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Eric Schmidt, presidente do conselho da Google, surpreendeu durante a abertura da CeBIT, maior exposição sobre telecomunicações e TI do mundo, e que termina sábado em Hanover, na Alemanha, com um discurso messiânico. Falou sobre o futuro da tecnologia , envolvendo telepresença holográfica, carros que dirigem sozinhos, traduções automáticas e a popularização da conexão de 1Gbps através de fibra óptica, proporcionando comunicação para todos. E não disse uma só palavra a respeito de privacidade, tema que os usuários dos serviços da Google na Alemanha e em outros países da Europa parecem mais preocupados, especialmente diante da nova política de privacidade da empresa.

Semana passada, autoridades europeias de proteção de dados chegaram a formalizar um pedido para que a medida fosse adiada até que  pudessem analisar melhor as práticas de privacidade da companhia em contraponto com as leis europeias de proteção de dados pessoais.

Angela Merkel, chanceler alemã, alertou que os serviços de computação em nuvem, como aqueles oferecidos pela companhia de Mountain View, não estão livres de perigos. “Quanto mais eles se tornam necessários, como a eletricidade que sai das tomadas da parede, mais importante é o fato depender deles” afirmou, concluindo a cerimônia de abertura. “Quando as pessoas armazenam seus dados pessoais na nuvem, precisamos nos certificar de que essas informações não serão utilizadas por mais ninguém”. 

David McAllistar, premiê da do estado alemão da Baixa Saxônia, região na qual o evento foi realizado, foi mais direto em seus apelos. “Com a internet penetrando cada vez mais nas esferas dos negócios, administração e governo, o problema de segurança e confiança no mundo digital está se tornando mais importante e aumentando seu interesse” apontou  McAllister, antes do discurso de Schmidt. “Independentemente de quão entusiasmados estivermos a respeito do potencial da internet, das mídias sociais como plataforma para informação e comunicação, é importante considerar o preço da privacidade e das leis de copyright. 

Por fim, Dieter Kempt, presidente da Bitkom, associação da indústria de alta tecnologia da Alemanha, também reservou seus conselhos para Schmidt. “Sinais de confiança a respeito da proteção de dados, segurança e transparência são, de longe, os critérios mais importantes” para a compra de bens e serviços online, definiu. “Sem confiança não podem haver compras online ou computação em nuvem”.

Schmidt falou logo depois de Kempt e descartou sumariamente a importância da confiança na tecnologia, argumentando que, para que nós possamos confiar, a tecnologia precisa existir primeiro. O presidente do conselho da Google falou mais a respeito do que a tecnologia pode nos trazer, incluindo conexões de fibra óptica que poderão fornecer acesso à internet com velocidade de 1Gbps por volta de 2020, carros capazes de serem guiados em alta velocidade sem motorista pelas ruas da Alemanha , e a possibilidade de alugar dispositivos de telepresença holográfica para visitar lugar que carros não podem chegar, do que dos riscos inerentes ao seu uso.

O executivo reconhece que mesmo quantidades modestas de conectividade web para algumas pessoas podem mudar suas vidas. “Haverá elites. Contudo, elas não terão o monopólio do progresso", disse. "Os fracos se tornarão fortes, e aqueles que não possuem nada terão alguma coisa”. Mas um abismo digital continuará a existir, e “a lacuna entre o topo e a base será maior do que hoje” definiu. 

Por fim, Schmidt concluiu que “podemos criar um mundo conectado igualitário”, deixando um misto de surpresa e incompreensão em algumas pessoas que acompanharam o discurso. 

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