Rede privada de saúde deve comprar 5 milhões de vacinas

Políticos criticam falta de estratégia para imunizante ser distribuído pelo SUS e falam que vacinação pode virar 'balcão de negócios'

por Katarina Bandeira seg, 04/01/2021 - 12:29
Pixabay Chamado de Covaxin, imunizante está na fase três de testes e teve seu uso emergencial aprovado na Índia Pixabay

No último domingo (3), a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) informou que está em processo de negociação com o laboratório indiano Bharat Biotech. A intenção é adquirir 5 milhões de doses de uma vacina contra a Covid-19, fabricada na Índia. Chamado de Covaxin, o imunizante está na fase três de testes e teve seu uso emergencial aprovado no país. 

Apesar da quantidade escassa de informações sobre sua eficácia, os primeiros estudos clínicos apresentaram efeitos colaterais leves e produção de anticorpos para o novo coronavírus. Para ser usada no Brasil, a vacina cotada para as clínicas particulares ainda precisa de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

'Balcão de negócios'

A notícia não agradou a diversos representantes políticos do país. A vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, criticou a aceleração da disponibilidade da vacina pela rede privada, uma vez que o Ministério da Saúde ainda não tem um planejamento para a distribuição gratuita de nenhum imunizante”. A imunização não pode ser só para quem pode pagar. Ela tem que ser gratuita, distribuída pelo SUS, priorizando quem mais precisa, não quem tem dinheiro", escreveu em suas redes sociais. 

Embed:

Além dela, a deputada federal pelo PT de Brasília, Erika Kokey, Manuela D'ávila (PCdoB), entre outras figuras políticas alertam para uma possível oportunidade de lucro das clínicas de saúde privada na pandemia. "A vacinação no país não pode virar balcão de negócios. O governo federal precisa assegurar vacina gratuita para toda a população. Vacinação é estratégia de saúde coletiva e não oportunidade de lucro", escreveu Kokey.

COMENTÁRIOS dos leitores