Poderíamos escrever sobre a ressaca rubro-negra já depois do tropeço diante do Criciúma, na terça-feira passada, em Santa Catarina. No entanto, preferi guardar o meu pensamento, pois aquele resultado pode ser considerado “normal”. Antes da partida de sábado, encontrei com um velho conhecido que não via há tempos e que só me recordo de conhecê-lo pelo apelido: Caxinxa.
Caxinxa é daqueles caras arretados. Do tipo que sai todo dia e encontra um trabalho diferente para fazer e que vai acumulando experiências por onde passa. Em um dos encontros que tive com ele por acaso, certo dia, ouvi quando ele disse: “tomei ‘umas’ cervejinhas e fiquei de ressaca. Quando fui trabalhar minha visão não tava muito boa. Logo me lembrei, já sei qual é o remédio”. Juro que pensei em alguma substância “pós-farra”, desses que a gente acompanha nos comerciais da TV. Não, não. Eu estava enganado. O sábio Caxinxa explicou. “Vou ali tomar mais uma, minha visão vai logo clarear. Uma ressaca só se cura tomando outra”.
Ok! Fazendo um paralelo entre o ditado e a situação do Sport, aguardei, então, a partida frente ao ABC – adversário que não tinha mais tantas pretensões na competição, além da grande necessidade do Leão em vencer o jogo para seguir próximo ao G-4.
Invasão rubro-negra em Natal, toda aquela agitação preliminar e dentro de campo... Enfim, todo mundo viu o que aconteceu.
Caso não, vamos relembrar em poucas palavras: Sport entrou apagado no jogo. Tomou dois gols, um aos 30 e outro aos 32, que não foram simultâneos por que a física não permite. Não bastasse isso, o rubro-negro estava longe de mostrar um futebol digno de um time que deseja voltar à série A.
E ficou pior depois que Marcelinho Paraíba desperdiçou um pênalti na segunda etapa, e o time do Rio Grande do Norte ainda fez o terceiro, para decretar de vez a tarde desastrosa leonina.
Pois é, se uma ressaca só se cura tomando outra, o Sport já está no limite para cumprir o velho dizer popular. Até porque a torcida já não tá com a mesma confiança de poucos dias atrás. Além disso, só restam apenas 10 partidas para o término da série B – o que aumenta a ansiedade e a preocupação por parte dos leoninos. Dos 30 pontos em jogo, o Leão precisa conquistar, aproximadamente, mais 22 para alcançar a meta de 65, que – dizem os matemáticos – é a pontuação necessária para chegar na elite do futebol nacional.
A chance de curar a ressaca já acontece amanhã diante do São Caetano, na Ilha Retiro. Caso o Sport não vença, aí sim os rubro-negros terão motivos de sobra para “curtir” uma boa dor de cabeça. Afinal de contas, o caminho vai se tornar ainda mais tortuoso para a série A. E, lembrando o saudoso Caxinxa: “Ressaca prolongada é fuleragem”.
