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A publicação de livros no Brasil por autores estreantes tem como cenário a queda de 7% no faturamento do mercado editorial em 2015, segundo dados do Sindicato Nacional dos Editores de Livros. De acordo com a 4ª pesquisa “Retratos da leitura no Brasil”, realizada pelo Ibope sob encomenda do Instituto Pró-Livro, 74% da população não comprou nenhum livro nos últimos três meses e 30% dos entrevistados nunca compraram um livro.

A quantidade de títulos novos no mercado editorial diminuiu em 8,5%, enquanto a tiragem cresceu 9,3% (dados de 2014). “A estratégia tem sido lançar menos títulos com tiragens maiores, pois isso permite um ganho de escala que equilibra o jogo nesse momento“, explica Pedro Almeida, da Faro Editorial.

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Para o filósofo e escritor Renato Alexandre, o analfabetismo funcional e o pragmatismo da atual geração são os grandes problemas. “O número de pessoas que leem e escrevem, mas sem ao menos compreender aquilo que escrevem, está chegando a níveis alarmantes. Como o processo de leitura é algo que exige um ‘mergulhar’ na dimensão no mundo do texto, sendo esse processo algo que pode ser muito exigente, intelectualmente falando, e as pessoas não querem esforço, são pragmáticas, querem facilidades, querem tudo de forma imediata, acabam abandonando esse mergulho profundo, trocando-o, muitas vezes, por ‘leitura água com açúcar’, que não exige nada, nenhum esforço intelectual, apenas o maravilhoso mundo da imaginação”, explica.

 

Renato teve seus três livros publicados pela editora Novo Século (com selo Ágape), nos anos 2011, 2012 e 2014, considera difícil sustentar-se ‘apenas’ com a renda proveniente da venda de livros. “Para a maioria dos autores é destinada a soma de apenas 10% do valor total por cada exemplar comercializado. A menos que você se consagre como um best-seller, não vejo possibilidade de sobreviver da venda de livros”, conclui.

 

Lançamento

 

O lançamento de novos livros ocorre por meio de uma editora comercial, por demanda ou de maneira independente. Na primeira, é possível à editora arcar 100% com os investimentos.

Outro meio, mais prático, é a publicação de maneira gratuita e online no site “Clube dos Autores”, que funciona quase como uma livraria online, e a impressão dos livros ocorre por demanda, ou seja, o livro só é impresso após a compra. Porém, o livro não possui qualquer selo e a divulgação fica por conta do próprio escritor.

“O importante então, é mandar para uma editora apenas quando se tem certeza de que produziu o melhor livro possível. Por isso, ter leitores “betas” e “críticos externos” pode ser de grande valia. Afinal, uma editora nunca irá avaliar o mesmo livro uma segunda vez. Há apenas uma chance”, diz Pedro Almeida, da Faro Editorial. Com experiência de 18 anos no mercado, ele explica que, de todos os projetos enviados por novos escritores para uma editora, apenas 0,5% é aproveitado. As editoras têm interesse em lançar novos autores e títulos, mas para isso é preciso fazer um investimento, que deve ser mensurado com previsão de retorno, o que explica a dificuldade nesse processo.

Antes de lançar um livro, Almeida recomenda que o escritor amadureça a escrita e se conecte com leitores por meio de tecnologias digitais, como blogs e whattpad.

 

 

 

 

 

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