PTB e PSB são partidos de cunho golpista, diz Dani Portela

Candidata fez duras críticas à polarização criada entre o governador Paulo Câmara (PSB) e o senador Armando Monteiro (PTB) na disputa pelo Governo do Estado e ligou-os diretamente ao presidente Michel Temer

por Giselly Santos sab, 25/08/2018 - 15:30
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

Candidata do PSOL ao Governo de Pernambuco, a advogada Dani Portela fez, neste sábado (25), duras críticas à polarização criada entre o governador Paulo Câmara (PSB) e o senador Armando Monteiro (PTB) na disputa pelo comando do Palácio do Campo das Princesas. Na ótica dela, os dois tentam se descolar do presidente Michel Temer (MDB), mas fazem parte de “partidos de cunho golpista”. 

“Para mim são dois partidos de cunho golpista. Isto precisa ser dito, porque o PSB deu 29 votos fundamentais ao afastamento da presidenta Dilma, ele [Paulo Câmara] se diz arrependido, mas construiu um golpe que não foi apenas a democracia, mas que pautou uma agenda de retrocessos e retiradas de direitos. Armando, por sua vez, se diz contrário a Paulo Câmara, mas apesar de não ter votado no impeachment vota na pauta de retrocesso do governo Temer”, analisou a postulante, em conversa com o LeiaJá, após agenda nos mercados do Recife. 

Na ótica de Dani, como Temer é o presidente mais mal avaliado que o país já teve, tanto Paulo quanto Armando querem se abraçar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que lidera as pesquisas de intenções de votos na disputa presidencial, mesmo estando preso por condenação na Lava Jato. 

“Todos querem se afastar de Temer, agora querem Temer bem longe do palanque e todo mundo quer se abraçar com Lula, mas se formos olhar todos os momentos - desde o impeachment até a defesa pela liberdade de Lula e por sua candidatura - o nosso partido sempre esteve lá, do lado da democracia e das pautas de uma frente ampla de esquerda. Hoje os partidos se dizem arrependidos, você vê a polarização, mas acaba reproduzindo a forma de alianças incongruentes”, argumentou a candidata.

Sobre o fato do governador Paulo Câmara ter se colocado como arrependido de apoiar o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Dani disse que não acreditava. “Arrependimento a gente não faz a cada quatro anos para apertar um botão em eleição. Arrependimento não se faz em eleição, nem em palanque eleitoral. Arrependimento se faz na construção”, ressaltou. 

Durante os primeiros dias de campanha, Dani Portela tem tentado se firmar como uma espécie de terceira via na disputa pelo Governo de Pernambuco e disse que combaterá a polarização entre Paulo e Armando com “coerência”.  “O tamanho do palanque é o tamanho do Estado. Quando você ver essas alianças muito amplas, a máquina estatal é hipertrofiada para atender cada partido que veio ali, cedendo o tempo de TV em troca de secretaria e cargo em comissão. O Estado é feito de balcão de negócios”, criticou.

COMENTÁRIOS dos leitores