Presidência: Recifenses querem mudanças no próximo governo

Segundo o analista Maurício Romão o sentimento do eleitor em 2014 será diferente do de 2010, quando desejam a continuação do governo Lula

por Giselly Santos seg, 16/12/2013 - 01:00
LEOPOLDO SILVA/ESTADÃO CONTEÚDO Mais de 50% dos entrevistados desejam que os candidatos a presidente proponham algum tipo de modificação na administração do país, seja ela radical ou pontual LEOPOLDO SILVA/ESTADÃO CONTEÚDO

O desejo de mudança dos recifenses é cada vez maior. Segundo dados de um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), e divulgados nesta segunda-feira (16), mais de 50% da população quer que os candidatos à presidência da República proponham algum tipo de mudança em relação às ações do governo atual, administrado pela presidente Dilma Rousseff (PT). 

Dos que desejam mudanças pontuais estão 27,7% dos entrevistados, já os que querem uma mudança radical chegam a 27,5%. Os dados, de acordo com o analista Maurício Romão, retratam que a população está cansada com o “modo operante” que os presidentes estão gerindo os países. Segundo ele o desejo de mudança não é proveniente apenas do brasileiro.

“Isto não é um problema, inclusive, só do Brasil. Se você olhar internacionalmente falando vários países estão perpassando uma etapa de questionamentos sobre o modo operante dos governos, dos políticos e das políticas. O sentimento de mudança está presente em vários países do mundo. No Brasil, embora as manifestações de junho tenham diminuído, elas estão sendo expressas pelas pesquisas. A população quer alguma coisa diferente, não quer esta política convencional, aética, não quer a corrupção, nem os erros nos serviços públicos”, analisou Romão. 

Mesmo com a presidente Dilma disparando em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto para a Eleição de 2014 e tendo avaliações positivas do seu governo, entre os recifenses entrevistados pelo IPMN que não querem mudanças, mas a continuidade do governo atual está apenas 10%. Para Romão a preferência é um “falso paradoxal”, já que os brasileiros não estão imersos no mesmo sentimento de continuidade de 2010, quando o ex-presidente Lula (PT) deixava o cargo. 

“Isto (a liderança de Dilma nas pesquisas) não tem absolutamente nenhuma importância com o que poderá acontecer lá na frente. Este sentimento de mudança é diferente do de 2010 (ano de transição entre Lula e Dilma). Em 2010 havia uma compreensão, um entendimento de que havia a necessidade de continuar. A continuidade era um padrão comum. O governo estava bem, a política estava bem então não havia porque mudar. Hoje nós temos um ambiente inverso, observamos que existem problemas na economia e as políticas internacionais estão travando. O que foi a permanência do governo em 2010 hoje não se tem o mesmo ímpeto”, pontuou o estudioso. 

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