O cantor Josildo Sá foi o responsável por abrir oficialmente o São João de Gravatá, no agreste pernambucano, na virada desta quinta (23) para sexta-feira (24). A noite estava fria e chuvosa, mas com o seu "Samba de latada", ele recepcionou um público tímido que, aos poucos, foi chegando na área central da cidade - onde o palco principal foi instalado. 

Antes de encontrar com o público, o forrozeiro conversou com o Portal LeiaJá. Para Josildo, tocar na véspera de São João tem um 'gostinho' a mais: "Hoje é um dia especial, véspera de São João. É quando comemoramos a nossa festa com força mesmo", comemorou. O cantor está trabalhando um novo show com músicas inéditas que estarão no seu DVD, a ser lançado ainda neste semestre. E, nem a chuva parecia desanimar o sertanejo: "Eu sou suspeito para mandar a chuva embora porque eu sou do sertão e adoro chuva. Com ou sem ela, o samba de latada vai vibrar e vamos fazer com que as pessoas e os pingos de chuva dancem". E decretou: "Se não tiver gente, os pingos da chuva vao dançar".

Josildo Sá aproveitou para questionar sobre a configuração das atuais festas juninas, que agregam às suas programações artistas que, tradicionalmente, não costumam fazer parte deste circuito: "A festa de São João está perdendo as características e isso não pode acontecer. Quem tem poder tem que melhorar e manter nossas tradições. Eu não sou contra nenhum tipo de música, mas cada uma tem seu tempo. E agora a prioridade é sempre a tradição, de tocar o mestre Luiz Gonzaga, o forró de Assiszão, a poesia e o forró de Maciel Melo e Petrúcio Amorim". E encerrou fazendo um apelo aos governantes: "O poder público tem que estar muito alerta para nao deixar morrer nossas raízes e eu acredito que é o momento de repensar isso e valorizar mais nosso trabalho". Nesta primeira noite, a atração principal em Gravatá foi o cantor baiano Bell Marques.