Maioria dos deputados de PE votam para facilitar nepotismo
A maioria dos representantes da bancada pernambucana presente na votação dessa terça (5) rejeitou a emenda do Senado referente ao ponto do polêmico do projeto que altera a Lei de improbidade
Quinze anos após o Supremo Tribunal Federal (STF) proibir a prática de nepotismo, nessa terça-feira (5), a Câmara dos Deputados abriu uma brecha para permitir nomeações e indicações de parentes de gestores a cargos públicos através do texto do Projeto de Lei (PL) 2505/21. A proposta de punir apenas casos de comprovada intenção de irregularidade foi defendida pela maioria da bancada pernambucana presente nessa terça.
Encaminhado ao Senado, o ponto sobre nepotismo incluído no PL que altera a Lei da Improbidade voltou à Câmara com a emenda para que a contratação de parentes permanecesse configurada como infração administrativa. Contudo, fosse excluída a necessidade de comprovar o dolo por parte do gestor, como indica o texto dos deputados.
Todo o pacote de modificações é considerado um afrouxamento das regras de combate à corrupção e também limita a atividades de procuradorias locais, bem como amplia para dois anos o período de investigação de suspeita de improbidade administrativa.
O trecho que configura nepotismo como improbidade, mas com a exigência de dolo foi aprovado por 253 votos contra 162. A continuidade da votação do PL 2505/21 foi transferida para esta quarta-feira (6), em sessão marcada para as 13h55.
Os deputados pernambucanos se dividiram para votar o mérito da intenção de finalidade ilícita no crime de nepotismo. Unidos entre partidos de esquerda e direita, oito seguiram a intenção do Senado de excluir a necessidade de dolo. Foram eles:
André Ferreira (PSC);
Daniel Coelho (Cidadania);
Danilo Cabral (PSB);
Felipe Carreras (PSB);
Gonzaga Patriota (PSB);
Wolney Queiroz (PDT);
Túlio Gadêlha (PDT);
Tadeu Alencar (PSB).
Em contrapartida, a maioria dos presentes defendeu a importância de comprovar a intenção de cometer crime ao nomear parentes para repercutir em uma punição. Foram eles:
André de Paula (PSD);
Augusto Coutinho (Solidariedade);
Carlos Veras (PT);
Eduardo da Fonte (PP);
Fernando Coelho (DEM);
Fernando Monteiro (PP);
Fernando Rodolfo (PL);
Marília Arraes (PT);
Ossesio Silva (Republicanos);
Raul Henry (MDB);
Renildo Calheiros (PCdoB);
Sebastião Oliveira (Avante).
A bancada de Pernambuco na Câmara é composta por 25 deputados. Desses, cinco não registraram votos:
Luciano Bivar (PSL);
Milton Coelho (PSB);
Pastor Eurico (Patriota);
Silvio Costa Filho (Republicanos) ;
Ricardo Teolbado (Podemos).