Não há acordo com o governo Bolsonaro, diz Rodrigo Maia

De acordo com o presidente, o processo eleitoral na Câmara dos Deputados é independente e a Casa é um poder que "garante o diálogo, o equilíbrio, e a boa participação de todos os partidos”

por Giselly Santos qui, 17/01/2019 - 14:26
Rafael Bandeira/LeiaJáImagens Na ótica do democrata, não se pode confundir o processo eleitoral de outubro de 2018 com o vivido na Casa legislativa Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

O apoio do PSL à reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para presidente da Câmara Federal tem deixado alguns partidos de esquerda resistentes ao nome do democrata, a exemplo do PSB. Agindo para tentar reconquistar o partido pessebista, Maia deixou claro, nesta quinta-feira (17), que sua candidatura não firmou acordo com o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Na ótica do democrata, não se pode confundir o processo eleitoral de outubro de 2018 com o vivido na Casa legislativa.  

“A Câmara tem uma representação definida pela sociedade, que está toda representada em mais de 20 partidos. O PSL é um deles. Não há nenhum acordo, na minha candidatura, que construí com o governo, a Câmara é um poder independente”, ressaltou o presidente, em conversa com jornalistas depois de um encontro, no Recife, com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e deputados do PSB, PRB, PSDB, PDT, MDB, DEM e PCdoB.

“Agora o PSL elegeu 52 deputados que precisam ser respeitados, como também os 55 deputados do PT. Acho que uma boa Câmara é aquela que garante o diálogo, o equilíbrio, e a boa participação de todos os partidos”, acrescentou. Rodrigo Maia prometeu ao PSL que, se for eleito, vai dar a presidência da Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante da Casa, e da Comissão de Finanças para o partido.

Rodrigo Maia minimizou o fato do PSB ter se afastado dele por conta do apoio do PSL. “Foi uma decisão partidária [do PSL] e é assim que eu trato. Não misturo as relações [partido e governo], até porque como diz a própria Constituição, é fundamental a independência entre os Poderes, que é ela que garante a democracia”, disse.

O presidente da Câmara foi indagado se também estava angariando o apoio do PT, ele asseverou que sim. “Claro, estou dialogando com todos os partidos, os 512 deputados. Todos foram eleitos e têm legitimidade para ser presidente e votar no presidente. Preciso dialogar com todos, sempre colocando aquilo que a gente acredita, com transparência naquilo que a gente fará caso vença as eleições”, observou.

Ainda que o PSB - integrante de um bloco formado juntamente com PCdoB e PDT - não vote nele, Maia já tem bem encaminhado o  apoio da legenda comunista. A presidente nacional do partido e vice-governadora Luciana Santos também esteve no encontro que aconteceu no Palácio do Campo das Princesas, sede da gestão estadual. “Estamos caminhando bem com o apoio do PCdoB, temos uma relação histórica que vem do governo do presidente Aldo Rebelo, da qual eu apoiei no primeiro momento. Nossa relação vem de longe é de muito respeito e confiança, principalmente muito diálogo e compromisso com o que a gente promete”, frisou. O PDT também já anunciou que deve apoiar Maia.

Já com um leque amplo de partidos ao seu lado, o democrata também aproveitou a vinda a Pernambuco para encontrar os parlamentares reeleitos e eleitos, dos quais pode contar com o voto no dia 1º de fevereiro, quando está marcada a eleição. Sobre o encontro, que aconteceu durante o almoço no JCPM, no bairro do Pina, Maia disse esperar “um bom diálogo, que a gente possa mostrar o que a gente pensa, formatando e buscando construir o entendimento com os deputados para o dia da votação”.

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