Paulo acusa FBC e Temer de mentir em benefício de Armando

Em nota, o governador disse que "ação orquestrada entre Temer e Fernando Bezerra Coelho para beneficiar Armando Monteiro só evidenciou o quanto esse grupo político está integrado e trabalhando contra os pernambucanos"

por Giselly Santos qui, 30/08/2018 - 09:39
Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo Governador disse em nota que política da Turma de Temer é minúscula Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo

O governador Paulo Câmara (PSB) emitiu uma nota, na manhã desta quinta-feira (30), rebatendo, mais uma vez, as afirmações do presidente Michel Temer (MDB) de que o pessebista esteve aliado ao seu governo desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e de que o Governo Federal destinará, até dezembro deste ano, R$ 3,23 bilhões ao Estado. No texto, Paulo acusa o Michel Temer de agir a mando do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), agora líder do governo no Senado, para beneficiar a candidatura do senador Armando Monteiro (PTB) a governador. 

Na nota, o candidato à reeleição diz que o presidente cumpriu “uma tarefa eleitoral minúscula a serviço dos seus aliados” e “tentou interferir na eleição local com a falsa afirmação de que teria algum tipo de proximidade” com ele. 

“A ação orquestrada entre Temer e Fernando Bezerra Coelho para beneficiar Armando Monteiro só evidenciou o quanto esse grupo político está integrado e trabalhando contra os pernambucanos. A mentira se estendeu a um documento que supostamente deveria conter os investimentos federais no Estado”, diz o texto, assinado pela equipe de comunicação de Paulo Câmara. 

O documento a que a nota se refere é um relatório da Secretaria-geral da Presidência da República enviado ao Jornal do Commercio que aponta que os R$ 3,23 bilhões destinados a Pernambuco foi para a Transposição do São Francisco, que abrange outros Estados como Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte; a restauração de igrejas no Recife e em Olinda; a construção de 2,9 mil casas do programa Minha Casa, Minha Vida; e a construção da Barragem Poço Branco, no Rio Grande do Norte. Além disso, também estão inclusos no relatório o pagamento de beneficiários do Bolsa Família, em 2017 e 2018, e a liberação do PIS/Pasep e contas inativas do FGTS.

O governador chamou o relatório de “obra de ficção” e reforçou a tese de que Pernambuco é injustiçado pelo governo Temer. “Elenca como aporte do Governo Temer em Pernambuco desde construções realizadas no Rio Grande do Norte, passando por repasses obrigatórios aos trabalhadores, como PIS/PASEP e FGTS. Além de itens que deveriam acontecer em 2018 e nem sequer foram iniciados. Nenhuma linha sobre o fechamento do crédito nos bancos oficiais para Pernambuco e nem sobre o fim do repasse para obras importantes como a Adutora do Agreste, que não recebeu nenhum centavo da União em 2018”, argumenta a nota. 

“O documento também não menciona que Temer impediu por duas vezes a devolução da autonomia de Suape, assim como prometeu e não cumpriu a prorrogação dos incentivos fiscais para que a FIAT realize mais um investimento de R$ 7 bilhões que gerarão 13 mil novos empregos”, acrescenta.  

Por fim, a nota diz que “quem sabe o que o presidente Temer significa pra Pernambuco é o nosso povo que dá 94% de rejeição a ele”. “O papel a que se prestou o presidente mostra a exata dimensão de sua estatura política e do tamanho do seu empenho com a candidatura do senador Armando Monteiro e toda a sua turma”, alfineta, concluindo.

A pitada de pimenta colocada por Temer nas eleições estaduais nessa quarta (29), ao afirmar que a rejeição de Paulo Câmara a ele era apenas eleitoral e de que o governador pernambucano era seu aliado, foi o suficiente para aquecer o debate. 

As falas do emedebista foram proferidas no mesmo momento em que nenhum dos dois principais palanques - nem o de Paulo nem o de Armando - querem ter a imagem atrelada ao presidente com, segundo dados da pesquisa Ibope de junho, 4% de aprovação do governo e 79% de rejeição. 

Tanto Paulo quanto Armando se dizem eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que apesar de condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, tem lidera as pesquisas de intenções de votos e é o principal cabo eleitoral em Pernambuco, onde o lulismo é forte. 

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