Google pode lançar versão censurada de buscador na China

Versão adaptada do mecanismo de busca irá colocar na lista negra sites e termos de pesquisa sobre direitos humanos, democracia, religião e protestos pacíficos

por Nathália Guimarães qui, 02/08/2018 - 11:23
Reprodução Reprodução

O Google está planejando lançar uma versão censurada de seu mecanismo de busca na China que irá colocar na lista negra sites e termos de pesquisa sobre direitos humanos, democracia, religião e protestos pacíficos. As informações foram reveladas inicialmente pelo portal de notícias The Intercept.

O projeto, de codinome Dragonfly, está em andamento desde o ano passado e foi acelerado após um encontro entre o CEO do Google, Sundar Pichai, e um alto funcionário do governo chinês, segundo documentos internos da empresa.

No momento, o serviço de pesquisa do Google não pode ser acessado pela maioria dos usuários da internet na China porque está bloqueado no país. O aplicativo que o Google está construindo para a China, porém, obedecerá às rigorosas leis de censura locais, restringindo o acesso ao conteúdo que o regime do Partido Comunista de Xi Jinping considera desfavorável.

O governo chinês bloqueia informações na internet sobre oponentes políticos, liberdade de expressão, sexo, notícias e estudos acadêmicos. O país também censura sites de mídia social ocidentais populares como Instagram, Facebook e Twitter, bem como organizações de notícias americanas como o The New York Times e o Wall Street Journal.

Segundo informa o The Intercept, as equipes de programadores e engenheiros do Google criaram um aplicativo personalizado para Android que já foi demonstrado para o governo chinês. A versão finalizada do software, porém, ainda aguarda a aprovação de autoridades chinesas.

Os documentos vistos pelo The Intercept, dizem que o aplicativo de pesquisa chinês do Google não exibirá nenhum resultado na pesquisa quando as pessoas digitarem certas palavras ou frases. A censura será aplicada em toda a plataforma, passando pela busca de imagens. Os sites da emissora de notícias britânica BBC e da enciclopédia online Wikipedia estão entre os citados nos papéis.

No Google, o conhecimento sobre a iniciativa foi restrita a apenas algumas centenas de membros da força de trabalho de 88 mil pessoas da gigante da internet. A fonte citada pelo The Intercept só falou  sob condição de anonimato. Não está claro se o Google lançará uma versão para desktop de sua plataforma.

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