Ciro diz que Lula é candidatíssimo e Bolsonaro uma ondinha

O presidenciável pelo PDT acredita que o distanciamento de Lula é uma estratégia para evitar a debandada de aliados e acredita que a candidatura do petista vai fortalecer reeleição de Bolsonaro (sem partido)

por Victor Gouveia seg, 31/08/2020 - 10:24
LeiaJáImagens/Arquivo Ciro Gomes foi ministro da Integração Nacional durante o Governo Lula LeiaJáImagens/Arquivo

O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), contrariou o discurso de Luiz Inácio Lula da Silva e acredita que o petista será "candidatíssimo" na próxima corrida presidencial. De olho no cargo de chefe de Estado, o pedetista acredita que o distanciamento do ex-presidente é uma estratégia para manter coligações e candidatos da esquerda por perto.

"Lula é especialista em engodo. Se aparecer alguém com mais voto do que o PT, ótimo. Não mudou nada. Ele diz que pode haver outro candidato se houver outro nome com mais voto. Ora, então Lula é candidatíssimo. Essa frase é aperfeiçoamento do engodo", afirmou o presidenciável que foi ministro da Integração Nacional a convite do então presidente Lula.

A entrada do petista na disputa de 2022 ainda depende da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que avalia a condução do processo pelo ex-juiz Sergio Moro, acusado de parcialidade no julgamento que culminou em sua prisão e na inelegibilidade.

Para Ciro, Lula percebeu a dificuldade do PT nas eleições municipais e precisa reforçar as alianças para evitar a debandada de apoiadores. "Ao fazer isso, está sinalizando para Boulos, Rui Costa, Jaques Wagner, Flávio Dino e eu. São os que têm pretensão e todos estamos caminhando para isolar ele”, frisou, de acordo com a Época.

A presença do ex-presidente no pleito fortalece a reeleição de Bolsonaro (sem partido), acredita Gomes. "A candidatura dele aperfeiçoa o antagonismo que Bolsonaro precisa para se eleger", avaliou antes de minimizar a relevância política e popularidade do atual presidente. "Bolsonaro não sobrevive. Isso é ondinha. Ele permanece com a pior avaliação de todos os presidentes eleitos da redemocratização", concluiu.

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