Tópicos | PEC domésticas

A empresa brasileira Lalabee desenvolveu uma ferramenta digital que promete beneficiar o relacionamento entre empregados domésticos e seus contratantes. Batizada como Lalabee Home (lalabee.com.br), a plataforma fornece soluções que ajudam a gerenciar todas as obrigações ligadas à nova lei trabalhista (emenda constitucional 72), que ficou conhecida como PEC das Domésticas.

Com a Lalabee Home, é possível controlar a rotina semanal do empregado por meio de uma folha de ponto digital de modo que não exceda a jornada combinada. O empregado é cadastrado na plataforma e ele mesmo registra o horário de entrada e saída por meio de um smartphone ou telefone convencional.

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O serviço calcula automaticamente os vencimentos a serem pagos mensalmente, gerando todos os documentos como folha de ponto, recibo de salários, guia do INSS e vale-transporte. Além disso, controla e calcula férias, adiantamentos, pagamento de prêmios e rescisões. 

De acordo com o CEO e cofundador da Lalabee, Marcos Machuca, essa foi uma demanda que apareceu junto com a PEC, que levou muitos empregadores a terem dúvidas sobre como regularizar a situação do seu empregado doméstico. 

"Com a PEC, vimos como era importante ter uma plataforma que auxiliasse não só nas questões legais, sobre cálculos e geração de documentos, mas também que facilitasse na relação com o empregado doméstico, permitindo que funcionários com dificuldades de escrita e leitura possam ter uma solução de controle de jornada acessível e um meio de comunicação prático com seu patrão", destaca Machuca.

O aplicativo está disponível para as plataformas iOS e Android. A expectativa é que até o fim de 2015, a Lalabee tenha 22,5 mil clientes, com faturamento de R$ 4 milhões.

Pouco mais de um ano após ser aprovada, a chamada "PEC das Domésticas", emenda constitucional que amplia os direitos trabalhistas dos empregados domésticos no País, ainda depende de regulamentação, que está parada na Câmara. Com a maioria dos benefícios ainda sem regulamentação - como FGTS, férias e adicional noturno -, a emenda não provocou mudanças significativas no mercado de trabalho e ainda não conseguiu aumentar a formalização no setor.

Segundo dados da pesquisa Pnad Contínua, do IBGE, apesar de a formalização no mercado de trabalho ter crescido em todas as regiões do Brasil no último trimestre de 2013, no segmento de empregados domésticos o índice permaneceu estável - foi de 31,3%, no último trimestre de 2012, e de 31,1%, no mesmo período de 2013.

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Em São Paulo, o Sindicato das Empregadas e Trabalhadores Domésticos registrou um aumento de 5% no número de profissionais com registro em carteira em 2013. Mesmo com esse crescimento, Eliana Gomes Menezes, diretora do sindicato, acredita que o atraso na regulamentação pode ter incentivado demissões no setor ao longo do último ano. "Quem contrata está com medo de ser penalizado e prefere demitir a funcionária", diz.

A agência de empregos Única, especializada na contratação de trabalhadores domésticos, teve queda de 50% no número de contratos fechados entre março e abril do ano passado, época da aprovação da PEC - e nunca mais voltou ao patamar anterior.

Por ora, apenas a nova jornada de trabalho já está em vigor - 44 horas semanais. No entanto, muitos empregados continuam com uma carga horária superior. É o caso de Maria de Oliveira, doméstica há quatro anos, mas sem registro em carteira.

Contratada há um mês, ela afirma que ainda negociará a formalização com os patrões, desde que o salário não diminua por causa dos benefícios. "Como eu recolhia os impostos como autônoma, a lei não mudou nada na minha vida", conta.

Ela recebe R$ 1,7 mil para trabalhar de segunda a sexta, valor acima da média do mercado. Por outro lado, cumpre uma carga diária elevada: dorme na casa dos patrões, começa o expediente às 7h e encerra às 22h, com uma hora de intervalo.

Diaristas

Para escapar da obrigatoriedade do registro em carteira, Maria Augusta Bruschini, que agencia domésticas voluntariamente na Paróquia Santa Teresa de Jesus, no Itaim, em São Paulo, explica que os contratantes optam por duas profissionais para não estabelecer vínculo trabalhista.

Joselita dos Santos, diarista há três anos sem registro, confessa que não notou muitas mudanças com a nova legislação. "ão conheço ninguém que tenha passado a receber FGTS ou aumento de salário. Pelo contrário, algumas pessoas estão recebendo menos."Ela argumenta que os patrões não podem manter a mesma remuneração e ainda arcar com as despesas dos benefícios.

No entanto, alguns trabalhadores já usufruem dos novos direitos. Maria das Graças Nunes Silva, de 56 anos, era registrada há 18 anos, mas não tinha controle de jornada de trabalho - chegava a trabalhar até 15 horas por dia. "m maio, logo após a aprovação, minha patroa sentou com a gente para discutir o assunto" conta. Hoje, Maria trabalha das 13h às 21h, recebe hora extra e até o FGTS - que ainda nem foi regulamentado. "É ótimo porque agora eu tenho mais tempo livre e até faço academia." Ela diz que algumas conhecidas passaram até a estudar à noite.

Para Mário Avelino, presidente do Instituto Doméstica Legal, a emenda tem o potencial de aumentar rapidamente a formalização no setor, mas necessita de ajustes. "A PEC é boa, porque quebra talvez a última barreira de uma cultura escravagista. No entanto, como o empregador não é uma empresa, é preciso deixá-la equilibrada", diz. "Estimo que, até dezembro, com a multa, a informalidade no setor deve diminuir uns 30%. Se a lei for regulamentada de forma que olhe os dois lados, podemos diminuir até 50%."

Patrões

Já para o Sindicato dos Empregadores Domésticos do Estado de São Paulo, a legislação não é viável por ser muito onerosa ao contratante. "Não adianta gerar direitos e mais direitos de uma categoria em detrimento daqueles que os empregam", diz Margareth Galvão, presidente da instituição.

"O salário (dos patrões) não subiu na mesma proporção que os encargos trabalhistas criados pela emenda." Segundo ela, o sindicato recebe cerca de 30 ligações por dia, sendo a preocupação maior o cuidado ao idoso, que inclui jornada noturna.

Para a voluntária Maria Augusta Bruschini, é cada vez mais difícil encontrar profissionais dispostos a pernoitar no trabalho - em parte porque as funcionárias não querem e também pela dificuldade de delimitar a carga de trabalho. "Na época em que a lei saiu, a procura caiu bastante, porque as patroas não sabiam como registrar ou não queriam o vínculo trabalhista."

Para simplificar essa dinâmica, surgiram empresas de pagamento eletrônico de funcionários como a Pagga Domésticos, que ajudam os patrões a cuidar da burocracia. Pelo modelo, o empregador paga um boleto com o valor total e a doméstica recebe o salário em conta ou por meio de um cartão de débito oferecido pela empresa.

A companhia tem 11 mil empregadores cadastrados, sendo que 4,6 mil utilizam os serviços ativamente. "Quem se cadastrou ainda não utiliza o serviço porque está aguardando a regulamentação da lei, principalmente o início da obrigatoriedade do recolhimento do FGTS", explica o presidente da empresa, Armando Ribeiro. Com a regulamentação da emenda, a estimativa da Pagga é atingir 100 mil trabalhadores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um ano depois de aprovada a Emenda à Constituição que ampliou os direitos trabalhistas dos empregados domésticos, a falta de regulamentação torna ineficaz a PEC das Domésticas. A tramitação na Câmara dos Deputados, atrasada pela bancada feminina que aguardava o ano eleitoral para ter uma plataforma eficaz de busca de votos, será, agora, uma das prioridades desse mês de abril. Durante a votação, contudo, deve haver mudanças em pontos fundamentais, como a contribuição sindical, e o banco de horas. A regulamentação da Emenda das Domésticas foi aprovada no Senado em julho do ano passado. Como já foi analisado pela Comissão Mista de Regulamentação das Leis, e portanto, já avalizado por deputados e senadores, o texto deveria ter seguido direto para o plenário da Câmara. Usando manobras regimentais, a bancada feminina, encabeçada pela deputada Benedita da Silva (PT-RJ), conseguiu segurar a votação, mas agora vai pressionar pela aprovação rápida.

Benedita, que sempre se opôs a algumas ideias do autor da regulamentação, senador Romero Jucá (PMDB-RR), vai apresentar emendas no plenário. Vai propor que a contribuição sindical, facultativa no texto original, passe a ser obrigatória. Para ela, é preciso garantir que os trabalhadores domésticos tenham exatamente os mesmos direitos dos demais. Com base nesse mesmo argumento, outra mudança que Benedita tentará emplacar é em relação ao banco de horas. Após diversas reuniões com o governo, Jucá determinou que primeiras 40 horas extras mensais - a PEC instituiu um regime de oito horas de trabalho diárias - devem ser pagas em dinheiro. O restante permanece no banco de compensação de horas, que pode ser revertido em folgas no fim de um ano.

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Para a deputada, que já foi empregada doméstica e atua diretamente na causa, todo o excedente trabalhado deve ser pago mensalmente, não devendo restar brechas para conflitos entre patrões e empregados. Ela também quer mudar o porcentual de contribuição ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) que Jucá estabeleceu no texto. O senador sugeriu que o empregador pague 11,2% por mês, sendo 8% para a contribuição e 3,2% para um fundo que constituirá a multa de 40% por demissão sem justa causa. Jucá alega ser necessário assegurar aos patrões condições de arcar com os custos trabalhistas gerados pela nova lei. Caso o empregado se afaste por conta própria ou seja demitido com justificativas previstas em lei, como maus tratos e abandono de emprego, o patrão poderá reaver o valor. Funcionaria como se fosse uma poupança forçada.

Benedita afirma que há necessidade de dar ao empregado doméstico o mesmo tratamento dado aos demais profissionais e, portanto, deseja que o empregador pague 8% mensais de FGTS e, nos casos de demissão sem justa causa, arque com os custos trabalhistas. Após a votação pelos deputados, a regulamentação dos direitos das domésticas será novamente votado pelo Senado e, em seguida, vai à sanção da presidente Dilma Rousseff. Ela pode vetar trechos, mas não possui prerrogativa de acrescentar artigos ou modificar a redação que receberá do Congresso. Crítico da demora da Câmara em votar o texto e insatisfeito com as mudanças que a bancada feminina da Câmara pretende implementar, Jucá avisou: "O Senado vai analisar as emendas que os deputados acrescentarem ao texto, mas se não concordarmos, voltamos ao texto original.

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No Brasil, o trabalho doméstico ficou conhecido por muitos anos pelos vínculos de informalidade. A Proposta de Emenda Constitucional (66/2012) conhecida como a PEC das domésticas, levou os movimentos sindicais e sociais a discutir a equiparação dos direitos trabalhistas para esta categoria de profissionais.

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A aprovação da PEC gerou uma repercussão que elevou o número de demissões das empregadas domésticas em todo território nacional. Estima-se que existem mais 100 mil domésticas no estado de Pernambuco e que em abril de 2013, mês em que começou a vigorar alguns direitos legais da Emenda Constitucional, o número de contratações para diaristas cresceu mais que o esperado.

Para Mila Cordeiro, diretora do Sindicato das Empregadas Domésticas em Pernambuco, o desconhecimento sobre os principais pontos da PEC, fez com que muitos patrões dispensassem suas empregadas.

Aproveitando essa reconfiguração no mercado de trabalho, uma empresa no Recife decidiu investir em soluções para atender às demandas das famílias que necessitam do trabalho doméstico. A cooperativa Coopvita oferece múltiplos profissionais que são constantemente treinados e qualificados. Segundo o diretor financeiro, Antônio Marcos, a busca por esta modalidade de serviço aumentou em torno de 700%. Ele explica que os benefícios na hora de contratar um profissional através de uma cooperativa são muitos. “A família não precisa se preocupar com as responsabilidades previdenciárias e com o vínculo empregatício, já que estas questões ficam a cargo da cooperativa”, disse.

Para ele, esse fato tem relação com o anúncio da PEC das Domésticas, no ano passado, que assustou muita gente, e infelizmente ainda não saiu do papel. No vídeo abaixo, Antônio Marcos explica como funciona o trabalho da cooperativa: 

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Apesar de a diarista trabalhar menos horas por semana, o trabalho por dia é, geralmente mais intenso e produz maior estafa, podendo contribuir para o surgimento de problemas futuros de saúde. A vulnerabilidade que as diaristas enfrentam é muito grande e, quando ficam doentes, não podem trabalhar e consequentemente, não recebem salário.

A Agência do Empreendedorismo Individual e Autônomo, da Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo de Pernambuco, disponibiliza profissionais capacitados a prestarem serviços em casas ou empresas. De acordo com o órgão, o número de intermediações para contratação de diaristas em março de 2013 foi de 346, e saltou para 600 intermediações em abril de 2013, mês que a PEC entrou em vigor.

Atualmente, a Agência de Empreendedorismo Individual e Autônomo vem realizando uma média 800 intermediações por mês apenas para contratação de diaristas.

Felícia Mendonça, auditora fiscal, da Superintendência Regional de Trabalho e Emprego – SRTE/PE considera que a tentativa de regulamentar os direitos para a classe das domésticas é uma luta extremamente válida para a categoria. Ela pontua que a lei traz mais segurança para os contratantes.

“Os empregadores precisam entender que estão resguardados ao registrar a carteira de trabalho da empregada doméstica. Quando se paga a contribuição previdenciária, se o trabalhador adoecer, é a Previdência Social quem vai arcar com todo o período de recuperação deste profissional. Sem o recolhimento da contribuição previdenciária, é o empregador quem vai pagar todo o período de afastamento” explicou Felícia.

“Já a para as diaristas, o empregador corre o risco, porque ele precisa verificar se a diarista está com as contribuições em dia. E na hora que houver um acidente de trabalho, ela pode acionar a justiça pra discutir se a relação era mesmo de diarista” finalizou.

Emenda Constitucional

Em (02) de abril do ano passado entrou em vigor uma série de direitos para o empregado doméstico, a partir da Emenda Constitucional nº 72. Com a publicação, os direitos foram automaticamente reconhecidos.

PEC das domésticas: direitos adquiridos e regras definidas

Alguns dos direitos que já estão valendo são:

- Salário equiparado ao mínimo nacional;

- Jornada de trabalho com até 44 horas semanais;

- 13º Salário;

- Hora extra (mínimo de 50% do valor da hora normal, podendo cumprir 2 horas diárias);

- Licença-maternidade (até 120 dias, sem prejuízo do emprego e salário);

- Férias; 

- Folga em feriados;

- Vale transporte;

- Estabilidade na gravidez (Até cinco meses após o parto).

 

Direitos que estão aguardando regulamentação:

- FGTS (percentual de 8% para o Fundo de Garantia);

- Intervalo para refeição e descanso;

- Seguro-desemprego;

- Adicional noturno;

- Salário família.

Quem aderiu?

A proposta que gerou extensas polêmicas e debates divide opiniões por parte dos empregadores. O empresário Bruno Viana, explica o motivo que o levou a conceder o benefício do FGTS para sua empregada doméstica. “Desde que ouvi falar sobre o direito que as empregadas poderiam ter em relação ao FGTS, conversei com meu contador e decidi fazer o recolhimento do Fundo de Garantia” comentou. 

Serviço

Agência do Empreendedorismo Individual e Autônomo

Endereço: Rua da União, 293, Boa Vista

Contratantes podem ligar (81) 3183-7232 ou acessar o site

Coopvita – Cooperativa de Serviços de Saúde 

Endereço: Rua dos Médicis, 115 Boa Vista 

Telefone: (81) 3222-5858

O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, informou nesta quarta-feira, 17, que está "bem avançado" o trabalho de regulamentação das novas regras trabalhistas para empregado doméstico. Ele acredita que até o final de maio é possível concluir a regulamentação. "Eu acho que vai ser fácil porque se trata de uma categoria especial", disse.

"A presidente Dilma pediu urgência. Queremos ver se, no menor prazo possível, teremos essa regulamentação, simplificando bem a implementação dessas medidas. Está bem avançado e está tendo boa vontade de todo mundo", afirmou.

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