Lula: 'Eduardo seria o candidato em 2018, não eu'

O ex-presidente afirmou ter feito uma proposta para o ex-governador pernambucano ser o vice da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014 e neste ano estaria ''gostosamente discutindo a campanha dele''

por Giselly Santos qui, 01/03/2018 - 12:32
Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo Lula não escondeu desejo de ter Campos como afilhado político nacional Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

Aguardando uma definição judicial sobre sua eventual prisão, após ser condenado a 12 anos e um mês por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo nesta quinta-feira (1º), que este ano poderia estar discutindo a candidatura do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos à Presidência da República e não a dele.

“Se o Eduardo Campos tivesse aceitado a proposta que eu fiz para ele e para Renata em Bogotá, em julho de 2011, de ele ser vice da Dilma [em 2014] e ser nosso candidato em 2018, a gente agora estaria gostosamente discutindo a campanha dele à Presidência da República. E não a minha”, afirmou o líder-mor petista ao ser questionado se era favorável a uma hegemonização do PT no Poder e à frente da esquerda. 

“Sou contra a tese de hegemonização. Em algum momento pode ter candidato de outro partido e o PT apoiar”, ponderou, deixando claro que uma chapa majoritária tendo o PSB na liderança era o plano eleitoral dele para este ano.

Até meados de 2013, Eduardo era cogitado como vice na proposta de reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), mas ele desembarcou da base governista em setembro daquele ano para concorrer à Presidência. Em agosto de 2014, Eduardo Campos morreu em um acidente aéreo em Santos, quando se locomovia para cumprir agenda de campanha. 

Lutar até o fim

Com a ausência de Campos, Lula tem articulado uma nova candidatura ao comando do Palácio do Planalto, mas esbarrou na condenação em segunda instância em um dos sete processos que é réu na Lava Jato. Ainda na entrevista à Folha, o ex-presidente disse que não quer discutir uma candidatura alternativa dele, o famoso “plano B do PT”, e  mostrou disposição para “brigar até o fim”. “Não vou me matar nem fugir do Brasil. Vou brigar até o fim”, salientou. 

O ex-presidente pode ser preso quando os recursos que ele apresentou ao Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF4) forem esgotados. Além da prisão, ele também ficará enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Para evitar a reclusão, a defesa de Lula apresentou um pedido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que está para ser julgado na próxima terça (6). 

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