O Bairro do Recife recebe, nesta segunda-feira (11) de Carnaval, diversos blocos líricos. Os grupos, que mantêm viva a tradição dos antigos carnavais e das melodias e que até hoje embalam os foliões, desfilam com imponência, diversão e serenidade. Entretanto, grande parte dos blocos não recebe incentivos para manter essa cultura.
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Segundo a presidente do Bloco Batutas do São José - fundado no ano de 1932 -, Nadira Maria, é difícil conservar a magia dos blocos sem incentivo. “Somos nós mesmos que produzimos as fantasias e com nossos recursos. Vale lembrar que nem todo mundo possui dinheiro para confeccionar as roupas, que custam em média R$ 350”, desabafa, emocionada, Maria, que desfila há 35 anos no Batutas e preside o bloco há 14 anos.
O amor a tradição e as dificuldades também foram ressaltadas pelo Secretário Geral do Bloco Madeira do Rosarinho, Reginaldo Filho. “É um prazer ver todos no bloco no final, vale a pena mesmo com a falta de incentivo. Gastamos em média R$ 25 mil em toda agremiação, criamos, contratamos pessoas especializadas para manter vivo o bloco”, enfatizou Reginaldo.
Mesmo com as dificuldades, a alegria não tem idade e nem tamanho. A integrante mais velha do Bloco Pierrot de São Jose, Creuza Andrade, de 92 anos, declara o amor pelo Carnaval: “Amo Carnaval e há 25 anos faço questão de desfilar”, fala alegremente ao LeiaJá. A técnica em enfermagem Josicleide Lima, que desfila há 23 anos no Pierrot e traz no braço seu filho Vinícius, de dois anos, diz que o Carnaval está no sangue. “Moro no Bairro de São José e essa tradição já está dentro de mim, trouxe Vinícius na barriga e ensinarei a ele a beleza dessa cultura”, fala, emocionada.
O Marco Zero está sendo o ponto de encontro dos principais Blocos Líricos. Ao todo 19 grupos desfilam, sendo Blocos Cordas e Retalhos, Flor do Eucalipto, das Flores, Flor da Lira de Olinda, Eu Quero Mais, da Saudade, Pierrot de são José, Batutas de São José e Banhista do Pina, entre outros.