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A Rússia fará um balanço nesta segunda-feira (23) do teste de alguns equipamentos que, em princípio, vão-lhe permitir isolar a Internet no país dos servidores mundiais e garantir seu funcionamento, mesmo em caso de uma ciberguerra mundial.

Estes testes acontecem no marco de uma polêmica lei que entrou em vigor no início de novembro. Seus críticos temem que possa ser usada para censura, mas o governo nega.

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Segundo o Ministério russo das Comunicações, citado pela agência pública RIA Novosti, trata-se de testar, em zonas especializadas, mecanismos de reação a "ameaças" no funcionamento estável e seguro de Internet na Rússia.

Os internautas "sequer se darão conta de que estes testes estão sendo realizados", afirmou o porta-voz do Ministério, Evgueni Novikov, citado pela agência.

Segundo a televisão pública russa Rossiya 24, já foram feitos testes em vários níveis nas últimas duas semanas. "O objetivo é assegurar a estabilidade e o funcionamento da Internet no território russo sob qualquer circunstância", declarou o vice-ministro das Comunicações, Alexei Sokolov, ao canal.

Segundo o Kremlin, esta lei está pensada para proteger o "segmento russo" de Internet, caso haja uma desconexão dos grandes servidores mundiais, situados na Europa e nos Estados Unidos. O objetivo é permitir que os serviços do Estado e a rede bancária russa funcionem, mesmo em caso de uma guerra, ou de ciberataques em massa.

Com o procedimento, vai-se reorganizar o tráfego de Internet para reduzir a quantidade de dados transmitidos do exterior.

Para isso, os provedores de acesso deverão instalar uma infraestrutura especial, proporcionada pelas autoridades, nas redes sociais para 2021. Neste ano, acontecem as próximas eleições legislativas.

Não foram divulgados detalhes sobre esta infraestrutura especial, mas esta tecnologia permitirá à Polícia russa de Internet - a Roskomnadzor - realize, se necessário, uma "inspeção profunda de pacotes" (DPI), ou seja, uma análise de todo tráfego que transitar pelos servidores russos e redirecionar o fluxo para sites, ou serviços específicos.

A Roskomnadzor também poderá bloquear qualquer página, ou conteúdo, diretamente, uma tarefa que hoje recai para as operadoras.

Os Estados Unidos (EUA) usam armas informáticas em sua guerra contra o grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria - informou nesta segunda-feira (29) o secretário de Defesa norte-americano, Ashton Carter.

"Usamos ferramentas informáticas para enfraquecer a capacidade do grupo Estado Islâmico de operar e se comunicar no campo de batalha virtual", afirmou Carter numa coletiva de imprensa no Pentágono.

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"Trata-se de fazer com que eles percam a confiança em suas redes, de sobrecarregá-las para que não possam funcionar, e fazer tudo aquilo que perturbe sua capacidade para comandar suas forças, e para controlar a população e economia", explicou o secretário.

Na mesma coletiva, o chefe do Estado-Maior das forças conjuntas, o general Joe Dunford, comparou sitiar no terreno os membros do EI em seus redutos em Mossul (Iraque) e Raqqa (Síria), com sitiá-las no ciberespaço. "Estamos tentando tanto física como virtualmente isolar o Estado Islâmico", disse Dunford.

Mas as duas autoridades se negaram a detalhar estas ciberoperações. "Não queremos que os membros do EI sejam capazes de notar a diferença entre as perturbações vinculadas às ciberarmas norte-americanas e outras perturbações, explicou o general.

Os Estados Unidos estão constituindo uma força com cerca de 6 mil soldados especializados em guerra informática, sob o comando atualmente do almirante Michael Rogers, diretor da poderosa Agência de Segurança Nacional (NSA) e chefe do Comando Cibernético do Pentágono.

Por ora, o Pentágono foi muito discreto sobre as operações desta força. Mas a administração prevê aumentar em 15% os fundos para a guerra informática no orçamento de defesa de 2017, em 6,7 bilhões de dólares, pouco mais do 1% do orçamento total do setor.

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