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A Coreia do Norte disparou pelo menos um míssil balístico não identificado neste sábado (18), afirmou o exército sul-coreano, antes dos exercícios conjuntos entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul na semana que vem em Washington.

"A Coreia do Norte dispara um míssil balístico não identificado no mar do Leste", informou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, referindo-se ao corpo de água também conhecido como Mar do Japão.

O Japão também confirmou o lançamento. O míssil é do tipo "ICBM" e poderia ter atingido a zona econômica exclusiva do Japão, segundo o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.

"Parece que o míssil balístico disparado pela Coreia do Norte caiu na zona econômica exclusiva do Japão, a oeste de Hokkaido", disse Kishida a repórteres.

De acordo com Hirokazu Matsuno, porta-voz do governo japonês, Pyongyang "lançou um míssil balístico do tipo ICBM na direção leste. Ele voou por aproximadamente 66 minutos".

Esse míssil balístico intercontinental percorreu cerca de 900 km antes de cair às 18h27, horário local (06h27 no horário de Brasília), disse o porta-voz.

Anteriormente, o vice-ministro da Defesa do Japão, Toshiro Ino, havia indicado que, segundo as previsões, o míssil deveria cair cerca de 200 quilômetros a oeste da ilha de Oshima, ao longo da ilha de Hokkaido (norte do Japão).

Kishida explicou que havia "instruído [as autoridades japonesas] a informar a população e verificar minuciosamente a situação de segurança".

Em novembro passado, outro míssil disparado por Pyongyang - no âmbito de uma série de lançamentos de intensidade sem precedentes - também teria caído na zona econômica exclusiva do Japão.

Essa zona cobre até 200 milhas náuticas (370 quilômetros) em torno de suas costas.

O lançamento deste sábado, o primeiro de Pyongyang desde 1º de janeiro, ocorreu poucos dias antes de Seul e Washington iniciarem exercícios de simulação em Washington, onde ambos os aliados discutirão como podem responder ao uso de armas nucleares de Pyongyang.

Os exercícios da próxima semana se concentrarão em "planejamento conjunto, direção e resposta conjunta com os ativos nucleares de Washington" se Pyongyang realizar um ataque nuclear, explicou um funcionário do Ministério da Defesa sul-coreano à AFP na sexta-feira.

As tensões militares aumentaram na península coreana depois que a Coreia do Norte se declarou um Estado nuclear "irreversível", realizando vários testes de armas, apesar das sanções internacionais impostas contra o governo de Pyongyang.

Em resposta, a Coreia do Sul aumentou seus exercícios militares conjuntos com seu aliado americano.

O líder norte-coreano Kim Jong Un disse que seu país aspira à força nuclear mais poderosa do mundo ao comemorar o lançamento de seu mais novo míssil balístico intercontinental (ICBM), informou a mídia estatal neste domingo (27).

Kim também promoveu mais de 100 funcionários e cientistas por seu trabalho no Hwasong 17, que os analistas chamam de "míssil monstro" e que acredita-se que possa atingir o território continental dos Estados Unidos, poucos dias depois de seu lançamento em um teste.

Kim saudou o novo ICBM como "a arma estratégica mais poderosa do mundo" e disse que os cientistas norte-coreanos deram "um salto maravilhoso no desenvolvimento tecnológico da montagem de ogivas nucleares em mísseis balísticos", informou a agência de notícias oficial KCNA.

Construir a força nuclear para proteger a dignidade e a soberania do Estado e do povo "é a maior e mais importante causa revolucionária, e seu objetivo é ter a força estratégica mais poderosa, a força absoluta sem precedentes no século", disse Kim na cerimônia.

Os oficiais e cientistas promovidos demonstraram ao mundo o "objetivo de construir o exército mais forte do mundo", acrescentou.

O veículo de lançamento Hwasong 17 foi proclamado "Herói da RPDC (Coreia do Norte)", disse a KCNA em um relatório separado. "Demonstrou claramente ao mundo que a RPDC é uma potência nuclear de pleno direito", segundo a agência.

Hong Min, do Instituto Coreano de Unificação Nacional, comentou que a celebração do lançamento do Hwasong 17 visa elevar a imagem de seu país como uma potência nuclear.

"Se o Hwasong 15 de 2017 se concentrou em se tornar o país que pode ameaçar a pátria dos EUA com armas nucleares, o novo míssil pretende torná-lo o Estado mais poderoso com mísseis balísticos", disse ele.

Desde 2006, o Conselho de Segurança da ONU aprovou várias resoluções impondo sanções contra Pyongyang por sua atividade nuclear e de mísseis.

Durante uma sessão de fotos no sábado com autoridades e cientistas envolvidos no lançamento do míssil, Kim pediu "reforço ilimitado da força defensiva", disse a KCNA.

Kim exortou cientistas e trabalhadores a "expandir e fortalecer o elemento nuclear de dissuasão a uma velocidade excepcionalmente rápida".

O jornal oficial Rodong Sinmun publicou várias fotos de Kim com sua "amada filha", que apareceu pela primeira vez em fotos públicas durante o lançamento do ICBM na semana passada. Até então, a imprensa estatal nunca havia mencionado os filhos de Kim. Na verdade, a publicação da semana foi a primeira confirmação oficial de que ele tem uma filha, segundo especialistas.

As imagens mostram uma garota que se acredita ser a segunda filha de Kim, Ju Ae, vestida com um casaco de pele preto no braço de seu pai enquanto passa pelo míssil gigante.

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