Armando defende lista tríplice para chefe da Polícia Civil

Atualmente, no Estado, a indicação para este posto é política, apesar de, na maioria das vezes, o cargo ser ocupado por delegados de carreira. Para Armando é possível que os delegados indiquem três nomes para que o governador escolha

por Giselly Santos sex, 14/09/2018 - 13:30
Léo Caldas/PTB Armando encontrou com delegados nesta sexta Léo Caldas/PTB

Candidato a governador de Pernambuco, Armando Monteiro (PTB) afirmou, nesta sexta-feira (14), que pretende manter um canal de diálogo permanente com as polícias no Estado caso seja eleito. Na ótica dele, a adoção desta postura contribuirá para a melhora dos índices de violência. Neste sentido, ao apresentar as propostas de governo para membros da Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (ADEPPE) e ouvir sugestões dos delegados, o postulante se comprometeu em adotar a dinâmica de lista tríplice para escolher o chefe da Polícia Civil do Estado. 

Atualmente a indicação para este posto é política, apesar de, na maioria das vezes, o cargo ser ocupado por delegados de carreira. “Essa ideia é algo que dá ao governante a possibilidade de prestigiar a instituição e resguardar o seu direito de escolha, porque sendo uma lista tríplice pode fazer com que a escolha recaia ao que pareça mais adequado”, salientou Armando, pontuando que uma lista tríplice expressa a visão do setor. 

Apesar da abertura, o senador também deixou claro que as indicações não tiram do governador a liderança da questão da segurança pública. “É perfeitamente possível pensar nesse sistema com a manutenção da prerrogativa política do governador de indicar o mais importante no organograma da segurança que é a o secretário de Defesa Social, que é quem comanda as ações de segurança, e o governador vai tomar para si as ações de coordenação estratégica, de acompanhamento e de monitoramento”, complementou, explicando. 

Durante o debate com os delegados pernambucanos, Armando aproveitou para reforçar as críticas à condução da segurança pública no governo Paulo Câmara (PSB). O petebista questionou os dados fornecidos pelo Estado com relação aos índices de violência e atuação da polícia, salientou a perda de capacidade de investimento da gestão em tecnologia para a atuação policial e disse que o diálogo vai pautar um eventual governo seu. 

“Em primeiríssimo lugar, quero dizer que assim que assumir terei disposição firme de estabelecer diálogo permanente e verdadeiro com o setor. E que o governante possa ter também a condição de oferecer sempre a polícia os números reais do estado, a situação orçamentária do Estado. Precisamos tratar essa questão com absoluta transparência. Respeito recíproco e ao dialogar não falsear, não querer enrolar de forma alguma. Pautar o diálogo na linha de absoluto respeito. Nosso entendimento é que precisamos dialogar em todos os temas de remuneração à melhoria da condição de trabalho”, exemplificou Armando. 

O desenvolvimento do Pacto Pela Vida também foi pontuado pelos delegados. O presidente da ADEPPE, Francisco Rodrigues, chegou a dizer que o “Pacto deixou de ser um programa de governo para ser um programa de marketing” e o número de casos resolvidos pelos agentes de segurança não eram publicizados. 

Na visão do candidato, é preciso “ajustar o modelo de governança da segurança”, uma vez que hoje o Pacto Pela Vida precisa ser repactuado. “O Pacto representou um modelo interinstitucional bem feito, a ideia do pacto, o desenho do Pacto me parece adequada. Agora por várias razões ligadas a operacionalização, falta de investimento, melhor coordenação e articulação, o Pacto, na visão de muitos especialistas, inclusive do doutor José Luiz Raton, naufragou. Em uma das afirmações ele diz: ‘o Pacto morreu’”, lembrou. 

“Ora, temos que verificar o que é que dessa experiência pode ser aproveitado e fazer os ajustes necessários. Um ponto que me parece importante é que quando vamos pactuar as metas do Pacto é necessários que se envolva todos os conjuntos da segurança. Nosso compromisso é prestigiar as polícias Civil e Militar de Pernambuco, sem eles não poderemos dar a virada que temos certeza que daremos na segurança”, acrescentou Armando, dizendo que pretende, para dar mais eficácia ao programa, ampliar o funcionamento das delegacias, criar novas centrais de inteligência e liberar os policiais de funções administrativas. 

A discussão com os membros da ADEPPE ainda rendeu na entrega de um documento com dez sugestões para a plataforma de governo de Armando. Além dele, a associação também vai se reunir com os candidatos Maurício Rands (Pros), na segunda-feira (17), e o governador Paulo Câmara, que busca a reeleição, na terça (18).

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