É um Dia das Mães de dor, relata mãe de Marielle Franco

Em seminário a OAB-RJ, Marinete Silva disse que 'aquilo que foi arquitetado' contra a filha 'não é humano' e 'foi covardia'

por Giselly Santos sab, 12/05/2018 - 10:07
Reprodução/Facebook/Humberto Costa Às vésperas do primeiro Dia das Mães sem a filha, Marinete ponderou como era difícil falar de Marielle Reprodução/Facebook/Humberto Costa

Mãe da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), Marinete Silva afirmou que o assassinato da da filha foi uma “covardia muito grande”. Durante uma audiência pública com a Comissão de Direitos Humanos e Cidadania do Parlamento do Mercosul, realizada pela Ordem dos Advogados do Brasil seccional do Rio de Janeiro (OAB-RJ) nessa sexta-feira (11), ela disse que não quer acreditar que a morte de Marielle tenha sido planejada por um vereador da Câmara do Rio.

"Aquilo que foi arquitetado contra a minha filha não é humano. É lamentável que naquele parlamento de homem branco, seja lá quem tenha planejado, arquitetado. Matar. Como é que Mariele tenha pago com a vida numa situação dessas? Foi uma covardia muito grande", desabafou. 

Às vésperas do primeiro Dia das Mães sem a filha e em um discurso rápido, Marinete ponderou como era difícil ainda falar da filha. 

"O dia 13 de março, véspera da morte de Marielle, foi tão marcante quanto o dia 14. Passamos horas juntas, quase não tínhamos oportunidade de conversar. Jamais imaginaria que no dia seguinte eu ia receber a notícia que ceifariam a vida da minha filha daquela maneira. Não tenho certeza de nada só que tudo isso não é humano", disse. "Levaram um pedaço da gente. Filho faz parte de nós. Não dá para mensurar que ausência é essa. É um Dia das Mães de dor", completou.

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Envolvimento de vereador

Na última quarta-feira (10), o jornal O Globo revelou que um homem que prestou serviços a uma milícia na zona oeste do Rio procurou a polícia para acusar o vereador carioca Marcello Siciliano (PHS) e o ex-policial militar Orlando Oliveira de Araújo de planejarem a execução de Marielle. 

O homem, considerado testemunha-chave do caso, disse à polícia ter visto pelo menos quatro conversas entre Siciliano e Araújo, nas quais a dupla debateu o assassinato de Marielle. O vereador negou o relato da testemunha. 

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