Policial vira réu 16 meses depois de matar mulher negra
O policial Juan Delacruz, que atuava em Baytown, um subúrbio de Houston, foi acusado no início desta semana do crime de agressão seguida de morte de Pamela Turner, de 44 anos
A família de Pamela Turner, uma mulher afro-americana morta a tiros por um policial no estado do Texas, no sul do país, comemorou na quinta-feira (17) que o homem uniformizado foi finalmente acusado, 16 meses após a tragédia.
O policial Juan Delacruz, que atuava em Baytown, um subúrbio de Houston, foi acusado no início desta semana do crime de agressão seguida de morte de Pamela Turner, de 44 anos.
"Este é mais um passo para obter a Justiça que minha mãe merece e para que ela possa descansar respeitosamente, como deveria ser, porque ela não merecia morrer", ressaltou a filha de Turner, Chelsea Rubin, em entrevista coletiva nesta quinta-feira.
O caso de Turner é o mais recente de uma série de brutalidade policial contra cidadãos americanos negros que geram indignação e protestos em massa nos Estados Unidos.
Turner, cuja família afirma que sofria de uma doença mental, morreu em durante uma discussão com Delacruz em 13 de maio de 2019, que tentava prendê-la por pequenas acusações.
Um vídeo filmado por um transeunte os mostra lutando: o homem uniformizado tenta algemá-la enquanto ela gritava que ele a assediava. O policial então tentou usar sua arma de choque contra a mulher, que supostamente tentou agarrar enquanto gritava estar grávida.
Então, com Delacruz fora de cena no vídeo, cinco tiros são ouvidos. O policial, que alegou legítima defesa, só foi colocado em licença administrativa por uma semana enquanto as autoridades investigavam o caso.
A polícia disse que a vítima não estava grávida no momento da morte. No momento, Delacruz irá a julgamento em 28 de outubro e enfrenta uma sentença na qual pode ser condenado à prisão perpétua.
As acusações são "um passo significativo para a Justiça e uma validação de que sua vida importa, que a vida das mulheres negras importam", ressaltou o advogado Ben Crump, especialista em direitos civis, que representa a família.
Crump também representa a família de Breonna Taylor, uma outra mulher negra morta pela polícia em sua própria casa no início deste ano em Louisville, Kentucky.
Após meses de manifestações, Louisville anunciou na terça-feira um acordo de US$ 12 milhões referente ao processo por homicídio culposo movido pela família de Taylor.