Nomes de PE reforçam articulações por disputa pelo Senado

Candidatos da Frente Popular e da federalização Brasil da Esperança estão com os nomes colocados; decisão final será do ex-presidente Lula (PT) e do governador Paulo Câmara (PSB)

por Alice Albuquerque sab, 23/04/2022 - 15:17
Marcello Casal Jr/ABR Senado Federal Marcello Casal Jr/ABR

Pernambuco tem cinco nomes à disposição para concorrer ao Senado representando o Estado: a vice-governadora Luciana Santos (PCdoB), a presidente do PSOL Olinda, Eugênia Lima, o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, e os deputados federais André de Paula (PSD) e Carlos Veras (PT). No entanto, três deles estão à disposição de um mesmo grupo, a Frente Popular - e dois também integram a federalização Brasil da Esperança.  

A deputada estadual Priscila Krause (PSDB), por sua vez, até o momento, não confirmou que irá concorrer à cadeira de senadora. De acordo com informações, ela está trabalhando prioritariamente para a reeleição na Alepe. 

Consenso do PSOL

Com o nome posto desde setembro do ano passado, Eugênia Lima tenta pela segunda vez alcançar o posto de senadora por Pernambuco.

“O meu nome foi colocado em consenso ainda no ano passado. Em janeiro, tivemos a nossa conferência eleitoral, que definiu que João Arnaldo seria o nome do Governo e eu estaria nessa vaga do Senado, por entender a importância de debater o Senado. É a segunda vez que me coloco na disputa. É importante que o PSOL-PE debata nacionalmente, entendendo que é importante tirar Bolsonaro do poder e eleger Lula, para ter um espaço no Senado e na Câmara que possa, junto com o presidente Lula, revogar as reformas, pensar numa política que possa trazer a esperança de volta para o povo", afirmou. 

De acordo com a candidata, a esperança é que a Frente Popular, "não repita o que fez com Fernando Bezerra Coelho". "Ele foi apoiado pela Frente Popular e a gente o viu na CPI da Covid e sendo o líder do governo Bolsonaro, sendo o desserviço pernambucano. O partido [PSOL] não quer correr esse risco entendendo que temos que fazer esse debate mais aprofundado".

Eugênia ironizou dizendo não ter "a máquina do nome do pai, do avô, do tio", em referência ao prefeito João Campos (PSB) e a deputada federal Marília Arraes (Solidariedade). "Estamos nessa luta esperando fazer história de ser a primeira mulher senadora de Pernambuco, entendendo os desafios de que não temos a máquina do nome do pai, do avô, do tio, o que é mais fácil. Eu e João entendemos que podemos ser os únicos candidatos da classe trabalhadora que, para chegar até aqui não foi fácil. Não temos essa herança de berço que nasce e já sabe o que é que vai ser". Ela informou, ainda, que o PSOL nacional deve se reunir no final de abril para definir e anunciar oficialmente o apoio ao ex-presidente Lula (PT). 

O candidato de Bolsonaro

A candidatura do ex-ministro Gilson Machado foi anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda em março deste ano, em vídeo ao lado do então prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL). Na gravação, Bolsonaro ressaltou que "cada vez mais nós estamos nos organizando para que possamos bem representar o nosso estado e o nosso Brasil por ocasião do futuro político que se apresenta para todos nós".

Frente Popular e Brasil da Esperança

O espaço mais disputado para concorrer ao Senado está na chapa da Frente Popular de Pernambuco, o deputado federal Carlos Veras (PT) e a vice-governadora Luciana Santos que, juntos [PT e PCdoB], integram a federalização Brasil da Esperança, anunciada recentemente, são dois nomes que já estão na disputa pela vaga. Além deles, o deputado federal André de Paula (PSD) também pleiteia a corrida pela Casa Alta. 

À reportagem, Luciana Santos deixou claro que a tendência não é concorrer à Câmara dos Deputados. “Ainda não houve uma conclusão desses nomes [colocados ao Senado], que tem candidato republicano, candidato do PT, mais de um, até, apesar da estadual já ter decidido o nome [Carlos Veras] e, como uma frente grande, ainda estamos dialogando e vendo qual a melhor equação para isso”, explicou. 

“Discutimos essa questão do Senado por achar que a gente precisa construir uma chapa neste sentido de mudança, do ‘Fora Bolsonaro’ liderado pela possibilidade da vitória de Lula. A gente acha que essa identidade precisa estar explícita para dar mais nitidez à política. Por isso defendemos essa saída”, salientou. A vice-governadora também ressaltou que o maior objetivo é “derrotar Bolsonaro”.

Por sua vez, o deputado federal Carlos Veras (PT), que já tem a decisão e o apoio do PT-PE para concorrer ao Senado, destacou que "é importante para a chapa majoritária da Frente Popular ter o PT na chapa". "Essa identidade com o presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores, ter um senador que vai ajudar o presidente a fazer grandes mudanças que esse País precisa, resolver problemas graves. Temos como pauta o combate à fome, desigualdade social, inflação e desemprego", disse. 

"Nos colocamos à disposição do presidente Lula e apresentamos a decisão da executiva estadual. Agora, está nas mãos do presidente Lula, da direção nacional do PT, e do governador Paulo Câmara para escolher o melhor caminho para a Frente Popular. Acreditamos que o melhor caminho seja a vaga do Senado com o PT", defendeu. 

A reportagem do LeiaJá não conseguiu falar com o ex-ministro Gilson Machado e nem com o deputado André de Paula (PSD).

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