Em debate, Paulo é cobrado por promessas não cumpridas

Em resposta, o governador optou por culpar a crise econômica e o governo do presidente Michel Temer (MDB) de perseguir o Estado

por Giselly Santos ter, 28/08/2018 - 11:31
Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo Governador foi alvo de críticas diretas dos adversários Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo

O primeiro debate entre os candidatos a governador de Pernambuco foi marcado por cobranças ao atual gestor estadual, que busca a reeleição, Paulo Câmara (PSB). O pessebista, por sua vez, optou por culpar a crise econômica e o governo do presidente Michel Temer (MDB) de perseguir o Estado. 

No primeiro bloco do embate, promovido pela Rádio Jornal na manhã desta terça-feira (28), os postulantes presentes investiram em abordar assuntos como saúde, educação, segurança e infraestrutura hídrica nas perguntas entre si.

O ex-deputado Maurício Rands (Pros) questionou Paulo sobre a promessa feita em 2014 de construir quatro novos hospitais em Pernambuco, ainda não cumprida pelo atual gestor. Em resposta, o pessebista fez um balanço das ações governamentais na área e disse que mesmo com a crise dos últimos anos, a gestão dele foi eficiente. Além disso, Paulo destacou: “todas as minhas promessas de 2014 são válidas e necessárias”. 

Em reação, Rands cravou que as promessas não cumpridas levam a política à descrença. “Na campanha é fácil fazer promessas, mas essas promessas não cumpridas diminuem a credibilidade na política, por isso a candidatura Maurício Rands não vai fazer promessas que não pode cumprir. A saúde está um caos e no meu governo isso vai mudar”, rebateu o candidato.

Em seguida, Paulo Câmara indagou o senador Armando Monteiro (PTB) sobre como deve guiar a educação em um eventual governo e, por sua vez, o petebista criticou Paulo por ter um governo voltado apenas para o desenvolvimento do ensino médio, esquecendo de apoiar os municípios nos outros níveis educacionais.

“Você faz propaganda de forma massiva e a sua propaganda indica que Pernambuco tem a melhor educação do Brasil. A educação para mim é um ciclo completo. No ensino médio Pernambuco teve avanços, agora no ensino fundamental a posição de Pernambuco é ruim. Nós vamos cuidar do ensino em todos os seus ciclos. Não podemos ter a visão partida, o Estado com o ensino médio e o resto é obrigação dos municípios”, argumentou o senador, alfinetando Paulo ao dizer que a publicidade feita por ele “constrange”. 

Logo depois, Armando direcionou o debate para a área da segurança pública e, apesar de questionar a candidata Dani Portela (PSOL), os argumentos foram direcionados a Paulo com avaliações negativas para a gestão do Pacto Pela Vida. 

“Pernambuco está inseguro para viver. São 12 anos de gestão do PSB, foi feito um Pacto Pela Vida e temos que nos perguntar essa pacto foi feito pela vida de quem?”, questionou Dani.

Complementando a crítica, Armando citou o ex-governador Eduardo Campos. “Ele não terceirizou a culpa, foi para frente e Pernambuco experimentou reduções sensíveis da criminalidade, infelizmente isso não aconteceu nos últimos anos. Quero dizer aos bandidos que eles não vão ter vida fácil, isso não é uma promessa é um aviso”, reforçou. 

Para encerrar o embate direto entre os candidatos, Dani questionou Maurício Rands sobre ações hídricas para o Estado. Neste quesito, Rands disparou contra Paulo ao questionar a falta de articulação política dele em Brasília. “Faltou capacidade política do atual governo. Vou colocar toda esta força política para que Pernambuco volte a receber mais transferências voluntárias”, afirmou Rands, ao dizer que assim os recursos voltarão a ser direcionados para o Estado para obras hídricas. 

No segundo bloco, o debate girou em torno de questionamentos feitos por jornalistas e o ritmo de cobranças ao governador continuou. Indagado sobre a construção do Hospital da Mulher em Petrolina, prometida em 2014, Paulo Câmara disse que precisou investir, por conta da crise, em serviços que Pernambuco já tinha na área da saúde e prometeu que em um segundo mandato  vai “priorizar a execução do Hospital de Petrolina”. 

“Todos sabem que fomos perseguidos por Temer e seus aliados. Pernambuco é um Estado pouco endividado e não tem acesso ao crédito por perseguição. Estamos dando conta do recado aqui sim, apesar da crise”, justificou. 

Nos dois blocos seguintes, Paulo Câmara ainda foi criticado com relação a falta de autonomia da gestão do Complexo Portuário de Suape e pelo fato de ter feito “promessas demais” na campanha em 2014. 

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