Elias Gomes: PSDB tem que deixar de ser coadjuvante em PE

O ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes oficializou sua pré-candidatura a governador pelo PSDB e disse ao LeiaJá que vai lutar “até o fim pela possibilidade” de participar do pleito. Segundo ele, a entrada na disputa é por "decepção"

por Giselly Santos sex, 22/09/2017 - 15:13
Líbia Florentino/LeiaJáImagens/Arquivo Líbia Florentino/LeiaJáImagens/Arquivo

Ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes (PSDB) oficializou a sua pretensão de disputar o cargo de governador de Pernambuco pela legenda tucana em 2018. Em entrevista ao LeiaJá, nesta sexta-feira (22), Gomes criticou a falta de diálogo interno para o pleito que se aproxima e ponderou a necessidade do partido “assumir  a sua maioridade” no estado, deixando de ser “coadjuvante e força auxiliar”. 

“Como um grande partido nacional que já governou o país e tem candidato a presidente, o PSDB deve assumir a sua maioridade em Pernambuco. Deixando de lado este papel de coadjuvante e de força auxiliar. Isso aconteceu na aliança para eleger Eduardo, Paulo e agora, sem discussão alguma, lideranças isoladas do partido fazem questão de negociar espaço numa chapa liderada por Armando [Monteiro] ou Fernando [Bezerra Coelho]”, salientou.  

Gomes disse que “como cidadão sente uma decepção grande de como a política no estado vem sendo conduzida” e argumentou que poderia ser candidato a deputado estadual, federal, senador, mas “pela indignação e decepção” quer concorrer ao Governo. 

“O que nós temos aí é um governador, pré-candidato a reeleição, que está enfrentando enormes dificuldades, seja de conjuntura, ou tão graves como a da violência, o que evidente pode até enfrentar antes da eleição e espero que ele recupere e esteja bem para isso. Do outro lado, tem um grupo de caciques que são donos de muito poder em Pernambuco e está lá discutindo quem vai ser governador, senador e vice. Aí eu pergunto será que não dá para se construir um projeto diferente disso? É o que estou propondo com a minha experiência, minha pré-candidatura”, esclareceu. 

Elias destacou também que no momento não está procurando alianças para endossar seu nome, mas um debate interno no PSDB. “Eles [os membros da direção] não dizem nada, não falam nada. Estão constrangidos com o descumprimento vergonhoso da palavra [de dividir o comando do partido entre Antônio Moraes e Elias]. O partido está sem direção, os mandatos foram concluídos e não foram renovados. O partido está acéfalo. Eu deveria ter tomado posse já, mas não vou brigar por isso, estou mobilizando o partido e dando uma sacudida com uma pretensão mais a frente com a minha candidatura”, destacou. 

Segundo o ex-prefeito, caso o ministro das Cidades Bruno Araújo ou o deputado federal Daniel Coelho tivessem se colocado como postulantes teriam o apoio dele, mas como isso não aconteceu ele espera que o “partido possa se reunificar” em torno do seu nome. 

Elias formalizou a inscrição como pré-candidato nessa quinta (21). Antes disso, segundo ele, tentou convocar uma reunião com o diretório estadual para discutir o assunto, mas não foi atendido. “Os dirigentes não se dignaram a marcar esta reunião interditando o diálogo, não me restou, diante disto, outro caminho se não dizer que eu formalizaria a minha candidatura. Não se trata de uma pressão, mas de uma atitude política. Agora o partido vai ter que avaliar, em novembro a minha pré-candidatura”, esclareceu. 

Propostas

O ex-prefeito disse que já apresentou a pré-candidatura com cinco diretrizes que devem nortear a construção de um plano de governo. Uma das propostas prevê a redução da máquina pública, passando de 29 para 12 secretarias, além da implantação de quatro unidades regionais do Palácio do Campo das Princesas. Outra diretriz fala do desenvolvimento econômico do estado, com a sugestão de que haja um sustentabilidade e independência interna maior incentivando a produção e ampliação dos médios e pequenos empresários e produtores. 

Calo do atual governo, de acordo com Elias ainda consta entre as cinco diretrizes a segurança pública. Pontuando que o projeto dele é Pernambuco pela paz, o ex-prefeito salientou que “a organização da segurança no Brasil está equivocada” e as ações precisam ser integradas entre a União, os estados e municípios. 

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