaquim Barbosa, ou de qualquer outro candidato,  não vão gerar a confiança do eleitorado, mas sim suas propostas. “O eleitor vai dizer que confia no sujeito por ter certeza que ele vai fazer o melhor pelo país, que não vai radicalizar. A história do nós contra eles é muito prejudicial ao país. Não é possível continuar com essa raivosidade que o Brasil está vivendo. O eleitor pode olhar para o Joaquim Barbosa e dizer que ele cumpre essas funções. Sempre equilibrado, moderado e sensato”, ponderou. 

Desistência da reeleição

Temer vem se colocando como possível candidato a reeleição, mas durante a entrevista declarou que pode abdicar do pleito para unir forças diante de uma candidatura única de Centro. Segundo o emedebista, seis ou sete nomes concorrendo ao cargo apenas dificulta o projeto do segmento. 

“Se for necessário abro com maior tranquilidade, pois o que está em discussão é o país”, salientou, pouco depois de argumentar que a continuidade do modelo de governo implementado por ele deve ser o foco, inclusive com a aprovação da reforma da Previdência. 

 “Coloquei a reforma da previdência na pauta política do país. A candidatura pode ser definida até o mês de julho. Sou avesso a rótulos, extrema-direita, extrema-esquerda, centro. O que as pessoas deveriam fazer era cumprir a constituição. Vejo com certa irresponsabilidade certas coisas que são ditas por alguns candidatos, pois não são coisas responsáveis”, alertou, sem citar nomes.

Para Michel Temer “o ideal é que haja uma conjugação para a escolha um nome de centro” e isso “produziria um candidato fortalecido e uma coisa melhor para o eleitor”. Na tese de unidade das postulações em torno de um único nome, Temer não descartou apoiar, por exemplo, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). 

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