Tópicos | transações atípicas

A ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro (PL) e candidata a deputada distrital, Ana Cristina Valle (PP-DF), a mãe de Jair Renan, o filho 04 de Bolsonaro, movimentou R$ 93 milhões em operações financeiras entre março de 2019 e janeiro de 2022. Além disso, ela também realizou transações atípicas, segundo a Polícia Federal, após analisar um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). 

O documento foi utilizado para fundamentar um pedido à Justiça Federal para investigar uma transferência bancária realizada poe Ana Cristina na compra de uma mansão em Brasília avaliada em R$ 2,9 milhões. 

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Dos recursos movimentados pela ex-esposa do presidente da República, foram registradas transações que somaram R$ 4,2 milhões em crédito (entrada) e R$4,3 milhões em débitos (saída). O período das transações foi quando a candidata trabalhou como assessora do vereador Renan Marassi (PL), na Câmara de Vereadores de Resende (RJ), com remuneração de R$6,2 mil, e também como auxiliar parlamentar da deputada federal Celina Leão (PP-DF) em Brasília, com salário de R$8,1 mil.

A advogada deixou o cargo no Congresso em junho deste ano para concorrer a deputada distrital. De acordo com a PF, o fluxo financeiro da conta de Ana Cristina é incompatível com a sua principal fonte de renda. Sendo assim, os investigadores pediram autorização judicial para apurar como ela adquiriu um imóvel localizado numa região nobre de Brasília. 

Ao Globo, a candidata negou a movimentação financeira e apontou que o Coaf “mentiu e praticou fraude”. Ela também disse que vai pedir uma abertura de investigação contra o órgão. “Invadiram minha conta e quebraram meu sigilo bancário ilegalmente. Nada encontraram e falsificaram informações, enganando a todos. Nada existe e ainda desafio eles a mostrarem as comunicações financeiras de movimentações atípicas ou mesmo um simples extrato bancário com estes valores alegados por eles falsamente”, disse a ex-mulher do presidente ao Globo. 

Um cheque no valor de R$978 mil depositado na conta de Ana Cristina também foi considerado atípico pelo relatório financeiro do Coaf, que chegou a citar uma operação de crédito referente a um investimento de R$600 mil realizado pela mesma na bolsa de valores em outubro de 2020, e o resgate de R$300 mil de um plano de previdência.

A Polícia Federal apontou a suspeita de que Ana Cristina usou um laranja para contratar um financiamento bancário para adquirir uma mansão. “Há indícios de utilização de terceira pessoa interposta para obtenção de financiamento imobiliário. Tal conduta possui alcance típico de delito contra o sistema financeiro” detalharam os investigadores ao solicitar a instauração do inquérito.

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