Um dos nomes alternativos que vão disputar a presidência do senado, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), ao conceder entrevista ao Portal LeiaJá, comentou que não cai bem uma instituição pública, ter um presidente eleito sem debater os principais temas do parlamento.
O senador, Renan Calheiros (PMDB) é o nome indicado pelo executivo federal e pelo PMDB para presidir a Casa e provavelmente seja eleito nesta sexta-feira (1), quando os parlamentares escolhem os 10 membros da Mesa diretora. “Não podemos concordar com esse falso consenso construído. O Congresso Nacional vive uma crise, principalmente por causa dos micos, quase king Kong, dos nossos parlamentares”, reforçou Randolfe.
##RECOMENDA##Rodrigues ressaltou que um cargo como esse precisa ser debatido junto à sociedade. "O presidente do senado não pode ser eleito se afastando da cidadania e da opinião pública. São cerca de R$ 3 bilhões anuais de orçamento e não se tem um debate com a opinião pública sobre a reforma política e a reforma eleitoral. Alguma coisa está errada, alguma coisa está fora da ordem”, declarou.
Alguns senadores do PMDB, como Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Pedro Simom (PMDB-RS) são contrários à indicação de Renan, além de Cristovão Buarque (PDT-DF) e Pedro Taques (PDT-MT), outro nome que vai concorrer à presidência. “Os votos dos senadores que apoiam uma candidatura alternativa poder ir para mim ou Pedro Taques. É difícil sagrarmos vitoriosos, mas a ideia é mais importante do que o voto”, comentou Randolfe.
Segundo o senador, não é justo um sistema político e eleitoral inadequado, onde os interesses de uma empreiteira estão à cima do interesse público. “No último ano, o Senado só fez votar medidas provisórias do executivo. Precisamos votar a reforma política e o financiamento de campanha. Também precisamos discutir e votar a partilha do Fundo de Participação dos Estados. O parlamento não teve a competência de priorizar uma agenda do Brasil. Precisamos mudar”, pontuou Randolfe.