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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou a live desse domingo (28) para negar envolvimento com a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Segundo Bolsonaro, "o mundo caiu na cabeça" dele após o assassinato. "Então, o que eu mais quero é que o fato seja elucidado. Eu nunca tive contato com a Marielle", afirmou, declarando que circulam várias "narrativas" para vinculá-lo ao homicídio.

Outro a se posicionar sobre Marielle foi o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), que foi colega da vereadora no Rio. Os dois tinham gabinete no mesmo andar. "A minha relação com a Marielle sempre foi muito amistosa", disse. O ex-policial Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora e o motorista, fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF) e teria citado o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE) Domingos Brazão como o mandante do crime, de acordo com a investigação.

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Bolsonaro diz 8 de Janeiro é uma 'farsa' para condenar 'coitados'

Investigado pelos atos golpistas do ano passado, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que o 8 de Janeiro é uma "farsa" e contestou a afirmação que houve uma tentativa de golpe de Estado após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"É uma farsa isso. Que 8 de Janeiro é esse que leva ao sofrimento inocentes, pobres coitados? Alguns depredaram, tem que pagar, como no próprio dia 8 dei uma tuitada, lamentei ocorrido", afirmou o ex-presidente na transmissão.

Bolsonaro foi apontado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro no Congresso como um dos mentores dos atos, sendo o primeiro indiciado pelo colegiado. Na Procuradoria-Geral da República (PGR), ele não foi denunciado, mas é citado nas investigações.

"Golpe de Estado sem um tiro? Sem um fuzil? E cadê as inteligências, falam tanto da inteligência, que não levantaram isso?", questionou Bolsonaro na live.

Bolsonaro nega envolvimento com morte de Marielle Franco

O ex-presidente Jair Bolsonaro usou a live para negar envolvimento com a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Segundo Bolsonaro, "o mundo caiu na cabeça" dele após o assassinato. "Então, o que eu mais quero é que o fato seja elucidado. Eu nunca tive contato com a Marielle", afirmou, declarando que circulam várias "narrativas" para vinculá-lo ao homicídio.

Outro a se posicionar sobre Marielle foi o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), que foi colega da vereadora no Rio. Os dois tinham gabinete no mesmo andar. "A minha relação com a Marielle sempre foi muito amistosa", disse. O ex-policial Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora e o motorista, fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF) e teria citado o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE) Domingos Brazão como o mandante do crime, de acordo com a investigação.

Bolsonaro diz 8 de Janeiro é uma 'farsa' para condenar 'coitados'

Investigado pelos atos golpistas do ano passado, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que o 8 de Janeiro é uma "farsa" e contestou a afirmação que houve uma tentativa de golpe de Estado após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"É uma farsa isso. Que 8 de Janeiro é esse que leva ao sofrimento inocentes, pobres coitados? Alguns depredaram, tem que pagar, como no próprio dia 8 dei uma tuitada, lamentei ocorrido", afirmou o ex-presidente na transmissão.

Bolsonaro foi apontado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro no Congresso como um dos mentores dos atos, sendo o primeiro indiciado pelo colegiado. Na Procuradoria-Geral da República (PGR), ele não foi denunciado, mas é citado nas investigações.

"Golpe de Estado sem um tiro? Sem um fuzil? E cadê as inteligências, falam tanto da inteligência, que não levantaram isso?", questionou Bolsonaro na live.

O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão, cotado como o nome delatado por Ronnie Lessa no Caso Marielle, se disse inocente e desafiou as polícias a encontrarem provas de que ele tenha ligação com os assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, mortos em março de 2018. O nome dele está envolvido no caso desde o ano do crime, mas a possibilidade de ele ser investigado como mandante retornou após a possível delação premiada. 

“Não tem nada mais forte que a verdade. Esse golpe foi abaixo da linha de cintura. É algo que desgasta. Fui investigado pela Polícia Civil, pela PF e pelo Ministério Público. Não acharam nada. Por que protegeriam o Domingos Brazão? Que servidor público colocaria em risco sua carreira para me proteger? Eu desafio acharem algo contra mim", disse o conselheiro em entrevista, na tarde da terça-feira (24), em seu gabinete no TCE. O trecho foi divulgado pelo site O Globo. 

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Para preservar as investigações, a Polícia Federal (PF) nega que tenha fechado um acordo com o policial reformado Ronnie Lessa, preso em 2019, por confessadamente ser o autor dos disparos que tiraram a vida da então vereadora psolista Marielle Franco e de seu motorista, Anderson. No entanto, diferentes veículos de imprensa conseguiram adiantar informações sobre o possível acordo da PF com o militar, que já estaria tramitando no STF, dependendo apenas da homologação do ministro Raul Araújo. 

A primeira informação divulgada sobre esse acordo, nesta semana, foi a de que o mandante possui foro privilegiado. Por esta razão, o acordo precisou ser encaminhado ao STJ para homologação. Entre os nomes investigados pela polícia e pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) conhecidos até agora, Brazão é o único com direito ao foro. 

Além disso, o STJ aprecia apenas as investigações envolvendo governadores, desembargadores e pessoas com cargos em tribunais, o que contemplaria Brazão, que é conselheiro de tribunal. Por fim, ele já havia sido citado na primeira e única delação confirmada do caso até agora, a de Élcio Queiroz, condutor do veículo utilizado na emboscada contra Marielle e Anderson.  

Por outro lado, Brazão nega que sequer tenha conhecido Marielle, Anderson, Élcio ou Lessa, e que acredita que o acusado pelo assassinato esteja tentando proteger alguém. “Lessa deve estar querendo proteger alguém. A polícia tem que descobrir quem. Nunca fui apresentado à Marielle, ao Anderson, nem tampouco à Lessa e ao Élcio de Queiroz. Jamais estive com eles. Não tenho meu nome envolvido com milicianos. A PF não irá participar de uma armação dessas, porque tudo que se fala numa delação tem que ser confirmado", continuou Domingos. 

Disputa latifundiária 

A PF também investiga se questões latifundiárias motivaram os assassinatos. Franco, quando atuava na Câmara do Rio, foi autora de um Projeto de Lei que regularizava terras para pessoas de baixa renda, na Zona Oeste da cidade. Já Brazão, buscava a regularização de um condomínio inteiro na região de Jacarepaguá, também na Zona Oeste, sem respeitar o critério de área de interesse social, neste caso, não se encaixando nos critérios de renda, por ser uma pessoa de classe média alta. 

O intuito era se tornar titular da propriedade e repassá-los posteriormente acima do valor da região. Nascido e criado em Jacarepaguá, Domingos Brazão possui reduto eleitoral na Zona Oeste e tem empreendimentos, junto à família, em toda a região. Ele é empresário do ramo dos postos de gasolina e o sobrenome Brazão passou a se tornar dominante na área, que é cobiçada pelas milícias vizinhas. 

 

A Polícia Federal (PF) investiga se questões latifundiárias motivaram os assassinatos de Marielle Franco, ex-vereadora do Psol no Rio, e do motorista Anderson Gomes, em 2018. A hipótese não é nova, mas ganhou mais força após a possibilidade de o mandante do crime ser revelado em uma delação do policial militar reformado Ronnie Lessa, preso, desde 2019, por participação nas mortes. Franco, quando atuava na Câmara do Rio, foi autora de um Projeto de Lei que regularizava terras para pessoas de baixa renda, na Zona Oeste da cidade, que é disputada por milícias. 

Segundo o jornal O Globo, Lessa, em sua delação, afirmou que a vítima virou alvo por defender a ocupação de terrenos por pessoas de baixa renda e que o processo fosse acompanhamento por órgãos como o Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio e o Núcleo de Terra e Habitação, da Defensoria Pública do Rio. A delação premiada tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e depende da aprovação do ministro Raul Araújo. 

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Pelo acordo tramitar no STJ, isso indica que o suposto mandante tem foro por prerrogativa de função, o conhecido foro privilegiado. Conforme tem circulado na imprensa, e segundo confirmação do The Intercept, o mandante delatado é Domingos Brazão, ex-vereador e deputado, que, por ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), tem direito ao foro.  

LeiaJá também:Saiba quem é Domingos Brazão, delatado no Caso Marielle’ 

Ainda de acordo com Lessa, Brazão buscava a regularização de um condomínio inteiro na região de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, sem respeitar o critério de área de interesse social, neste caso, não se encaixando nos critérios de renda, por ser uma pessoa de classe média alta. O intuito era se tornar titular da propriedade e repassá-los posteriormente acima do valor da região. As Áreas de Especial Interesse Social (AEIS) são regiões das cidades nas quais aplicam-se regras de uso e ocupação do solo específicas, voltadas para a democratização do acesso à terra pela população de baixa renda. 

Nascido e criado em Jacarepaguá, Domingos Brazão possui reduto eleitoral na Zona Oeste e tem empreendimentos, junto à família, em toda a região. Ele é empresário do ramo dos postos de gasolina e o sobrenome Brazão passou a se tornar dominante na área, que é cobiçada pelas milícias vizinhas.  

O PL 642 de 2017, da Câmara Municipal do Rio, assinado por Marielle Franco, previa a assistência técnica, pública e gratuita para habitações de interesse social às famílias de baixa renda. Por meio desta lei, o município poderia prestar assistência para elaboração de projeto, construção, reforma, ampliação e regularização fundiária de habitação de interesse social às famílias com renda mensal de até três salários-mínimos 

 

A Polícia Federal (PF) informou, em nota divulgada na noite dessa terça-feira (23), que, até o momento, ocorreu apenas uma delação premiada nas investigações do caso envolvendo o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

“A Polícia Federal informa que está conduzindo há cerca de onze meses as investigações referentes aos homicídios da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes. Ao longo desse período, a Polícia Federal trabalhou em parceria com outros órgãos, notadamente o Ministério Público, com critérios técnicos e o necessário sigilo das diligências realizadas. Até o momento, ocorreu uma única delação na apuração do caso, devidamente homologada pelo Poder Judiciário”

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A delação citada na nota é a do ex-policial militar Élcio de Queiroz, que dirigia o carro usado no crime. Os detalhes dessa delação foram a público em julho do ano passado e é a única confirmada pela PF até o momento.

A manifestação da PF ocorre após publicações, por veículos da imprensa, que afirmam que o ex-policial militar Ronnie Lessa teria aceito acordo de delação premiada com a Polícia Federal e fornecido informações que apontam o mandante do crime.

A suposta novidade no caso provocou manifestações da irmã de Marielle, a ministra da Igualdade Racial Anielle Franco. “Recebi as últimas notícias relacionadas ao caso Marielle e Anderson e reafirmo o que dizemos desde que a tiraram de nós: não descansaremos enquanto não houver justiça”.

A PF, no entanto, não confirma as informações envolvendo Lessa e acrescentou que elas podem comprometer as investigações.

“As investigações seguem em sigilo, sem data prevista para seu encerramento. A divulgação e repercussão de informações que não condizem com a realidade comprometem o trabalho investigativo e expõem cidadãos”.

Papel da imprensa

A viúva de Marielle, a vereadora Mônica Benício, também se manifestou sobre os recentes capítulos envolvendo o crime. Ela criticou a atuação de alguns veículos de imprensa e jornalistas, que disse estarem mais preocupados com likes [curtidas]. “Matérias clickbait [caça-cliques] começam a surgir de forma irresponsável, com os familiares, com as investigações e a elucidação do caso e com o papel democrático que a imprensa deve ter”.

Mesmo assim, ela exalta que a “imprensa teve e terá um papel de suma importância no andamento das investigações, na elucidação e na penalização dos envolvidos, executores e mandantes.”

 

O nome do conselheiro Domingos Brazão, do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), é um dos mais pesquisados nos mecanismos de busca do Brasil, nesta terça-feira (23). Isso acontece após ele voltar a ser diretamente citado no Caso Marielle como o possível mandante dos assassinatos de Franco, então vereadora pelo Psol, e seu motorista, Anderson Gomes, mortos em 2018. Acredita-se que ele será o nome apontado na delação do militar reformado Ronnie Lessa, mas Brazão também já foi apontado como mandante em uma outra delação do caso, assinada pelo ex-PM Élcio Queiroz. 

Mas, afinal, quem é Domingos Brazão e por que há associação do conselheiro ao crime? Entenda a trajetória política do possível envolvido, suas polêmicas, investigações em seu desfavor e as conexões políticas no Rio de Janeiro, o que inclui Jair Bolsonaro (PL). 

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Quem é Domingos Brazão 

Domingos Inácio Brazão, de 58 anos, é um empresário do ramo dos postos de gasolina e político carioca filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Ele tem cerca de 25 anos na política e já foi vereador da cidade do Rio, deputado estadual por cinco mandatos consecutivos (1999-2015) e, atualmente, é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). Seus mandatos são marcados por polêmicas, corrupção e afastamentos.  

Em 2011, o político chegou a ter o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) por suposta compra de votos por meio de uma ONG da qual participava. Ele manteve o mandato através de uma liminar na Justiça. Antes, em 2004, uma gravação indicara envolvimento de Brazão e do ex-deputado Alessandro Calazans com a máfia dos combustíveis, área na qual ele possui empreendimento. O caso envolvia licenças ambientais da Feema para funcionamento de postos de gasolina. 

Afastamento do TCE 

Eleito ao cargo em 2015, o ex-deputado foi afastado do TCE em 2017, quando ele e outros quatro conselheiros chegaram a ser presos temporariamente como parte da Operação Quinto do Ouro, um dos desdobramentos da Operação Lava-Jato no Rio. A investigação apurava suspeitas de fraude e corrupção no tribunal e citou uma mesada de R$ 70 mil, paga individualmente aos cinco, pela Federação das empresas de transporte de passageiros do Estado do Rio (Fetranspor). O patrimônio do conselheiro cresceu 27% entre 2014 e 2016, período que abrange sua saída da Alerj e entrada no TCE-RJ.

Homenagem a Marielle Franco, no Congresso. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Relação com o Caso Marielle 

Em 2018, o ex-policial militar Rodrigo Jorge Ferreira, o “PM Ferreirinha”, mentiu em depoimento à Polícia Civil, no intuito de obstruir as investigações do Caso Marielle. À época, ele, que possui envolvimento com a milícia e era matador de aluguel, acusou o então vereador Marcello Siciliano (PHS) e o miliciano Orlando Curicica como sendo os mandantes do crime. Durante a investigação, a PF concluiu que Ferreirinha e sua advogada, Camila Nogueira, faziam parte de organização criminosa cujo objetivo era atrapalhar as investigações sobre a morte da vereadora. 

A partir disso é que Domingos Brazão passou a ter envolvimento no caso. Ele se tornou suspeito de ter utilizado um policial federal aposentado, que era funcionário de seu gabinete no TCE-RJ, para levar Ferreirinha ao falso testemunho. O intuito era prejudicar o vereador Siciliano, que entrou na disputa pelo comando da Zona Oeste da cidade, sob domínio da família Brazão. Nascido e criado em Jacarepaguá, Brazão tem na região o seu reduto eleitoral. Domingos também teria, segundo a investigação, vínculo com o Escritório do Crime, envolvido nas mortes. 

Em 2018, o jornal O Globo mostrou que tanto o grupo de Brazão quanto o de Siciliano apresentaram projetos de lei que poderiam favorecer a expansão de construções irregulares na Zona Oeste. Marielle vinha atuando em projetos de regularização fundiária na área, o que poderia estar incomodando o grupo. 

Desavenças com Freixo 

Segundo a reportagem do The Intercept nesta terça-feira (23), a principal hipótese para que Domingos Brazão ordenasse o atentado contra Marielle e Anderson seria uma vingança política contra Marcelo Freixo (PT, à época, no Psol), com quem Marielle trabalhou por 10 anos. Quando Domingos e Freixo estavam no Legislativo do Rio, eles protagonizaram embates relacionados à CPI das Milícias, presidida por Freixo e na qual Brazão foi citado, em 2018. 

Marcelo Freixo teve também papel fundamental na Operação Cadeia Velha, deflagrada pela PF em novembro de 2017, cinco meses antes do assassinato da vereadora. Com ela, os deputados estaduais Paulo Melo, Edson Albertassi e Jorge Picciani (morto em maio de 2021), do MDB, foram presos. Essa foi a investigação que posteriormente culminou no afastamento de Brazão do TCE-RJ. 

Relação com Bolsonaro 

João Vitor Moraes Brazão e Dalila Maria de Moraes Brazão, filho e esposa do deputado federal Chiquinho Brazão (Avante-RJ), irmão de Domingos, receberam, em julho de 2019, passaportes diplomáticos concedidos pelo Itamaraty sob o Governo Bolsonaro. Os integrantes da família Brazão estavam na lista com os 1.694 passaportes diplomáticos emitidos pela gestão de Jair. 

Entenda as delações  

Em julho de 2023, o ex-policial militar Élcio Queiroz fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal, homologado pela Justiça. Ele confessou ser o condutor do veículo utilizado na emboscada contra Marielle e Anderson. À época da delação, ele citou o comparsa Ronnie Lessa e detalhou o plano de fuga após os assassinatos. Já o policial militar reformado Ronnie Lessa, preso acusado de ser o autor dos disparos que mataram a psolista e o motorista, pode estar perto de ter seu acordo de delação premiada homologado. 

Conforme divulgado pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, no último domingo (21), Lessa já fechou o acordo de delação com a PF. O mesmo jornal divulgou, nesta terça-feira (23), que o mandante do crime, conforme a delação de Lessa, teria foro privilegiado. Ou seja, se trata de uma autoridade em cargo público. A informação surgiu após ser confirmado que o processo está em tramitação no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o que só seria possível para autoridades. Entenda melhor a implicação do foro privilegiado.  

Horas após a matéria do site, o The Intercept confirmou, com exclusividade, que o delatado pelo policial reformado é, sim, o conselheiro Domingos Brazão. Caso a informação seja confirmada pela PF/STJ, a delação de Lessa confirmaria a de Élcio Queiroz e o Caso Marielle poderia estar próximo de um desfecho. 

 

O acordo de delação premiada do policial militar reformado Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos que mataram a ex-vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e o motorista Anderson Gomes, em 2018, está tramitando no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o que indica que o mandante do crime contra a parlamentar e seu motorista tem foro por prerrogativa de função, o conhecido foro privilegiado. As informações são do site O Globo. 

O foro por prerrogativa de função é o direito garantido (artigos 53 e 102 da Constituição Federal) a algumas autoridades que ocupam cargos públicos de não serem julgadas perante a primeira instância pelos seus crimes, sejam de responsabilidade ou crimes comuns do Código Penal Brasileiro. O intuito do foro é proteger cargos específicos para evitar decisões enviesadas, assim, considerando que órgãos superiores independentes podem acompanhar as investigações com maior imparcialidade.  

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No caso da delação de Lessa, o fato dela precisar tramitar no STJ para ser homologada, indica que uma autoridade deve ser o mandante; este procedimento não aconteceria com pessoas comuns. Órgãos diferentes julgam autoridades diferentes: o STJ, por sua vez, está apto a apreciar investigações envolvendo governadores, desembargadores dos tribunais de Justiça, integrantes dos tribunais de Contas estaduais e municipais, dos tribunais regionais (como TRF, TRT e TRE), e do Ministério Público.  

O acordo do preso com a Polícia Federal (PF) foi divulgado pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, no último domingo (21). Após quase seis anos, a delação de Lessa pode dar um fim ao mistério em torno das mortes de Marielle e Anderson. Agora, a delação do policial militar reformado ainda precisa ser homologada pelo STJ. 

Primeira delação 

Antes de Lessa, a Polícia Federal já havia obtido a delação de outro ex-PM, Élcio de Queiroz, que admitiu ser o condutor do carro utilizado na emboscada que resultou na morte da vereadora. Em seu acordo, Élcio chegou a citar o nome do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Domingos Brazão como tendo envolvimento na morte de Marielle. Como ele tem foro privilegiado, há uma possibilidade de Lessa ter mencionado o nome de Brazão. A delação está na mesa do ministro Raul Araújo, do STJ. 

 

O ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, em março de 2018, no Rio de Janeiro, fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal. A informação foi publicada neste domingo (21) pelo jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo.

Ainda de acordo com a coluna, a delação ainda precisa ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Após a delação premiada de Élcio Queiroz, novas peças que desvendam o planejamento e o desdobramento dos assassinatos foram obtidas pelos investigadores. Porém, outras perguntas ainda precisam ser respondidas para solucionar o crime ocorrido há cinco anos.

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No dia 14 de março de 2018, Marielle foi morta a tiros no bairro do Estácio, na região central da capital carioca. A vereadora, que estava saindo de um evento com mulheres negras, foi morta com quatro disparos na cabeça. Anderson Gomes, motorista do carro que a transportava pela cidade, foi atingido por três projéteis nas costas e também faleceu.

Em dezembro do ano passado, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, reafirmou que a Polícia Federal (PF) esclarecerá o assassinato da vereadora carioca e do motorista Anderson Gomes. “Até onde esta fase chegará, eu realmente não sei, mas chegará ao final, qualquer que seja ele”, comentou Dino, na época.

 

 

 

 

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, reafirmou que a Polícia Federal (PF) esclarecerá o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Os dois foram mortos a tiros, em março de 2018, no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro. Passados mais de cinco anos, ainda não se sabe quem mandou matar a vereadora e a motivação do crime. 

“Não tenham dúvida, o caso Marielle será, em breve, integralmente elucidado”, disse Dino ao apresentar, nesta quinta-feira (21), um balanço preliminar das ações que o ministério realizou este ano. Embora os resultados definitivos só fiquem prontos em janeiro de 2024, Dino decidiu aproveitar a cerimônia de entrega de mais de 700 viaturas policiais para estados, pois deixará a pasta no início de janeiro para assumir o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). 

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Segundo o ministro, a investigação do caso Marielle/Anderson Gomes está em fase de finalização. “Até onde esta fase chegará, eu realmente não sei, mas chegará ao final, qualquer que seja ele”, comentou Dino, sustentando que, ao longo do tempo, a investigação acabou por desaguar em apurações paralelas, sobre outras práticas ilícitas, incluindo a recente operação realizada em parceria com a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai que resultou na prisão de um homem acusado de ser um dos maiores fornecedores de armas e drogas para organizações criminosas do Rio de Janeiro. 

“É preciso entender que a investigação do caso Marielle e o trabalho que estamos fazendo no Rio de Janeiro não são peças soltas. A operação feita no Paraguai é relativa ao crime organizado no Rio de Janeiro e em São Paulo. E ela continua [em andamento]. Tanto que, esta semana, houve um desdobramento, já envolvendo um brasileiro que trazia armas para o Rio de Janeiro, onde a operação desta semana avançou em direção a braços políticos e financeiros de organizações criminosas”, destacou Dino, sem fornecer mais detalhes. 

O ministro lembrou que, ao assumir o ministério, em janeiro deste ano, declarou que o caso seria esclarecido em breve, com a identificação dos mandantes da morte de Marielle e suas motivações. Hoje, passado quase um ano, ele garantiu que as investigações avançaram, principalmente após a PF ter aberto inquérito para investigar os assassinatos, em fevereiro deste ano. 

“Temos idêntico compromisso com todas as vidas dos brasileiros […], mas este é um caso fundamental por seu simbolismo de defesa das mulheres; das mulheres na política e, portanto, da política. Porque quem precisa de mulheres na política não são as mulheres, mas sim a política e o Brasil”, finalizou o ministro, destacando que o assassinato da vereadora é uma ocorrência simbólica e precisa ser esclarecida.  Presente à mesma cerimônia, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, reforçou que nem ele, nem o ministro têm acesso aos resultados da investigação, mas disse estar convencido de que o trabalho está perto do fim. “Estes [últimos] meses [de trabalho] nos permitiram ter o otimismo e a convicção, pela qualidade do que está sendo apurado e pelo conteúdo das provas, de que daremos a resposta que a sociedade brasileira espera. Em que momento, só a equipe da investigação dirá.”

Através de suas redes sociais, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, se solidarizou com a cantora Luciane Dom, vítima de racismo no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (14). Por meio do X (antigo Twitter), a ministra afirmou que a sua pasta “está se mobilizando para entender e acompanhar o caso”. 

“Lamento o ocorrido com a Luciane Dom no aeroporto Santos Dumont, no RJ. Infelizmente, casos como esses não são pontuais. Nosso corpo e nosso cabelo precisam ser respeitados. A equipe do Ministério da Igualdade Racial já está se mobilizando para entender e acompanhar o caso”, escreveu.

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A ministra ainda resgatou uma publicação da sua irmã Marielle Franco, assassinada em 2018, na qual ela denunciou uma situação semelhante a de Luciane. Em fevereiro de 2017, Marielle revelou aos seus seguidores que teve seu cabelo revistado no Aeroporto de Brasília. 

Constrangimento no Santos Dumont 

Luciane Dom relatou, através das suas redes sociais, que teve o cabelo revistado por uma funcionária do aeroporto, após ter passado pelo scanner corporal. “A mulher me diz: 'tenho que olhar seu cabelo'. Eu olho pra ela aterrorizada com a violência desse ato. Ela chama o superior. Meu dia acabou”. 

"Tô assim... obviamente frustrada, obviamente decepcionada. Por mais que seja algo que eu já espere, porque a gente vive numa estrutura racista, é muito ruim quando acontece, porque fere algo muito profundo da nossa dignidade", declarou nos stories do Instagram.

Em nota, a Infraero declarou que a artista foi "selecionada aleatoriamente para uma inspeção manual.", mas negou que Luciane teve o cabelo revistado.

"Após averiguação interna, foi constatado por imagens de câmeras de segurança que não houve uma inspeção nos cabelos", diz trecho do comunicado.

Uma exposição fotográfica na Câmara Municipal do Rio de Janeiro conta a história pessoal e política de Marielle Franco, vereadora do PSOL assassinada em 2018. As imagens ficarão expostas até o dia 30 de novembro. Os interessados poderão realizar a visita gratuitamente de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h.

A iniciativa é do mandato da vereadora Monica Benicio, em parceria com o Instituto Marielle Franco, entidade sem fins lucrativos. O instituto foi criado pela família de Marielle e desenvolve ações para potencializar mulheres negras, pessoas LGBTQIA+ e periféricas. O objetivo é manter vivo o legado a vereadora.

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Monica Benicio é viúva de Marielle. Em 2020, foi eleita para o mesmo cargo que foi ocupado por sua companheira. Ela é a atual líder da bancada do PSOL na Câmara Municipal.

“Essa exposição mostra como foi a vida de Marielle por meio de fotos lindíssimas que nos despertam muitas emoções. É um trabalho fundamental para manter viva a memória da minha mulher e sua luta incansável por direitos humanos”, disse Monica, em nota divulgada pelo seu mandato. A exposição já passou pela UERJ [Universidade do Estado do Rio de Janeiro] e chega à Câmara, local onde, como destaca a vereadora, “Marielle exerceu seu mandato de forma brilhante, mas não pôde concluir porque teve a vida interrompida por um crime brutal, até hoje sem solução”.

Marielle Franco havia sido a quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro nas eleições de 2016 e estava em seu primeiro mandato quando o crime ocorreu. Ela voltava de uma atividade política quando o carro onde estava foi alvo de tiros disparados a partir de outro veículo. O motorista Anderson Gomes também morreu. Os ex-policiais Élcio Queiroz e Ronnie Lessa, acusados de serem os executores, estão presos e aguardam o julgamento do caso. Os mandantes do crime, no entanto, ainda são desconhecidos. As investigações continuam em andamento.

Embora já esteja acessível ao público, a exposição terá uma inauguração oficial no dia 17 de novembro. Na ocasião, a vereadora Monica Benicio entregará o 1º Prêmio de Cria pra Cria, que busca descolar da favela a imagem de território estigmatizado pela violência e ressignificá-lo a partir de uma perspectiva artística. Mais de 40 artistas, coletivos e mobilizadores favelados da área da cultura serão homenageados no plenário da Câmara Municipal.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu vista e suspendeu o julgamento de um recurso do Google para evitar a quebra de sigilo de pessoas que teriam buscado informações sobre a vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018.

O caso começou a ser julgado na semana passada no plenário virtual da Corte. Antes da interrupção provocada pelo pedido de vista, somente a relatora, ministra Rosa Weber, proferiu voto.

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A defesa da plataforma recorreu ao Supremo após a Justiça determinar a identificação dos dados de um grupo indeterminado de pessoas que fizeram pesquisas sobre a vereadora dias antes do assassinato. A medida foi tomada na investigação que apura os mandantes do crime.

Ao analisar a questão, antes da aposentadoria, Rosa Weber destacou a importância da investigação, mas entendeu que quebra de sigilo indiscriminada é desproporcional e pode atingir até usuários comuns que procuraram informações sobre a morte da vereadora devido à repercussão na imprensa.

  "Um número gigantesco de usuários não envolvidos em quaisquer atividades ilícitas, nos termos da decisão objurgada, teria seus sigilos afastados, a demonstrar indevida devassa e a sua absoluta desproporcionalidade em razão do excesso da medida", argumentou a ministra.  Não há previsão para retomada do julgamento.

O grafite com o rosto da ex-vereadora Marielle Franco foi alvo de pichação em Petrópolis, na região serrana do Rio. O prefeito Rubens Bomtempo afirmou que “a pichação no rosto da figura de Marielle Franco é um desrespeito aos ideais de democracia, de resistência e da busca da liberdade. Independente da ideologia política de cada um, é preciso haver o respeito e entendimento das diversidades de opiniões".

A pintura foi feita em novembro de 2022, no Centro de Informações Turísticas da Praça da Liberdade, como parte das celebrações do Mês da Consciência Negra. Outros importantes representantes do povo negro e da cultura da cidade foram retratados nos painéis.

“Essa pichação, além da falta de respeito com o patrimônio público, é um ato discriminatório reforçando que devemos continuar lutando pela valorização das nossas raízes e contra todo e qualquer forma de discriminação. Marielle representa a luta de um povo. Marielle está presente”, afirmou o coordenador da Promoção da Igualdade Racial, Filipe Graciano.

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Uma festa no Complexo de favelas da Maré, no Rio de Janeiro, marca nesta quinta-feira (27) o lançamento da fotobiografia de Marielle Franco. Há 44 anos, nesse mesmo dia, nascia a vereadora, que construiu um legado de luta pelos direitos humanos, justiça e igualdade social. A carreira na política foi precocemente interrompida em março de 2018, quando ela e o motorista Anderson Gomes foram assassinados a tiros,  no Rio.

As investigações sobre o crime tiveram novos capítulos esta semana. O lançamento do livro se junta aos esforços para manter a memória de Marielle viva e cobrar uma solução final para o caso, que já dura mais de cinco anos sem as principais respostas.

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“Estratégias de preservação da memória, como o lançamento da fotobiografia, são fundamentais para continuar mantendo a pressão sobre as autoridades. Que se alcancem as respostas sobre quem mandou matar Marielle Franco e o porquê. Estratégias de memória são fundamentais para que a gente confronte as campanhas permanentes de desinformação e discurso de ódio que acontecem desde 2018 para desqualificar a luta política da Marielle”, diz Lígia Batista, diretora-executiva do Instituto Marielle.

Discursos

Além do instituto, o livro é organizado em parceria com a vereadora e viúva Mônica Benício (PSOL) e a Editora Azougue Editorial. As páginas trazem discursos de Marielle, textos de convidados e fotografias inéditas ou pouco conhecidas do público em geral.

Imagens da infância, por exemplo, mostram ela e a irmã Anielle, atual ministra da Igualdade Racial, cantando e dançando no palco improvisado em cima de uma cama. A casa ficava na Maré, lugar do qual a vereadora falava sempre com orgulho: “Sou uma mulher negra, mas tenho falado muito que, antes de reivindicar e compreender o que era ser uma mulher negra no mundo, eu já era favelada”, diz um dos trechos do livro.

Nas páginas seguintes, sobre a adolescência, as fotos mostram uma Marielle entre os 16 e 18 anos de idade em atividades na pastoral da juventude, da Igreja Católica. Mas ela logo teve de lidar com algumas contradições internas, já que outro ambiente bem diferente do religioso estava se tornando cada vez mais atrativo: “eu entro num período que estou indo muito a baile funk, sendo adolescente da favela que curte baile, torcida, farra e fugir da igreja pra ir pro baile. ‘Fazendo adolescentisse’, vamos dizer assim”, conta Marielle, em outro trecho.

“É muito importante para a gente conectar o que era e o que foi a caminhada de Marielle Franco antes da carreira na política institucional, porque essa trajetória é seguramente o que marca a agenda de prioridades dela como parlamentar. A vida enquanto ativista, a formação familiar: tudo isso traz elementos fundamentais que orientavam e guiavam a luta política dela”, diz Lígia Batista.

Programação

Todo 27 de julho, o Instituto Marielle Franco prepara atividades especiais para celebrar a memória da vereadora. Em anos passados, foi inaugurada uma estátua de Marielle no Buraco do Lume, no centro do Rio. Foi lançada uma história em quadrinhos sobre as raízes históricas da vereadora e organizou-se uma entrevista ao vivo com a cantora Elza Soares.

Agora, em 2023, no evento de lançamento da fotobiografia, na Maré, haverá uma exposição de fotos exclusivas de Marielle que, segundo o instituto, estão sendo recuperadas e armazenadas no acervo digital. Apresentações de música e poesia completam a festa.

Serviço

Lançamento da fotobiografia e exposição de fotos de Marielle Franco

Atrações: Voz e violão Evy, apresentação Natalhão, Marechal e Preta QueenB Rull

Endereço: rua Bitencourt Sampaio, 181 - Maré, Rio de Janeiro

Data e horário: 27 de julho, das 18h às 22h30

Entrada Franca

As novas revelações do caso Marielle Franco nas últimas 24 horas estão incomodando muita gente, segundo Flávio Dino. Em post no Twitter, o ministro da Justiça disse que ficou impressionado com as reações, mas garantiu que nada o intimida ou desmotiva a seguir as investigações. 

A perspectiva de finalmente chegar aos mandantes do crime tem gerado grande repercussão na imprensa e nas redes sociais. Informações falsas e assuntos requentados invadiram a internet. Casos como o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel e até a facada de Adélio Bispo em Jair Bolsonaro, voltaram com tudo, numa tentiva de desviar a atenção da provável delação premiada de um dos executores do plano de assassinato de Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.

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"Me impressiona a quantidade de gente incomodada com o avanço das investigações do caso Marielle. Me impressiona mas não me intimida nem desmotiva. Vi de tudo nas ultimas 24 horas: disparates jurídicos proferidos por incompetentes; comentários grosseiros na TV; campanhas de desinformação via internet; reclamação pela presença da Polícia Federal nas investigações. Sabem o que mudou no nosso caminho de luta ? NADA", postou Flávio Dino.

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Novidades do caso Marielle

No depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público do Rio de Janeiro, o ex-policial militar Élcio de Queiroz apresentou detalhes fundamentais para subsidiar a continuidade das investigações. Ele disse que Lessa revelou que já havia tentado matar Marielle três meses antes do assassinato e que a placa do veículo usado na execução foi clonada e a antiga cortada e jogada na linha do trem.

Outros presos pelos crimes são o também ex-policial Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos, e o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, capturado nessa segunda (24).

Facada em Jair Bolsonaro

Apesar das reiteradas vezes que extremistas e sites de credibilidade duvidosa requentam o caso da facada em Jair Bolsonaro, em 2018, a verdade é que a defesa do ex-presidente não recorreu da decisão da Justiça Federal que considerou inimputável o agressor do presidente, Adélio Bispo de Oliveira.

Como o Ministério Público também não recorreu, a sentença transitou em julgado, ou seja, estão esgotados os prazos para recursos. Durante a campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro recebeu uma facada de Adélio em um ato na cidade de Juiz de Fora (MG).

Celso Daniel

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) revogou, em 2015, o decreto de prisão preventiva de Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, suspeito do assassinato do ex-prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel. O crime ocorreu em 2002. Outras pessoas foram presas e o próprio Sombra acabou sendo condenado por corrupção.

Preso desde 2019, o ex-policial militar Élcio de Queiroz, que dirigiu o carro usado para executar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e Anderson Gomes, em 2018, confessou participação no crime e delatou outros envolvidos. No acordo com as autoridades, ele negociou a proteção da família e a transferência para um presídio estadual, que não foi divulgado.

Outros presos pelos crimes são o também ex-policial Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos, e o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, capturado nessa segunda (24).

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No depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público do Rio de Janeiro, Élcio apresentou detalhes fundamentais para subsidiar a continuidade das investigações. Ele disse que Lessa revelou que já havia tentado matar Marielle três meses antes do assassinato e que a placa do veículo usado na execução foi clonada e a antiga cortada e jogada na linha do trem.

Ainda no acordo de delação, o réu confesso apontou que a preparação do crime foi feita pelo aplicativo Confide, com três camadas de segurança, e que a ordem de assassinato foi intermediada pelo sargento da Polícia Militar Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé, morto há dois anos.

A Justiça do Rio de Janeiro determinou a prisão preventiva do ex-sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Correa por suspeita de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Correa deverá ser transferido a um presídio federal.

A decisão do juízo da 4a. Vara Criminal da Capital informa que as provas apresentadas pelo Ministério Público do Rio apontam a ligação do ex-bombeiro com o caso, antes, durante e depois dos assassinatos. Na decisão, “determinou ainda que o preso seja transferido para um presídio de segurança máxima fora do estado, uma vez que ele representa risco às investigações”. Até a transferência, determinou a Justiça, ele deverá ficar no presídio de Bangu I.

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As provas que indicam a participação de Maxwell tiveram como base a colaboração premiada de outro acusado, o ex-Policial Militar Élcio de Queiroz. Na decisão, é citada a ligação do ex-bombeiro com Ronnie Lessa, que também está preso e é acusado de disparar contra o carro onde as vítimas estavam. Correa teria participado, um dia após o crime, da troca de placas do veículo usado no assassinato, jogado fora as cápsulas e munições usadas no crime, assim como o providenciado o desmanche do carro.

Correa, de acordo com Élcio, seria o responsável por manter financeiramente sua família, assim como arcar com as despesas de sua defesa. O objetivo era evitar o rompimento entre eles. Maxwell teria participação em uma organização criminosa, além de possuir patrimônio incompatível com sua condição financeira.

Transferência

“[…] por todos esses motivos decreto, com base no Código de Processo Penal a prisão preventiva de Maxwell Simões Correa, com validade de 20 anos para um estabelecimento penal federal de segurança máxima, a ser indicado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão do Ministério da Justiça”, determinou o juiz.

 

A vereadora da cidade do Rio de Janeiro, Monica Benicio (PSOL-RJ), viúva de Marielle Franco, em entrevista à coluna de Paulo Cappeli, do Metrópoles, disse que tem esperança de que os acusados do assassinato sejam levados a júri popular ainda este ano.

Monica que foi eleita em 2020, dois anos após a morte de sua companheira, atua na Câmara dos Vereadores do Rio, em prol dos mesmos projetos políticos que eram defendidos por Marielle. Além disso, ultimamente vem comentando assiduamente as atualizações das investigações da PF.

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"Espero que a Polícia Federal e o Ministério Público continuem nesta atuação de cooperação mútua, para levar Ronnie Lessa e Elcio Queiroz ao júri ainda este ano. O pacto do silêncio entre estes assassinos foi rompido. É preciso agir com agilidade e prudência para se chegar às mandantes e suas motivações. Responder quem mandou matar Marielle e por que é fundamental para restabelecermos a democracia do nosso país. Tenho esperança que esse momento está se aproximando”, disse Monica Benicio.

Ela ainda afirmou que a operação da Polícia Federal e do Ministério Público realizada nesta segunda-feira (24) que culminou na prisão do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, renovou sua esperança sobre a finalização do caso. Além disso, ela destacou a importância dos familiares e da sociedade civil, que desde 2018, cobram justiça sobre o caso.

"A atuação da PF nas investigações, em colaboração com o MPRJ, tem sido fundamental. Mas, a luta de nós familiares e da sociedade civil, que formamos uma grande Força-Tarefa, ao longo deste mais 5 anos, é o que tem deixado este caso em evidência”, disse.

Após a Polícia Federal (PF) ter realizado nesta segunda-feira (24) a prisão do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, envolvido nos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes, parlamentares pernambucanos comentaram sobre as atualizações das investigações.

A deputada estadual Dani Portela (PSOL-PE), disse através de seu perfil oficial no Instagram que, mesmo com os avanços dos trabalhos da PF que culminaram na prisão de Maxwell, ainda é necessário saber quem é o mandante do crime.

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  "Quem mandou matar Marielle Franco e Anderson? E por quê? Hoje de manhã, mais um capítulo dessa história. O bombeiro Suel foi preso. Ele teve participação no crime, sumiu com a arma, com o carro utilizado. Mas seguimos perguntando: 'Quem é o mandante?'. Queremos saber tudo o que envolve o escritório do crime e a luta continua por justiça por Marielle e Anderson", afirmou.

A vereadora do Recife, Elaine Cristina (PSOL-PE), também comentou a prisão, ao afirmar que "cinco anos sem respostas é tempo demais" e que o país precisa saber quem mandou matar a vereadora carioca.  "Neste mês Marielle Franco completaria 44 anos. Queremos respostas. As famílias, o país e a democracia brasileira precisam de respostas. Quem mandou Élcio Queiroz matar Marielle Franco?", escreveu no Twitter. 

Sobre a delação premiada em que o ex-PM Élcio Queiroz confessou que o também ex-policial Ronnie Lessa realizou os disparos com uma submetralhadora contra o carro que transportava Marielle, o senador Humberto Costa (PT-PE) usou seu perfil oficial no Instagram para comentar a declaração.

Humberto compartilhou um vídeo no qual aparece o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB-MA), afirmando que "a delação premiada feita por Élcio de Queiroz, encerra a apuração sobre a execução das vítimas, no entanto, a investigação continuará apurandos os fatos até conseguir identificar os mandantes do assassinato".

O deputado federal Carlos Veras (PT-PE), também foi outra figura política a comentar sobre a delação premiada. Através de suas redes sociais, o petista publicou uma reportagem da Globo News sobre a declaração de Élcio de Queiroz para a Polícia Federal.

"Um grande avanço nas investigações. Mas quem mandou matar Marielle Franco e Anderson Gomes", escreveu. 

Vale ressaltar que, Élcio disse que o ex-bombeiro Maxwell, estava encarregado de vigiar a vereadora e participar do plano, mas acabou sendo substituído por ele.  O ex-policial encontra-se detido desde 2019, juntamente com Ronnie Lessa. Ambos aguardam julgamento pelo Tribunal do Júri, mas a data da sessão ainda não foi agendada.

Relembre o crime 

A vereadora pela cidade do Rio de Janeiro, Marielle Franco, e o motorista Anderson Gomes, foram assassinados no dia 14 de março de 2018, em uma rua do bairro do Estácio, na Zona Central do Rio.

No momento do crime, por volta das 21h, um Cobalt prata emparelhou com o carro da vereadora. Treze disparos foram feitos. Marielle foi atingida por cinco tiros na cabeça e Anderson levou pelo menos três tiros nas costas.

Os criminosos fugiram imediatamente do local, sem levar nenhum objeto das vítimas.

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Quem é Maxwell Simões, investigado pela morte de Marielle

 

O deputado federal cassado, Deltan Dallagnol, ex-chefe da operação Lava Jato, criticou o Ministro Flavio Dino ao saber que ele utilizou de delação premiada para avançar nas investigações da morte da vereadora marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, em março de 2018.

“Delação agora é prova? Até ontem, o PGR tava desdenunciando e o STF tava desrecebendo denúncias adoidado contra corruptos sob o fundamento de que apenas a delação não é suficiente. Alguma lei deve ter mudado… Ou o que mudou foi a capa dos autos?”, disse no seu perfil no Twitter.

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Flavio Dino compareceu a uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (24), onde explicou que o ex policial militar Élcio de Queiroz colaborou com as investigações por meio de um acordo de “colaboração premiada”, comumente conhecido como delação. Queiroz confirmou, em depoimento, a participação do ex-policial Ronnie Lessa no assassinato de Franco e Gomes.

Quando esteve à frente da Lava Jato, Dallagnol utilizou do instrumento diversas vezes para prosseguir com as investigações, e foi criticado na época. Ele perdeu o posto na força-tarefa em 2020, alguns meses antes de a operação ser dissolvida e invalidada. O ex-procurador se tornou candidato a deputado federal pelo Podemos, foi eleito em 2022, e teve seu mandato cassado cerca de seis meses depois de ter tomado posse.

 

As investigações sobre as execuções da vereadora carioca Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, ocorridas em março de 2018, tiveram mais uma reviravolta nesta segunda-feira (24), com a notícia de que um dos réus por participação no crime, o ex-policial militar Élcio de Queiroz, assinou acordo de delação premiada.

A colaboração do ex-PM foi anunciada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), após a prisão do ex-bombeiro Maxwell Simões de Corrêa, o Suel, resultado direto da delação. "Temos a conclusão de uma fase na investigação, com a confirmação de tudo que aconteceu na execução do crime", disse Dino.

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Em seus depoimentos, Élcio confessou que dirigia o veículo utilizado no atentado contra Marielle e Anderson e que o também ex-PM Ronnie Lessa foi o autor material dos assassinatos, disparando com uma submetralhadora na direção do carro da vereadora.

"Certos detalhes sobre os quais pairavam dúvidas, a partir da delação, essas dúvidas se acham removidas. Há coincidência na narrativa de Élcio de Queiroz em relação a outros aspectos que já se encontravam na posse da polícia. O senhor Élcio, ao narrar a dinâmica do crime e a participação dele próprio e de Ronnie Lessa, aponta Maxwell e outras pessoas como coparticipes", acrescentou o ministro.

Já se sabia que Maxwell era o dono do carro utilizado para esconder armas pertencentes a Lessa, seu amigo, mas Élcio revelou na delação que o ex-bombeiro também vigiava Marielle e participaria da emboscada de 14 de março de 2018, porém acabou substituído pelo próprio ex-PM.

Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz já são réus pelos homicídios de Marielle e Anderson e serão julgados por júri popular, mas as investigações ainda não conseguiram chegar aos mandantes do crime.

"Sem dúvida há a participação de outras pessoas, os fatos revelados e as provas colhidas indicam isso", afirmou Dino, que determinou em fevereiro passado a entrada da Polícia Federal no caso. Segundo ele, há uma "forte vinculação" das execuções "com a atuação das milícias e o crime organizado no Rio de Janeiro".

"Isso é indiscutível. Ronnie, Élcio e Maxwell participam de um conjunto que está relacionado a essas organizações criminosas", acrescentou. O ministro também disse que a delação abre caminho para "um novo patamar de investigação" para identificar os mandantes.

*Da Ansa

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