PE: candidatos usam Bolsonaro no nome e perdem eleição
Quatro candidatos ao cargo de vereador em cidades pernambucanas tinham o nome Bolsonaro na urna, mas nenhum conseguiu se eleger
Um dos efeitos da vitória do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2018 foi a utilização de seu sobrenome por candidatos a prefeito, vice e vereador em 2020. Foram 85 ao todo, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), incluindo nesse levantamento Carlos Bolsonaro, filho do presidente, reeleito pela sexta vez para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Em Pernambuco, quatro candidatos a vereador acrescentaram 'Bolsonaro' ao seu nome na urna. Nenhum deles venceu.
Dois dos quatro Bolsonaros de Pernambuco disputaram uma vaga em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Esta foi a terceira tentativa de Dênis Ferreira das Graças, ou Denis Bolsonaro, de conseguir uma cadeira na Câmara Municipal, mas a primeira usando o sobrenome do presidente da República. Candidato pelo PMN, Denis fazia transmissões ao vivo no Facebook, publicava fotos e vídeos sempre usando uma camisa branca com estampa preta de Jair Bolsonaro. “Todo povo tem o governo que merece…”, escreveu ele após conseguir apenas 52 votos e não conseguir se eleger.
Vilma Santos Silva, a Vilma Santos Bolsonaro (Patriota), a segunda candidata Bolsonaro em Camaragibe, disputava pela primeira vez. Nas rede sociais usava o lema “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. Com 15 votos computados, não foi eleita.
Em Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste do estado, disputava José Adilson Vitorino da Silva, ou Adilson Bolsonaro (PSD), que se diz representante do movimento Direita Pernambuco. Ele foi mencionado em uma das lives que o presidente Bolsonaro fez para pedir votos a candidatos e também recebeu apoio em vídeo da deputada federal Carla Zambelli. ‘O vereador do presidente’, como se intitulava, conseguiu 529 votos, resultado insuficiente para uma cadeira na Câmara de Santa Cruz do Capibaribe, única cidade pernambucana que deu vitória a Jair Bolsonaro nos dois turnos em 2018. “Terminei a eleição ontem com 529 gastando 1.265 reais. Estou com a cabeça erguida, consciência tranquila e o coração em paz!”, assinalou Adilson no Instagram.
Demétrio Antonio de Santana já foi Demétrio da Compesa nas eleições de 2016 em Lagoa de Itaenga, Mata Norte de Pernambuco. Desta vez, optou pelo Bolsonaro e saiu do PDT para o Podemos. Fazia transmissões ao vivo e se dizia contra a velha política. “Esta eleição aumentou a minha convicção de que o sistema dificilmente será quebrado e que opiniões, propostas e palavras não são suficientes, mas o que importa mesmo e o que fala mais alto é o dinheiro. Com essa arma eu não jogo e entro sem medo de perder, pois para mim sair dessa batalha sem me corromper já é uma vitória, e como disse nas casas, prefiro não chegar do que chegar com rabo preso ou com dívidas a pagar “, escreveu ele nesta segunda-feira (16), após os 75 insuficientes votos recebidos.