Oposição diz que PE 'retrocedeu' com Paulo Câmara

Contra a reeleição do pessebista, sete partidos lançaram uma frente chamada “Pernambuco quer mudar”. Grupo conta com nomes como os dos senadores de Fernando Bezerra Coelho e Armando Monteiro

por Giselly Santos seg, 11/12/2017 - 21:20
Rafael Bandeira/LeiaJáImagens Encontro reuniu lideranças de todo o estado Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Com três pré-candidatos já anunciados, sete partidos que fazem oposição ao governador Paulo Câmara (PSB) lançaram, nesta segunda-feira (11), uma frente chamada “Pernambuco quer mudar”. O evento foi marcado por uma maciça participação política desde prefeitos e vereadores de diversas cidades a lideranças como os senadores Armando Monteiro (PTB) e Fernando Bezerra Coelho (PMDB) – dois dos três nomes que anseiam liderar a majoritária em 2018 -, além de deputados federais, estaduais e os ministros Mendonça Filho (Educação) e Fernando Filho (Minas e Energia). 

Terceiro nome que almeja disputar o comando do Palácio do Campo das Princesas, o ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes (PSDB), foi o primeiro discursar. Ocupando o púlpito por quase vinte minutos, ele arrancou sutis críticas até de quem compunha a mesa durante o encontro. Ao expor seus argumentos, Gomes fez questão de dizer que Pernambuco vive um modelo econômico equivocado e concentrador de desenvolvimento em algumas regiões chaves. 

“É necessário aceitarmos e deixarmos claro que mesmo na crise Pernambuco teve um desempenho aquém da realidade. O desenvolvimento não pode estar concentrado apenas em Suape ou na indústria automotiva de Goiana. Precisamos de um modelo descentralizado e que chegue a todas as regiões”, salientou.

Além disso, Elias também não deixou de ponderar que na aliança firmada pelos partidos ali presentes (PTB, DEM, Podemos, PV, PRTB, PRB e PSDB) havia diferenças. “Este momento tem uma grande relevância para o estado, estamos reunindo lideranças das mais diversas matrizes políticas e ideológicas. Isso significa que algo nos une, mas não podemos deixar de ser claros que nesta mesa há diferenças. Até porque não se faz alianças entre iguais. Estamos dando o primeiro passo no sentido de formular propostas para enfrentar os problemas enfrentados pelo nosso estado. É salutar que cada partido percorra o estado e seja um debate de conteúdos e ideias, não contra pessoas, mas por um Pernambuco melhor”, destacou.

Ex-governador, Joaquim Francisco (PSDB) disse que a frente “é uma grande obra de engenharia política, social e econômica construída a muitas mãos”. “Estes caminhos e a união destas vontades está representada nesta mesa. É composta por homens de comprovada participação na coisa pública. Não temos medo de grito nem utilizamos a dureza do discurso. Não se veio aqui vender ilusões ou aglutinar pessoas para dizer temos um caminho. Fizemos um diagnóstico de Pernambuco para que viéssemos aqui dizer: temos um roteiro, temos alternativas”, observou. 

Corroborando com o correligionário, o também ex-governador João Lyra Neto (PSDB) argumentou que “nunca houve um início de um movimento político com tanta liderança”. “Isso significa que todas as regiões de Pernambuco estarão unidas para colocar Pernambuco no seu devido lugar. Desta mesa vamos eleger o novo governador de Pernambuco em 2018. A partir de janeiro de 2019 vamos nos reestabelecer”, cravou.

Deputado federal e ex-ministro das Cidades, Bruno Araújo destacou que Pernambuco tem um governo que muitos mandam e pouco é feito. “Pernambuco veio se reencontrar para dizer que acredita na mudança. No meio de uma crise, Pernambuco que sempre foi muito firme, encontramos um governador que sumiu. Nos últimos três anos vivemos um apagão e ele fez com que nos reunissímos para colocar o estado nos trilhos”, ponderou. 

Balanço do governo de Paulo e manifesto oposicionista

Durante o evento, o vereador do Recife André Régis fez um panorama das taxas econômicas, de emprego e desenvolvimento do estado. Entre os índices, Régis disse que a expectativa é de que o estado cresça 0,6% este ano. “Se Pernambuco não mudar não iremos crescer. Precisamos de uma gestão profissional para fazer com que este estado que foi grande volte a crescer e deixe de viver dias marcados pela incompetência”, salientou.

O encontro culminou em um manifesto marcado por ataques a Paulo Câmara, ressaltando a queda no desenvolvimento estadual, além de dados como o ranking da violência no estado e o quantitativo de obras paralisadas. No documento, a oposição diz que “o pernambucano tem sofrido com a falta de liderança, de ousadia e de capacidade de gestão”. 

LeiaJá também

--> Mendonça Filho: “PT e PSB se juntam por conveniência”

--> É hora de virar a página e encerrar o ciclo, dispara FBC

--> O tempo da emoção está passando, crava Silvio Filho

--> Lideranças oposicionistas dão largada ao debate sobre 2018

--> Armando sobre Paulo: 'Experimento político que não certo'

COMENTÁRIOS dos leitores