Morre, aos 86 anos, o ex-deputado Fernando Coelho

Ele também foi foi presidente da Comissão Estadual da Memória e da Verdade Dom Hélder Câmara e faleceu após complicações na saúde decorrentes de um AVC

ter, 23/04/2019 - 12:02
Augusto Cataldi/LeiaJáImagens/Arquivo Augusto Cataldi/LeiaJáImagens/Arquivo

O advogado e ex-deputado federal Fernando Coelho morreu, nesta terça-feira (23), aos 86 anos, em João Pessoa. De acordo com a família, o jurista teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e já estava internado há alguns dias. Ele faleceu após complicações na saúde decorrentes de um AVC.

Fernando Coelho foi presidente da Comissão Estadual da Memória e da Verdade Dom Hélder Câmara, que investigou as violações aos direitos humanos ocorridas durante o regime militar, entre eles o caso emblemático do padre Henrique. O relatório final das apurações e juntadas de documentos da Comissão foi divulgado em 2017.

Além disso, Fernando Coelho foi deputado federal pelo MDB entre os anos de 1974 e 1982 e candidato a vice-governador em 1982, mas a chapa dele não ganhou o pleito. Ele também foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco.

O ex-deputado deixa três filhos e seis netos e deve ser sepultado em João Pessoa.

Repercussão

O governador Paulo Câmara decretou luto oficial de três dias pela morte de Fernando Coelho e divulgou uma nota enaltecendo a trajetória do político.

“Homem conhecido pelas suas atitudes firmes e posições fortes e combativas, o ex-deputado federal por Pernambuco Fernando Coelho sempre lutou pela Justiça e pela democracia no nosso Estado e no Brasil. Foi um incansável lutador que exerceu um importante papel, como político e advogado, no combate à ditadura. Contribuiu com a gestão pública como procurador do Recife, como presidente do IPSEP, no primeiro Governo Miguel Arraes, em 1963, como diretor do BNB e como Chefe da Assessoria Especial da terceira passagem de Miguel Arraes pelo Governo de Pernambuco. E com brilhantismo e responsabilidade, coordenou os trabalhos da Comissão Estadual da Verdade, deixando um legado que nos ajuda a seguir firmes em um momento como o atual”, diz Paulo no texto.

“O seu exemplo continuará nos inspirando na luta pela liberdade, que precisa ser intensificada para impedirmos o avanço de forças obscuras e comprometidas com o cerceamento dos direitos humanos e de conquistas adquiridas pela nossa população. Assim como Arraes e Pelópidas, a coerência foi uma marca em sua longa vida pública. Quero prestar a minha homenagem à família desse pernambucano que deixou o seu exemplo para as gerações seguintes”, completa a nota.

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