43% das mensagens da direita são falsas, afirma pesquisa

Em contraste, 3% dos eleitores de esquerda compartilharam informações enganosas durante as eleições, garante o The Guardian

por Victor Gouveia qui, 31/10/2019 - 08:32
Pixabay A ala que apoiavam Bolsonaro concentrou as Fake News em quatro temas Pixabay

Durante eleição presidencial de 2018, 42% das mensagens enviadas pela direita em grupos de WhatsApp eram falsas. Em contrapartida, 3% dos envios da esquerda foram verificados e apontados como fake news, afirma uma análise feita pelo jornal britânico The Guardian. A pesquisa ainda revela a maioria das farsas dos apoiadores de Jair Bolsonaro (PSL) focaram em espelhar suas teorias conspiratórias.

A pesquisa aponta que 48% das informações enganosas replicadas pela direita reafirmavam uma suposta manipulação do sistema eletrônico de votação e questionavam o processo democrático no Brasil. Já 19% mentiu sobre a facada contra o presidente, ocorrida em setembro de 2018. O ataque o retirou dos últimos debates e inviabilizou a continuidade da sua agenda eleitoral.

O levantamento também mostra que 16% das mensagens reforçavam o conteúdo falso sobre o sistema político e os veículos de comunicação em massa, caracterizando-os como aliados na corrupção. Enquanto uma parcela de 14% atacou políticos e ativista da esquerda. Tais informações envolviam homofobia e insultos anti-feministas.

O governo Bolsonaro nega irregularidades, ainda assim, investigações correm no Congresso e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para revelar se a equipe do candidato do PSL está envolvida na manipulação. Caso confirmado, as eleições podem ser anuladas.

O levantamento feito pelo The Guardian checou 11.957 mensagens virais compartilhadas em 296 grupos durante a campanha de dois meses. Devido à proteção criptográfica, a coleta foi feita através do WhatsApp Monitor -banco de dados de conteúdo viral em grupos focados no debate político.

Os executivos do WhatsApp reconheceram que, antes das eleições, o público brasileiro foi alvo de disparos maciços de spam por agências de marketing digital. Tal movimentação viola os termos e condições da plataforma. Após sofrer pressão para combater a disseminação de fake news, os proprietários atualizaram a plataforma e reduziram para cinco o número de encaminhamentos em uma única mensagem.

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