Marina diz que preferiu perder a se omitir da eleição

A ex-senadora perdeu 21 milhões de votos da eleição de 2014 para a deste ano. Sobre o fato ela se comparou a uma personagem bíblica e disse: "Deus dá, Deus tira, louvado seja Deus"

por Giselly Santos qui, 08/11/2018 - 15:06
Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo A líder nacional da Rede já adiantou que pretende fazer oposição ao governo do presidente eleito Jair Bolsonaro Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo

Depois de amargar o oitavo lugar na disputa presidencial e sair do patamar de 22 milhões de votos, em 2014, para 1 milhão neste ano, a ex-senadora Marina Silva (Rede) ainda não definiu se pretende voltar a disputar um cargo eletivo, mas afirmou que preferiu concorrer ao comando do Palácio do Planalto e sair como perdedora a se omitir diante do quadro político-eleitoral do país.

"No momento em que mais se precisava de algo que no meu entendimento ajudaria a promover a união, a estabelecer um novo parâmetro para a governança do Brasil eu não iria sair [candidata]? Eu preferi correr o risco de sair e pagar o preço por isso a ter me omitido para ficar com a imagem de 22 milhões de votos. Se já é feio especular dinheiro, imagine especular com credibilidade política”, argumentou Marina, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.

Marina admitiu que já sabia das dificuldades que enfrentaria na eleição e observou que vários elementos pesaram para a sua derrota. “Não quero ter uma visão reducionista. É significativo [sair] de 22 milhões de votos. Agora, eu sou como Jó: Deus dá, Deus tira, louvado seja Deus. Sempre tive um discurso de que ninguém é dono de voto. Voto é do cidadão, do eleitor. Ele dá num determinado momento e recolhe em outro e direciona para quem ele acha que deve dar”, ressaltou.

A ex-senadora, que no 2º turno declarou voto crítico em Fernando Haddad (PT) disse que não tinha mágoas da legenda petista, mas fez questão de salientar que seu apoio no foi para o "professor Fernando Haddad" e não para o partido. "Minha declaração foi de voto pessoal. Eu poderia ter seguido as possibilidades da Rede, que recomendou não votar em Bolsonaro, mas colocou como opções se abster ou votar nulo ou branco", salientou na entrevista.

A líder nacional da Rede já adiantou que pretende fazer oposição ao governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. Ao ser questionada como faria isso, sem ser acusada novamente de sumiço político, Marina foi enfática e disse que faltavam provas de tal sumiço.

"A acusação carece de prova. Quem acompanha as minhas redes sociais e vocês [jornalistas, com quem eu falo o tempo todo, poderiam dizer que isso não é sumiço, é só uma ou outra fala, um outro lugar de fala. Continuarei fazer oposição na sociedade. Estive o tempo todo em lutas como a do Código Florestal, a cassação da chapa Dilma-Temer, contra o foro privilegiado. No Congresso, estamos em discussão com outros partidos para um oposição democrática", esclareceu.

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