Líderes tucanos dizem que Dilma "rasgou a LRF"

Para o senador Aécio Neves, a "sensação de impunidade" do governo não terá mais espaço após o parecer do TCU

por Giselly Santos qui, 08/10/2015 - 11:06

A recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU) para que o Congresso Nacional rejeite as contas do governo da presidente Dilma Rousseff (PT), relativas ao exercício de 2014, é, para os tucanos, a prova de que a petista cometeu crimes contra a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Para o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, o parecer técnico demonstra as “sucessivas ilegalidades” adotadas para vencer as eleições de 2014. 

“Fica comprovado [com o parecer do TCU] que a presidente Dilma cometeu crime de responsabilidade e caberá agora ao Congresso Nacional determinar as sanções cabíveis”, frisou em nota encaminhada à imprensa. “A sensação de impunidade e o desprezo às leis que conduziram muitas das ações desse governo não terão mais espaço no Brasil que precisamos construir", completou Neves. 

Para o líder da oposição na Câmara dos Deputados, Bruno Araújo (PSDB), a recomendação do TCU dá liberdade ao Congresso para seguir com o processo de impeachment. “Era o que faltava para dar legitimidade ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados", disse. "Ela rasgou a LRF [Lei de Responsabilidade Fiscal]. Aposto que, com essa posição de hoje, o Congresso está livre para afastar a presidente da República", argumentou acrescentando. 

Desde 1937, quando o Tribunal recomendou a rejeição das contas do presidente Getúlio Vargas – mas o Congresso votou favorável –, esta é a primeira vez que o órgão de controle volta a rejeitar uma prestação presidencial. A atitude, para o deputado federal Betinho Gomes (PSDB) “demonstra que não se curva ao poder de quem está à frente do governo e dá uma grande contribuição à democracia brasileira”. 

“O Tribunal de Contas da União dá uma prova de que o Brasil tem instituições fortes e que estão indo de encontro ao sentimento da população, prezando pela transparência, por mais fiscalização, mais controle e, acima de tudo, respeito às regras que são estabelecidas pelas leis brasileiras", analisou. “Sem dúvida, foi um grande passo para a consolidação e fortalecimento de instituições democráticas existentes no Brasil", comemorou o tucano.

COMENTÁRIOS dos leitores