Tópicos | Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho

O chefe do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, respondia diretamente ao presidente afastado do grupo, Marcelo Bahia Odebrecht, afirmou Marcos Paula de Souza Sabiá, gerente de Recursos Humanos da empresa, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato. O departamento é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como a "Diretoria de Propinas" da empreiteira.

Marcelo Odebrecht está preso preventivamente desde 19 de junho do ano passado, quando foi deflagrada a Operação Xepa na 26.ª fase da Lava Jato, e negocia delação premiada. Segundo a força-tarefa, a empreiteira realizava pagamentos ilícitos por meio do setor. A denúncia referente às propinas não tem relação com a Petrobrás.

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Sabiá não é réu na Lava Jato e depôs nesta quarta-feira, 20, como testemunha de defesa de Angela Palmeira Ferreira, funcionária da Odebrecht que fazia parte do setor de propinas e foi presa temporariamente na 23.ª fase da Lava Jato, a Acarajé.

Questionado por Moro sobre o que era o setor, ele disse se tratar de uma "estrutura como todas as demais estruturas da organização, não tinha nada que eventualmente fosse diferente de uma outra estrutura".

Moro perguntou a quem era subordinado Silva Filho. "Ele tinha sua delegação e, dentro da macroestrutura, ficava ligado ao diretor-presidente da organização", disse a testemunha. "Seria o senhor Marcelo Odebrecht?", questionou o juiz federal. "Isso", respondeu Sabiá, que trabalha há 18 anos na empresa.

Na ação penal da Operação Xepa, o MPF delimitou a denúncia aos repasses do setor de propinas para João Santana e sua mulher e sócia, Mônica Moura, presos desde fevereiro deste ano. O casal de marqueteiros das campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff teria recebido US$ 6,4 milhões no exterior de contas atribuídas à Odebrecht e R$ 23,5 milhões no Brasil.

Investigação

Além dos funcionários do setor de propinas da empreiteira, que tinham um software próprio para fazer a contabilidade dos pagamentos ilícitos e o Drousys em que eles se comunicavam por apelidos, o MPF afirmou na denúncia que dois doleiros teriam atuado para o departamento da propina, por meio de operações dólar-cabo. Nelas, eles recebiam repasses da Odebrecht no exterior e dispunham a quantia em dinheiro vivo no Brasil.

Ao todo foram 45 pagamentos aos marqueteiros no Brasil, de 24 de outubro 2014, ainda durante o período eleitoral daquele ano em que Dilma se reelegeu, até o dia 22 de maio 2015. "O que mostra um acinte em relação à Justiça", afirmou o coordenador da Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, quando a denúncia foi entregue à Justiça Federal.

Procurada pela reportagem, a defesa do presidente afastado da Odebrecht não respondeu até a conclusão desta reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma figura central das investigações em cooperação do Ministério Público Federal do Brasil com autoridades da Suíça é Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, diretor do grupo. Os promotores suíços querem ouvir Silva Filho nas investigações da daquele País envolvendo um americano e as offshores Smith & Nash Engeneering Company, aberta em Nassau, Arcadez Corp, de Belize, e Havinsur SA, de Montevidéu.

Essas três offshores estão no grupo de 10 empresas do tipo usadas pela Odebrecht, segundo apontam as investigações da Operação Lava Jato, para pagar propinas a ex-diretores e gerentes da Petrobras.

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A Suíça pediu autorização para fazer diligências no Brasil no âmbito da investigação sobre corrupção e lavagem de dinheiro supostamente envolvendo a Odebrecht na Suíça.

O Ministério Público de Genebra quer ouvir extenso rol de investigados da Operação Lava Jato, inclusive cinco ex-diretores da Petrobras, dos quais dois delatores, Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Pedro Barusco (ex-gerente de Engenharia).

Os promotores suíços incluíram Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho no grupo de pessoas que pretendem ouvir. As autoridades suíças pedem também cópia de documentos que 'demonstrem o pagamento de valores entre as sociedades componentes do grupo Odebrecht e as empresas Smith & Nash Engineering Co. Inc., Arcadex Corp., Havinsur S/A, Golac Project and Construction Corp., Rodira Holdings Ltd e Sherkson.

O pedido de cooperação jurídica da Suíça chegou ao Brasil via Ministério da Justiça, informou o procurador da República Carlos Bruno Ferreira da Silva, secretário de Cooperação Internacional em exercício da Procuradoria-Geral da República. Em ofício encaminhado ao procurador Daltan Dallagnol, que integra a força-tarefa da Lava Jato, o secretário da Cooperação Internacional descreveu a pauta das autoridades de Genebra.

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