Pés no chão é a alma do negócio

Thiago Graf / LeiaJá, | ter, 22/11/2011 - 14:49
Compartilhar:

Rivalidade, tradição, torcidas... Esses três elementos, mais que qualquer outro, permeiam o futebol brasileiro. Assim como também são comuns as brincadeiras, provocações entre esses mesmo amantes do esporte bretão.

Comecei falando isso para poder chegar ao ponto principal e que passa, necessariamente, por esses três aspectos.  

O fato envolvendo o meia Eduardo Ramos e o atacante Kieza durante a comemoração do acesso alvirrubro foi - no mínimo - desnecessário.  Após uma grande campanha, com salários pagos em dia e com boa organização fora dos gramados, o Náutico só tem motivos para comemorar os seus próprios feitos. Mas então, entrou em cena a famosa rivalidade, fruto da tradição. Os dois jogadores, em cima do trio elétrico, rasgaram uma camisa e tocaram fogo em um chapéu da Jovem, maior torcida organizada do Sport.

O que isso teria haver com a comemoração? Pois é, eu também me perguntei. De fato, uma equipe que teve um bom aproveitamento, disputa a artilharia, o primeiro nordestino a garantir vaga na série A 2012, que vai ter renda anual de – aproximadamente – 40 milhões de reais no ano que vem e que tem tudo para galgar objetivos e títulos maiores não precisa está lembrando do rival que ainda luta para ficar no G-4.

Muito podem dizer: “Mas isso é o futebol. A brincadeira, a zoação faz parte”.  Mas como já diria o cantor de brega Conde “Tudo demais tem limite”. Kieza e Eduardo passaram do limite.

E não existe essa história de que a torcida Jovem é violenta. Isso não justifica. O quebra-quebra que aconteceu há pouco tempo atrás na Ilha do Retiro, quando o time vinha mal das pernas, foi outro fato lamentável e que também não se justifica por motivo algum.

Por mais que as provocações façam parte do imaginário futebolístico, é preciso ter um bom-senso para tudo, principalmente, quando se envolve uma gama de pessoas.

Logo depois do ocorrido, o meia afirmou, em entrevista à imprensa pernambucana, que tudo se tratou de um “ato impensado”. Realmente. Mas será que é tão fácil esquecer dessa rivalidade tradicional? Será que é fácil não prever os acontecimentos e a repercussão negativa de um simples ato que deveria ter sido pensado e reprimido? A emoção, às vezes, pode ser um grande mal ao futebol.

Muito me admira Eduardo Ramos, que já foi aclamado por esta mesma torcida, não saber a grandeza da rivalidade entre Sport e Náutico. Ou Até Kieza, que já chegou a estar bem perto de um acerto com o Leão em temporadas mais antigas.

Enfim, isso também não serve de desculpa para resposta rubro-negra. Violência, agressão e desrespeito não fazem parte do futebol. Pelo menos não deveria.

Não vamos mais “remoer” esse assunto. Que a lição tenha ficado, até porque ano que vem está bem próximo, um sensacional Campeonato Pernambuco se aproxima .Os dois são bons jogadores e podem ajudar o Náutico, dentro de campo, a fazer bonito, da mesma forma como foi em 2011.

Pernambuco vive uma verdadeira lua de mel com seu futebol. E como cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém, fica a dica para uma próxima comemoração alvirrubra, que – espero eu – seja em breve, assim como também desejamos para Sport, Santa Cruz, Salgueiro, Porto, Central e todos os outros.

Se a paz reinar, todos vencem!

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Carregando