'Estão canonizando o Lula', afirma Jaques Wagner

O ex-governador da Bahia justificou a ausência no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, durante os atos em solidariedade a Lula

por Giselly Santos qua, 11/04/2018 - 11:09
Ricardo Stuckert/PT Wagner ainda criticou a postura de “parte” do Ministério Público e do Judiciário Ricardo Stuckert/PT

Apontado como opção do PT para a disputa pela Presidência da República caso a eventual candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não obtenha sucesso, o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, afirmou, nesta quarta-feira (11), que o correligionário será canonizado de “tanto que batem nele”. Wagner está em Curitiba no acampamento “Lula Livre”, localizado próximo a Superintendência da Polícia Federal, onde o ex-presidente está preso desde o último sábado (7).

Ao comentar a conjuntura eleitoral, Jaques Wagner disse que o momento é para discutir uma plataforma que reúna todos os pré-candidatos da esquerda e não o nome do PT que vai participar da disputa. “Não é hora de discutir nomes. O nome é uma consequência. Se o Lula sair é inevitável que é ele que vai centralizar. Ele está virando anjo, uma ideia. Batem tanto nele que estão canonizando o Lula. Ninguém lembra dos algozes de Tiradentes ou do Zumbi dos Palmares, mas deles”, salientou.

O ex-governador também justificou a ausência no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, durante o período em que o ex-presidente esteve lá antes de se entregar para o cumprimento da pena pela qual foi condenado na Lava Jato. 

“Quem mais sentiu foi eu de não estar lá naquele momento. Nada justifica, mas isso não me tira da luta nem da homenagem ao Lula. Conheci o Lula em 1978, todos nós sentimos e choramos muito. Foi um azar [não estar presente], quem mais sofreu foi eu de não estar colado nele no momento de tristeza”, disse logo depois de ponderar que seu nome “surge como plano A, B ou C porque o PT da Bahia teve êxito”. 

Durante entrevista à imprensa, após discurso no acampamento em Curtitiba, Wagner ainda criticou a postura de “parte” do Ministério Público e do Judiciário diante do processo contra o presidente. 

“Tem um jogo, uma estratégia montada que envolve parte do MP, do Judiciário e estamos sofrendo um momento muito complicado. Não acho bom o bate boca de membros do Supremo Tribunal Federal. Que mensagem estamos dando ao povo brasileiro? Nos Estados Unidos se toma a decisão e depois se divulga. Na hora que vira torcida e  membro do Supremo opina sobre a matéria que vai ser votada está comprometendo”, lamentou. 

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