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O ministro das Comunicação do governo Lula, Juscelino Filho (União Brasil-MA), indicou emendas para pagar obras feitas por uma empresa da qual a Polícia Federal diz que ele é o verdadeiro dono. As verbas foram indicadas quando ele era deputado federal e foram para o seu reduto eleitoral, no Maranhão.

O caso foi revelado pelo Estadão, que mostrou que ao menos 4 empresas comandadas por pessoas próximas do ministro ganharam R$ 36 milhões em contratos com a prefeitura de Vitorino Freire (MA), governada pela irmã de Juscelino, Luanna Rezende (União Brasil). Entre elas está a Arco Construções e Incorporações, que fez R$ 16 milhões em contratos com a prefeitura entre 2017 e 2022. Segundo a Polícia Federal, a empresa pertence "faticamente" a Juscelino, ainda que, no papel, seja de Antonio Tito Salem Soares, apontado pela organização como "testa de ferro" do ministro.

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Ao Estadão, a assessoria de Juscelino negou que ele tenha qualquer relação com a empresa. Tito afirmou conhecer o ministro, mas negou ser "laranja" dele na companhia.

A assinatura de Juscelino aparece em um dos contratos firmados com a empresa da qual, segundo a PF, o ministro seria sócio oculto e verdadeiro dono. A emenda no valor de R$ 2,56 milhões foi indicada pelo então deputado em 2017, para reparos em estradas de terra na cidade governada pela irmã, como mostrou o jornal Folha de São Paulo. Ao jornal, a defesa do ministro disse que a ilação é absurda e negou que ele tenha obtido proveito pessoal com verba pública.

Ao Estadão, Antonio Tito admitiu ter certa intimidade com Juscelino Filho e afirmou que já frequentou a casa do ministro. Seus irmãos chegaram a fazer campanha por ele e estiveram entre os primeiros a serem recebidos no seu gabinete, depois de assumir o ministério das Comunicações, ainda em janeiro. Já Candida Santana, esposa de Tito e uma das fundadoras da companhia, foi assessora de Juscelino enquanto ele era deputado.

Tito, no entanto, nega ser laranja de Juscelino. "As alegações que fazem é de que sou um laranja de uma pessoa que só conheço socialmente, mas nunca tive nenhum acordo, nenhuma negociata. Sou dono da minha própria empresa, que foi aberta desde antes de conhecê-lo, inclusive", afirmou. A Arco Construções foi aberta em setembro de 2015, assim que Juscelino assumiu seu primeiro mandato como deputado federal do Maranhão.

Outra ligação de Juscelino com a empresa está em Anne Jakelyne Silva Magalhães. Ela foi sua assessora durante seu tempo como deputado, mas deixou o cargo comissionado na Câmara para ser uma das sócias da Arco Construções.

Ainda na ocasião da revelação do Estadão, a assessoria do ministro afirmou que "não teve e não tem qualquer relação societária, direta ou indireta, com essa empresa". Segundo nota, por não ter vinculação com a firma investigada, Juscelino "não pode ser responsável pelos seus contratos."

No dia 1º de setembro, Tito e a irmã de Juscelino, Luanna Rezende, foram alvos no âmbito da terceira fase da Operação Benesse. A apuração da PF foi baseada em uma série de reportagens do Estadão, que revelou o mau uso de dinheiro público por Juscelino.

Empresas de pessoas próximas de Juscelino Filho ganharam mais de R$ 36 milhões

Ao menos quatro empresas de amigos, ex-assessoras e uma cunhada do ministro Juscelino Filho ganharam mais de R$ 36 milhões apenas em contratos com a prefeitura de Vitorino Freire. O Estadão apurou que o município governado pela irmã de Juscelino contratou as firmas com verbas do orçamento secreto e de emendas parlamentares destinadas pelo próprio ministro.

Todas essas empresas intensificaram seus negócios a partir de 2015, quando Juscelino assumiu pela primeira vez uma cadeira de deputado - três foram abertas no início do mandato.

Além da Arco Construções, há a Mubarak, que acumulou R$ 4,8 milhões em contratos. Diogo Tito, irmão de Antonio Tito, é sócio oculto da empresa. Na segunda semana como ministro, Juscelino recebeu o empresário no gabinete sem registrar na agenda oficial.

A Maranhão Asfaltos, que tem como sócia-administradora Aline Cavalcanti Fialho Vale, irmã da mulher de Juscelino, Lia Cavalcanti, ganhou três contratos de R$ 1,3 milhão, entre 2017 e 2018, para o fornecimento de concreto para estradas.

Outra obra executada por empresário ligado ao ministro é o asfaltamento de uma estrada de 19 quilômetros que beneficia oito fazendas da família de Juscelino em Vitorino Freire, como revelou o Estadão. O contrato de R$ 5 milhões foi firmado com a Construservice, de Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo Imperador, "conhecido" do ministro há 20 anos. No total, a firma ganhou R$ 14,1 milhões.

Benefícios do Orçamento Secreto à própria fazenda

O contrato fechado com a Construservice também foi revelado pelo Estadão. Juscelino Filho destinou R$ 50 milhões em emendas sigilosas do Orçamento Secreto enquanto era deputado. Desse valor, R$ 5 milhões foram usados para asfaltar uma estrada de terra que passa em frente à sua fazenda em Vitorino Freire, cidade governada pela irmã. O valor foi para a Construservice.

Cinco meses após a assinatura do contrato, em julho de 2022, o empresário Eduardo Imperador foi preso pela Polícia Federal, acusado de pagar propina a servidores federais para obter obras na cidade e de ser sócio oculto da Construservice. O engenheiro da Codevasf, estatal controlada pelo União Brasil, partido do ministro, foi afastado sob suspeita de receber R$ 250 mil em propina de Imperador. Juscelino admite que ele e o empresário beneficiado com recursos de sua emenda secreta são "conhecidos há mais de 20 anos".

A emenda que beneficiou a estrada de acesso à fazenda de Juscelino também bancou outras obras no município. No entanto, auditoria da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) realizada em março, ao qual o Estadão teve acesso, constatou asfalto mal feito, ruas esburacadas, rachaduras e falta de sinalização nas ruas que deveriam ser pavimentadas.

A mesma auditoria que encontrou obras mal feitas nas ruas da cidade não identificou problemas na construção da estrada que leva até as fazendas da família do ministro.

Juscelino Filho era deputado federal e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro quando indicou a emenda secreta para Vitorino Freire, em 2020. Três anos depois, ele virou ministro das Comunicações do governo Lula e comanda uma pasta com orçamento de R$ 2 bilhões.

O presidente Lula decidiu manter Juscelino no cargo por conta de pressão do Centrão contra a demissão do ministro, apesar das revelações feitas pelo Estadão sobre a emenda para a estrada e o uso de avião da Força Área Brasileira (FAB) para assistir a um leilão de cavalos, entre outras.

Mesmo sem negociação prévia com a equipe econômica, deputados articulam a inclusão de uma emenda ao projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamento para 17 setores prevendo a redução da alíquota de contribuição previdenciária de todos os municípios do País. O texto é de autoria do líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA).

A urgência e o mérito do projeto de lei serão votados na próxima terça-feira. O texto da emenda de Elmar, obtido pelo Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, prevê uma redução escalonada do porcentual cobrado sobre a folha dos municípios, calculado a partir do Produto Interno Bruto (PIB) per capita. Essa contribuição é paga pelas prefeituras sobre os vencimentos dos servidores para custear os regimes próprios de Previdência.

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Se aceita, a proposta substituiria emenda já aprovada pelo Senado que prevê a redução da contribuição de 20% para 8% sobre a folha de pagamento para cidades com até 142,6 mil habitantes. A equipe econômica estima um impacto de cerca de R$ 9 bilhões por ano à União com o texto aprovado pelos senadores.

Ontem, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que o Ministério da Fazenda é contrário à emenda proposta por Elmar, mas reforçou que deputados e prefeitos estão preocupados com as finanças municipais. "Prefeitos estão apavorados, e essa emenda do Senado causa um problema de um impacto de R$ 9 bilhões, o que preocupa muito a economia. O governo não teve força no Senado para segurar isso numa comissão terminativa, o problema veio para Câmara", disse Lira.

Já o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que ainda não há um acordo com o Ministério da Fazenda, e que o tema será tratado após o retorno do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de viagem à África do Sul para reunião do Brics. Ainda segundo ele, é necessário ter uma resposta para a crise financeira das prefeituras. "Vamos ter de tratar da crise dos municípios."

Critério

A emenda de Elmar foi baseada em um projeto de lei apresentado, em 2021, pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), que estabelece a criação de um "Simples Municipal" e alíquotas progressivas de contribuição previdenciária dos municípios.

De acordo com a emenda, os municípios seriam atendidos com alíquotas escalonadas: quanto menor o PIB per capita, menor a alíquota. Os porcentuais oscilariam de 8% a 18%. De acordo com Elmar, a emenda já foi acordada com o presidente da Câmara. O deputado ainda não comunicou a equipe econômica sobre a medida e também não estimou o impacto orçamentário. Elmar acrescentou que a emenda aprovada no Senado não teria fundamento e que trataria os "desiguais de forma igual".

O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) rejeitou uma emenda para incluir os componentes da cesta básica no projeto do teto do ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transporte coletivo. O relator do projeto também descartou usar dividendos da Petrobras para compensar Estados pela perda de arrecadação com o tributo estadual.

A emenda para definir os componentes da cesta básica como itens essenciais havia sido apresentada pelo senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). O projeto do teto do ICMS se baseia em uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que proibiu a aplicação de alíquota do tributo superior a 17% para bens e serviços essenciais.

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Já a emenda que previa o uso de dividendos da Petrobras para compensar de forma integral os Estados, durante quatro anos, pela perda de arrecadação, havia sido protocolada pelo senador Alexandre Silveira (PSD-MG).

Bezerra também rejeitou aumentar a cobertura do auxílio-gás de 50% para 100% do preço do botijão e instituir um "Benefício Combustível (BC)" para atenuar os custos da aquisição de combustíveis por motoristas profissionais autônomos e para famílias de baixa renda.

O deputado federal André Janones (Avante-MG), pré-candidato à Presidência, destinou R$ 1,9 milhão em recursos de uma emenda parlamentar para bancar uma festa com o cantor Gusttavo Lima e outras estrelas da música sertaneja em Ituiutaba (MG), sua cidade natal, uma semana antes da eleição presidencial em outubro.

O presidenciável quer usar o recurso para patrocinar uma feira agropecuária entre os dias 15 e 25 de setembro na cidade. O município é governado pela prefeita Leandra Guedes (Avante), ex-assessora de Janones na Câmara e investigada junto com o deputado por uma suspeita de "rachadinha" no gabinete. A verba foi empenhada pelo governo federal no último dia 17 e deverá cair nos cofres do município até julho.

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O evento também terá shows das duplas Zezé di Camargo e Luciano, João Neto e Frederico, João Bosco e Vinícius e da cantora gospel Fernanda Brum, além de outros artistas. A emenda total é de R$ 7 milhões. De acordo com a assessoria do pré-candidato, R$ 1,9 milhão será usado para bancar a feira - o restante ficaria livre para o município investir em saúde e educação, onde a prefeita Leandra faz questão de publicar nas redes sociais a relação de amizade com o deputado.

O pré-candidato do Avante aparece com 2% das intenções de voto para o primeiro turno das eleições presidenciais, conforme pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira, 26, o mesmo porcentual da presidenciável do MDB, Simone Tebet. O deputado é um dos pré-candidatos que tiveram o maior crescimento nas redes sociais, impulsionado por lives em defesa do Auxílio Emergencial durante a pandemia de covid-19.

O Ministério Público Federal (MPF) investiga André Janones pela prática de "rachadinha" em seu gabinete, com a participação de Leandra Guedes, após denúncia feita por um ex-assessor de Janones na Câmara, como revelou o portal Metrópoles em janeiro deste ano. O caso é tratado em sigilo pelo MPF e ainda não rendeu nenhum julgamento do deputado, que pretende concorrer ao cargo de presidente da República em outubro.

Em resposta à reportagem, Janones defendeu o uso da emenda parlamentar para bancar o show com Gusttavo Lima em Minas Gerais. "Sempre destinei e continuarei destinando emendas para promover festas pro povão, seja de Ituiutaba, do Triângulo mineiro, de toda Minas Gerais e, se eleito presidente, de todo Brasil", disse o deputado em nota. "Apesar de ser de portões abertos, a festa não será 'de graça', pois o dinheiro que banca tudo sai do bolso do povo e não do meu nem de prefeito nenhum."

'Efeito Anitta'

A destinação de recursos públicos para bancar o cachê de artistas entrou no alvo dos órgãos de controle neste ano eleitoral, após uma polêmica envolvendo a dupla Zé Neto e Cristiano e a cantora Anitta. Durante um show, Zé Neto criticou a artista e disse não depender da Lei Rouanet para fazer shows, apesar de já ter feito apresentações bancadas com recursos públicos.

Apoiador de Bolsonaro, Gusttavo Lima teve um show cancelado pela prefeitura de Conceição do Mato Dentro, também em Minas Gerais, no valor de R$ 1,2 milhão. A contratação passou a ser investigada pelo Ministério Público, o que também ocorreu em outros Estados.

O repasse para a cidade natal de Janones será feito por meio de uma transferência especial, apelidada de "cheque em branco" ou "PIX orçamentário", uma modalidade de emenda usada por parlamentares para transferir recursos federais diretamente a Estados e municípios para uso livre pelos prefeitos e governadores, sem fiscalização federal.

No ano passado, o deputado destinou outros R$ 7 milhões para a cidade natal com o mesmo mecanismo. A articulação rendeu agradecimentos nas redes sociais. No último dia 15, a prefeitura elogiou o parlamentar por "presentear o povo" com a Festa do Congado, com shows, procissão e missa.

Neste ano, o governo pretende adotar uma manobra na lei eleitoral para transferir os recursos desse tipo de emenda até julho e permitir a entrega de obras e serviços públicos no meio da campanha, o que não acontece com outros repasses, conforme o Estadão revelou em março. Além disso, o show dribla outra regra eleitoral, a que proíbe a realização de showmícios desde 2006, por ser feito no meio de uma feira agropecuária, e não em um comício realizado diretamente por um candidato.

A deputada estadual de Santa Catarina Ana Caroline Campagnolo (PSL), forte pilar do bolsonarismo no país, destinou R$ 249,8 mil em emenda parlamentar para uma entidade cujo presidente é um amigo e advogado dela. Federação Catarinense de Hipismo, presidida pelo advogado Gastão da Rosa Filho, que a defendeu em processos “sem cobrar”, segundo declaração da parlamentar. A informação foi divulgada pelo Metrópoles. 

No vídeo abaixo, é possível assistir Campagnolo esclarecendo o seu processo de investimento enquanto deputada, onde diz que só “entrega” emenda a amigos e pessoas com ideais parecidos com os seus. O momento é de uma entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, onde a legisladora também fala do investimento em hipismo. Confira: 

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De acordo com a reportagem, o montante foi repassado em dezembro do ano passado para a FHC. Gastão, que é um advogado famoso em Santa Catarina, ficou nacionalmente conhecido em 2020 após humilhar a blogueira Mari Ferrer durante uma audiência virtual, onde eram apuradas as acusações de estupro de vulnerável contra o empresário André Aranha e o clube Cafe de La Musique. 

O amigo de Campagnolo já defendeu a deputada estadual em uma ação que moveu no Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre a ex-orientadora de mestrado dela, a historiadora e professora Marlene de Fáveri, que acusa a parlamentar de crime contra a honra devido a uma postagem envolvendo a Escola Sem Partido e a chamada “ideologia de gênero”. Campagnolo é evangélica, conservadora e idealizadora de um clube “antifeminista” com mais de 70 mil seguidores no Instagram. 

 

A Controladoria-Geral da União (CGU) verificou um superfaturamento em contratos de pavimentação financiadas pelo orçamento secreto. A verba foi encaminhada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ao estado de Alagoas, seu reduto eleitoral. O cálculo do órgão indicou a diferença de R$ 4,3 milhões.

O relatório publicado pelo o Globo apontou que os contratos para as obras em 34 municípios foram fechados com a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), entre 2019 e 2020, no custo de R$ 30,2 milhões. Uma das cidades listadas para a requalificação do pavimento foi Barra de São Miguel, que é gerida pelo pai de Arthur Lira, Benedito Lira.

Indicado pelo presidente da Câmara à superintendência da Codevasf no fim de 2019, Ricardo Alexandre Lisboa Vieira ficou no cargo interino até 1º de abril de 2021, quando o primo de Lira, João José Pereira Filho, foi colocado na presidência da entidade no estado.

Conforme a CGU, R$ 17,7 milhões foram enviados pelo deputado através do orçamento secreto e R$ 10,9 milhões por emendas também encaminhadas por Lira e pelo suplente do seu pai no Senado, Givago Tenório. Os auditores ainda estranharam que a Codevasf usou uma planilha de orçamentos sem discriminar os fornecedores.

Dentre os gastos acima da média, a CGU constatou serviços e materiais como a estrutura de apoio à obra, elaboração de projeto executivo, transporte de materiais com caminhão basculante, pintura do meio-fio e placas de aço de sinalização.

Representantes da controladoria foram à Barra de São Miguel no dia 5 de março do ano passado, confirmaram que as obras estavam paradas e que a sede da D2M Engenharia estava fechada.

A empresa assumiu a execução dos serviços em 29 cidades. Além das divergências na área apontada para a requalificação, no assentamento do meio-fio e na quantidade de sinalização, não havia registro de carregamento de caminhões basculantes, nem do "espalhamento do bota-fora".

Em nota, a Codevasf negou o superfaturamento e disse que “possui sólida estrutura de governança e atende tempestivamente demandas de informação apresentadas por órgãos de controle” que "são estudadas por profissionais da companhia e observadas de acordo com sua aplicação”.

A habilidade de aquecer os bastidores da Política conferiu a Luciano Bivar o cargo de 1º secretário da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Contudo, o parlamentar passou 2021 afastado dos holofotes e nem chegou a se pronunciar oficialmente no plenário. Após eleger Jair Bolsonaro, seu nome agora surge como a possível escolha para compor a chapa de Sergio Moro (Podemos), condição que pode explicar sua ausência.

Presidente do PSL, reduto do bolsonarismo no Congresso, inclusive do deputado Eduardo Bolsonaro, Bivar teve que se readequar para 2022 após o racha exposto pela saída do presidente.

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Em tratativas com o presidente do DEM, ACM Neto, a dupla visualizou a soma do fundo eleitoral com a fusão das siglas, que resultaria na maior bancada da Câmara. A união indicava um fortalecimento dos dois lados. O PSL com mais deputados na Câmara e o DEM com o presidente do Senado.

Ausência no lançamento do União Brasil

Em outubro do ano passado, um evento no Recife - praça eleitoral de Bivar - confirmou a junção e originou o União Brasil. Lideradas por ACM Neto, figuras do DEM espalhadas pelos estados participaram do encontro que lançou Miguel Coelho como pré-candidato ao Governo de Pernambuco. Porém, Bivar - o agora presidente do novo partido - não apareceu e se fez representado pelo vice Antonio de Rueda.

Debandada do novo partido

Em pouco tempo, o União já apresentou diferenças internas, como de costume quando se comanda um grande grupo. Bivar é criticado pela ala do DEM de liberar o dinheiro para as campanhas para os remanescentes do PSL e desassistir os Democratas. A aproximação dele com o postulante à Presidência, Sergio Moro, também não é uma unanimidade no novo partido. 

A insatisfação também se apresenta na ala do PSL mais próxima a Bolsonaro. Nesse cenário, algumas saídas são esperadas até abril, seja para seguir o presidente no PL ou para se distanciar das figuras do PSL que optem em permanecer no União.

Participação na Câmara 

Em Brasília, uma atuação tímida. Com apenas dois projetos de lei assinados, um deles retirado pelo próprio deputado, em um total de 13 propostas, sendo coautor na maioria, Bivar tem 86 presenças e 46 ausências. Dessas, cinco não foram justificadas. 

O deputado integrou três frentes parlamentares. Uma que estreitava a relação com a Bolívia, outra referente a transplantes e uma frente mista em defesa das cidades históricas como patrimônio cultural.

Em suas oito emendas aprovadas pelo Orçamento da União, a mais alta foi de R$ 5 milhões, que foi repassada para o prefeito de São Caetano, no Agreste de Pernambuco, integrante do PSL.

Bivar também destinou verbas para a atenção primária e assistência hospitalar no Estado como um reforço contra a pandemia, projetos de inclusão digital, modernização de hospitais das Forças Armadas no Recife e para fiscalização da navegação no Brasil.


Foco nas urnas

O LeiaJá entrou em contato com a comunicação de Luciano Bivar para fazer questionamentos ao deputado. A asssessoria de impresa adiantou que não há relação com problemas de saúde. 

Sem resposta oficial de Brasília, a justificativa extraoficial foi de que ele esteja ocupado com as articulações para estruturar as campanhas do União nas eleições.

A reportagem também solicitou uma entrevista com Bivar para confirmar o interesse em lançar a chapa com Moro, mas não obteve retorno.

A votação da PEC do voto impresso começou no Congresso Nacional e o PSDB lançou nota afirmando que confia no sistema de votação brasileiro e que fechou questão, em reunião da Executiva Nacional contra a proposta em discussão na Câmara dos Deputados.

Para o partido, as urnas eletrônicas contribuíram para avanços na segurança e confiabilidade do sistema a partir de consulta sobre a possibilidade de auditoria no sistema eletrônico de votação em 2014, que resultou em seguidas resoluções do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

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"Discutir a mudança no sistema de votação partindo da falsa premissa de eleições fraudadas é um desserviço à democracia brasileira. O partido acredita que o sistema pode ser sempre aprimorado, mas não nos moldes que tem sido conduzida atualmente a discussão", pontuou a nota, que é assinada pelo presidente nacional do partido, Bruno Araújo.

A deputada federal Marília Arraes (PT-PE) anunciou, nesta sexta-feira (14), em visita a Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, a destinação de uma emenda individual no valor de R$ 190 mil para auxiliar o município no combate ao novo coronavírus.

O envio da emenda aconteceu após um pedido da co-vereadora de Garanhuns, Fany Bernal, que faz parte do mandato coletivo Fany das Manas (PT). "O número de casos da Covid no Agreste de Pernambuco aumentou mais de 40% em 15 dias. É fundamental que Garanhuns, que atende várias cidades da região, receba mais ajuda na área da saúde", afirmou Marília.

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Em Garanhuns, a deputada visitou a Câmara de Vereadores e encontrou com lideranças políticas da região. A parlamentar também esteve com representantes do Diretório Municipal do PT, com o vice-prefeito de Garanhuns, Pedro Veloso (PT), a secretária de Agricultura da cidade, Lucimar Oliveira (PT), o presidente da Câmara de Vereadores, Jhony Albino, e os vereadores Luizinho Roldão, Erivan Pita e Professor Márcio. Marília também fez uma visita institucional ao prefeito Sivaldo Albino (PSB) para anunciar o envio da emenda.

 

O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT-PE) apresentou uma emenda que inclui os funcionários com contrato intermitente no Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm). Ele contestou a postura do presidente Jair Bolsonaro em ignorar os profissionais convocados por demanda ao editar a MP (Medida Provisória) 1045 no fim do mês passado.

“São trabalhadores com vínculo formal e que, por causa do isolamento social, não são chamados ao trabalho. É o caso de cozinheiros, faxineiros e garçons, por exemplo, que são convocados por demanda e, por isso, acabam prejudicados durante a vigência de decretos limitando o funcionamento de estabelecimentos comerciais”, explicou Gadêlha.

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Na emenda protocolada pelo pedetista, os profissionais intermitentes merecem ser beneficiados com o auxílio emergencial de R$ 600, durante três meses, a partir do dia 27 de abril, quando a MP 1045 foi publicada. “Auxílio é questão de sobrevivência. É dar oportunidade para os trabalhadores viverem com o mínimo de dignidade neste cenário catastrófico que está o nosso País”, afirmou.

Para pedir por este auxílio, o parlamentar aponta que o levantamento de 2019 do IBGE indicou que o número de pessoas contratadas nesse regime havia dobrado e já representa cerca 155 mil profissionais. Segundo a Confederação Nacional da Indústria, o esquema por demanda foi adotado por 15% das fábricas brasileiras durante a pandemia.

O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT) apresentou quatro emendas ao projeto de lei do presidente Jair Bolsonaro que pretende realocar R$ 1,4 bilhão do orçamento do Ministério da Educação para financiar obras de infraestrutura. Duas delas para a educação profissional e tecnológica e outras duas para educação básica. 

A primeira emenda apresentada por Gadêlha tenta barrar a realocação dos recursos do Programa de Produção, Aquisição e Distribuição de Livros e Materiais Didáticos e Pedagógicos para a Educação Básica no montante de R$ 298 milhões; a segunda cancela o remanejamento da verba que está no programa de Fomento ao Desenvolvimento e Modernização dos Sistemas de Ensino de Educação Profissional e Tecnológicano valor de R$ 115 milhões.

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A terceira impede que R$ 108 milhões destinados ao programa de Apoio à Expansão, Reestruturação e Modernização das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica sejam usados para outras finalidades; e a quarta e última mantém a quantia e R$ 57 milhões no orçamento do programa Apoio à Manutenção da Educação Infantil.

“Nossa intenção é não deixar que ações federais voltadas para a educação sejam esvaziadas. Entendemos que obras de infraestrutura são importantes, mas remanejar recurso da educação não é a solução”.

O projeto do presidente realoca um total de R$ 6,1 bilhões para custear obras de infraestrutura ainda neste ano. A pasta mais atingida seria a da Educação. Esse ministério perderia R$ 1,4 bilhões, prejudicando compras de livros didáticos, construção e reformas de escolas, ensino em tempo integral, entre outros pontos.

*Da assessoria de imprensa

O deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE) protocolou, nessa quinta-feira (3), uma emenda parlamentar que fixa o valor do auxílio emergencial, que será pago até dezembro de 2020, em R$ 600. No documento, o parlamentar afirma que o valor é importante para que a população “tenha condições de atender às necessidades básicas de sobrevivência”.

“O auxílio se mostrou fundamental para garantir dignidade e segurança social aos que não têm oportunidade de trabalho. Além disso, se revelou uma importante locomotiva econômica que impediu uma queda ainda maior no PIB brasileiro”, destacou Eduardo da Fonte.

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Pela proposta do deputado, o lucro do primeiro semestre do Banco Central serviria como fonte de financiamento do programa. Dados do próprio BC mostram que a instituição apresentou resultado positivo de R$ 503,2 bilhões no período. Além disso, Eduardo da Fonte defendeu que a população não fique desassistida após a pandemia e que o auxílio emergencial seja sucedido pelo Renda Brasil.

*Da assessoria de imprensa

Anitta não é secretária da cultura mas conseguiu um grande feito para a classe artística. Após live com o deputado federal Felipe Carreras, na qual o cobrou por uma emenda que mexeria no pagamento de direitos autorais a compositores, o parlamentar decidiu voltar atrás e retirou sua proposta à Medida Provisória 948. A cantora foi bastante elogiada nas redes sociais por sua interferência na situação. 

A emenda proposta pelo deputado pernambucano Felipe Carreras (PSB)  determinava que os valores de direitos autorais de músicas a serem repassadas ao Escritório Central de Arrecadação (Ecad) fossem pago pelos artistas e não mais pelas empresas realizadoras dos eventos. Os profissionais da área ficaram revoltados com a proposta e Anitta resolveu chamar o deputado para um debate, ao vivo pelo Instagram, no qual acabou encostando ele na parede. 

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Após a live de cerca de uma hora de duração, Carreras acabou voltando atrás. Mesmo tendo dito à cantora que não poderia fazê-lo, o deputado retirou a emenda e anunciou a decisão através de seu perfil no Instagram, na última quarta (6). “Diante das informações contraditórias devido à falta de entendimento claro a respeito da nossa emenda à MP 948 e da possibilidade de termos um diálogo maior sobre o assunto com toda a classe em relação à transparência aos critérios de cobrança dos direitos autorais no Brasil, decidimos não esperar o relator da MP ser definido como é uso e costume do Congresso, e enviamos um requerimento direto para o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, com a solicitação que ele retire a emenda”.

Anitta compartilhou a decisão do parlamentar em seu perfil oficial e comemorou a conquista. "VITÓRIA. Feliz de saber que toda a classe de músicos dormirá tranquila hoje com menos este problema. Agora vamos seguir com o foco no que importa no momento que é o covid 19 e depois que tudo passar reitero meu convite feito ontem na live", disse a cantora. 

O governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta sexta-feira (3), que os deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo vão destinar R$ 325 milhões em emendas parlamentares para o combate ao coronavírus no estado. O recurso vai ser utilizado exclusivamente para ações na área de saúde e de combate ao coronavírus.

A autorização para liberação inicial de R$ 82 milhões será publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo neste sábado (4). O restante dos recursos, no total de R$ 243 milhões, será liberado no prazo máximo de dez dias.

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Violência doméstica

Doria anunciou também que a Delegacia Eletrônica começou a registrar casos de violência doméstica em São Paulo. No entanto, o atendimento presencial prossegue normalmente nas 134 Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) do estado.

Assim como nos demais casos registrados pela delegacia eletrônica, os boletins de violência doméstica passarão por uma triagem e serão encaminhados às DDMs correspondentes à região de cada ocorrência. Nas cidades que não possuem uma DDM, a ocorrência será direcionada à delegacia territorial correspondente à residência da vítima.

Caberá aos delegados e delegadas responsáveis providenciar as diligências e perícias necessárias, assim como entrar em contato com as vítimas.

Decreto municipal

Durante coletiva ao lado do governador, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, disse ter assinado um decreto que prevê, entre outras medidas, a prorrogação, por 90 dias, das validades das certidões conjuntas negativas de débito; a suspensão, por 60 dias, do envio de débitos inscritos na dívida ativa a tabelionatos de protestos e de letras e títulos; e a suspensão por 30 dias da inscrição em dívida ativa de débitos perante o município.

Segundo o prefeito, a medida prevê diminuir os impactos social e econômico na cidade de São Paulo por causa da crise relacionada à pandemia do coronavírus. De acordo com Covas, a prefeitura estima agora que os impactos econômicos na cidade de São Paulo, com a perda de arrecadação, serão da ordem de R$ 3,6 bilhões.

 

Após menos de duas horas de debate, os parlamentares russos aprovaram por unanimidade, nesta quinta-feira (23), as emendas constitucionais anunciadas na semana passada pelo presidente Vladimir Putin.

Os 432 eleitos presentes, dos 450 que compõem a Câmara Baixa do Parlamento russo, a Duma, votaram em primeira leitura nesta revisão constitucional desejada pelo presidente russo e apresentada apenas três dias atrás.

"Mostramos uma unidade poderosa", comemorou o presidente da Duma, Vyacheslav Volodin, anunciando, imediatamente, que o exame em segundo turno aconteceria em 11 de fevereiro. Várias autoridades russas disseram que pretendem adotar o texto na primavera.

Vladimir Putin surpreendeu a todos em 15 de janeiro com esta revisão da Constituição, necessária - segundo ele - pelo desejo de "mudança" dos russos. O anúncio também alimenta especulações sobre seu futuro político, após o término de seu atual mandato em 2024.

Desde então, as mudanças ocorreram a uma velocidade incomum: o agora ex-primeiro-ministro Dmitri Medvedev renunciou, foi substituído por um alto funcionário desconhecido do grande público, Mikhail Michustin, o qual nomeou, já na terça-feira, seu novo gabinete.

Na Duma, controlada pelas forças pró-Kremlin, a adoção das emendas desejadas por Putin era certa. O projeto de lei com as emendas do presidente foi apresentado pelo Kremlin na segunda-feira, após cinco dias de trabalho de uma "força-tarefa" criada para desenvolvê-lo.

Uma de suas integrantes, Elena Alchanskaïa, indicou claramente que as 21 páginas do documento já estavam redigidas. "Não trabalhei" nas emendas, escreveu no Facebook: "Muito claramente, nosso papel foi apenas representativo".

Após a Duma, o texto deverá ser aprovado pelo Conselho da Federação, a Câmara Alta do Parlamento, e depois ratificado por Vladimir Putin.

O Kremlin também prometeu que será organizado um amplo debate público e que os russos terão de votar no texto. A Presidência se recusou, contudo, a usar o termo "referendo" e não indicou de que forma a consulta eleitoral será feita.

Em seu discurso à nação, Putin expôs suas reformas, julgando-as "importantes para o futuro desenvolvimento da Rússia". O texto enviado ao Parlamento retoma as linhas gerais de seu discurso.

Desta forma, propõe transferir certas prerrogativas para o Parlamento, como a escolha do primeiro-ministro. Também fortalece o papel de um órgão até agora consultivo, o Conselho de Estado, deixando espaço para especulações de que ele poderia se tornar o coração do regime.

Outra inovação: juízes, legisladores e políticos em nível federal não poderão ter uma nacionalidade estrangeira, ou uma autorização de residência em outro país. O texto também fortalece certos poderes do presidente, que pode, por exemplo, recusar-se a assinar uma lei adotada por dois terços dos deputados.

Para muitos analistas, Vladimir Putin está organizando essa reforma para o pós-2024, deixando um número máximo de portas abertas para preservar sua influência no país que ele comanda há 20 anos.

Visitando a região de Lipetsk, ao sul de Moscou, na quarta-feira, o presidente reiterou que a Rússia "precisa de um forte regime presidencial".

Se alguns especialistas acreditam que a reforma realmente fortalecerá o caráter presidencial do sistema político, outros garantem que será modificada apenas superficialmente.

O Senado rejeitou, por 48 votos a 18, uma emenda do PROS na PEC paralela que acabava com a exigência de idade mínima, tempo de contribuição e de atividade para aposentadoria de trabalhadores expostos a agentes nocivos à saúde.

O plenário ainda precisa analisar duas emendas para concluir a votação da proposta, que permite a inclusão de Estados e municípios na reforma da Previdência. em primeiro turno.

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Um destaque da Rede flexibiliza as regras de transição para concessão de aposentadoria no regime geral e no sistema próprio da União.

O PSDB, por sua vez, propôs uma alteração que garante abono de permanência para o servidor que já cumpriu os requisitos para se aposentar e permanece em atividade.

De acordo com parlamentares ouvidos pelo Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a votação da proposta em segundo turno deve ficar para semana que vem.

Líder do Cidadania na Câmara, o deputado federal Daniel Coelho (PE) apresentou uma emenda em que torna permanente o pagamento de um 13º para os beneficiários do Bolsa Família. O texto, caso aprovado, amplia os efeitos da medida provisória assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Segundo o texto publicado no Diário Oficial da União, o pagamento do 13º às pessoas vinculadas ao programa ocorre apenas no ano de 2019. Apesar de já estar em vigor, parlamentares ainda podem alterar o texto da MP.

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Daniel Coelho considera positivo o benefício para os cadastrados no Bolsa Família, mas entende que a medida não pode tomada como um “favor”, existindo apenas para o ano corrente. “Esse tipo de política não pode ser um favor, tem que ser política de Estado. Tem que ser permanente, não pode ser uma benesse do eventual governante”, destacou o líder do Cidadania.

Neste ano, o 13º do Bolsa Família deve ser liberado entre os dias 10 e 23 de dezembro, beneficiando 13,9 milhões de famílias de baixa renda em todo o país. O valor do benefício varia de R$ 89 a R$ 372.

*Da assessoria de imprensa

Uma emenda à medida provisória 894, que cria uma pensão vitalícia para as crianças que nasceram com microcefalia exclusivamente entre os anos de 2015 e 2018, solicita que o benefício seja estendido para todas as crianças acometidas com a Síndrome Congênita do Zika Vírus. A proposta que muda o prazo de nascimento para o recebimento da pensão foi apresentada nessa quarta-feira (11) e é de autoria da deputada federal Marília Arraes (PT). 

De acordo com a petista, a emenda  busca “garantir que todas as crianças que nasceram com a Síndrome Congênita do Zika Vírus sejam atendidas, independentemente do período em que tenham nascido ou venham a nascer; desvincular a pensão vitalícia do Benefício de prestação Continuada (BPC) e, por conseguinte, à situação financeira das famílias; apresenta a possibilidade de receber abono ou pensão por morte nos casos em que há dedicação exclusiva do responsável legal por um período determinado”. 

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Além disso, também quer retirar do texto a exigência de que as crianças já diagnosticadas com a doença sejam obrigadas a fazer um novo exame, já que possuem laudo médico emitido pelo SUS atestando sua condição.

A proposta apresentada ainda visa impedir que as famílias sejam obrigadas a abrir mão de qualquer tipo de indenização que recebam ou venham a receber da Justiça para terem o auxílio pago pelo Estado, como prevê o texto original de autoria do Executivo.  

“É responsabilidade do Estado brasileiro pagar um benefício para todas as famílias que sofrem com a síndrome. Não podemos deixar que limitem os pagamentos apenas para crianças que nasceram em um determinado período de tempo e muito menos que o Estado obrigue às famílias a abrir mão de ações indenizatórias de reparação moral ou material e que as crianças tenham que ser submetidas a novos exames para comprovar uma situação clínica já reconhecida pelo SUS. Nossa emenda tem como objetivo ampliar a proteção a estas crianças e suas famílias”, destacou a deputada.

No início de agosto, Marília chegou a apresentar um projeto de lei que garantia o pagamento do BPC às famílias com crianças com microcefalia. A matéria foi ainda alvo de um requerimento de urgência, com o objetivo de acelerar sua apreciação.

O Congresso Nacional se reunirá em sessão solene na próxima quarta-feira (26), a partir das 11h, para promulgar a emenda constitucional que prevê a execução obrigatória de intervenções das bancadas estaduais no Orçamento da União.

Segundo a nova regra, as emendas orçamentárias apresentadas pelas representações estaduais de parlamentares deverão ser atendidas pelo Executivo até um valor-limite vinculado à receita líquida. Elas estarão sujeitas a contingenciamento de gastos.

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A emenda constitucional é originária da PEC 34/2019 (PEC 2/2015, na Câmara), do deputado Hélio Leite (DEM-PA). O texto passou pelo Plenário do Senado em abril e foi aprovado em definitivo no início deste mês, na Câmara, na forma de um substitutivo do relator no Senado, Esperidião Amin (PP-SC).

*Da Agência Senado 

O Ministério Público Federal defende a criação de um tipo penal específico para criminalizar as práticas de superfaturamento em obras públicas. Essa foi uma das propostas apresentadas pelo procurador da República Leonardo Andrade Macedo em audiência realizada na Comissão Especial criada pela Câmara dos Deputados para dar parecer ao Projeto de Lei 1292/95. O projeto, que já foi aprovado pelo Senado, prevê alterações na Lei de Licitações (8.666/93).

A reunião ocorreu na terça-feira, 27, informou a Secretaria de Comunicação Social da Procuradoria.

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Membro do Grupo de Trabalho Licitações da Câmara de Combate à Corrupção do MPF (5CCR), o procurador ressaltou que 'a prática de superfaturar é responsável por grande parte dos desvios de recursos públicos, correspondendo a um quarto das irregularidades identificadas pelo Tribunal de Contas da União'.

A criação do tipo penal do superfaturamento também foi recomendada pela comissão de peritos da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Outro aspecto citado pelo procurador foi 'a necessidade de consolidação da jurisprudência relativa à contratação direta'.

Leonardo Andrade Macedo destacou que, atualmente, há julgadores que consideram ilegal a escolha direcionada, independentemente de a operação gerar dano ao erário'. Outros entendem que só há ilegalidade quando o contrato direto causa dano aos cofres públicos.

Neste caso, Macedo sugere a superação da controvérsia com um ajuste na redação da norma. A sugestão dele é que, em caso de prejuízos, esse aspecto seja considerado como 'causa de aumento da pena' em um ou até dois terços.

O procurador reiterou que as contratações diretas devem seguir o que prevê a lei, como é o caso da contratação de serviços singulares, por exemplo.

Leonardo Macedo ressaltou a necessidade de modificação do artigo 96 da atual Lei de Licitações (8.666/93), que trata da aquisição de bens e serviços.

De acordo com o procurador, o dispositivo deve ser mais detalhado no que diz respeito à configuração da fraude.

Ele também sugere a alteração da pena atualmente aplicada - detenção de três anos a seis anos - para reclusão de quatro anos a oito anos e multa.

Leonardo Macedo adiantou aos parlamentares que as sugestões de alteração legislativa, incluindo as três medidas de tipificação penal, constarão de uma Nota Técnica que será elaborada pelo GT ligado à Câmara de Combate à Corrupção do MPF.

Equilíbrio

O procurador regional da República José Alfredo de Paula Silva também participou da audiência pública.

Ele ressaltou que o principal desafio da nova regulamentação está na busca do equilíbrio. "A lei precisa ter mecanismos para que o gestor possa obter resultados sem deixar de lado a possibilidade de exercer o controle", argumentou José Alfredo.

O procurador regional observou que, em várias investigações das quais participou, 'foi possível contatar a falta de estrutura e de planejamento da administração pública para realizar contratações'.

Outro obstáculo que deve ser contornado, segundo o procurador regional, está relacionado ao orçamento destinado a obras públicas nos editais de licitações.

Segundo José Alfredo, 'é primordial que sejam praticados os preços de mercado nas contratações para evitar gasto desnecessário do dinheiro público'.

"O que essas investigações revelam é que, muitas vezes, os contratos já vêm com valores elevados e agregados, como se fossem uma 'gordura'. Não se trata de ser contra o lucro, mas as empresas precisam seguir as regras do mercado e buscar ganhos pela eficiência", resumiu.

Leonardo Macedo também citou que o projeto de lei traz avanços em relação à norma vigente, uma vez que 'se insere na mudança de paradigma de um modelo formalista burocrático, da atual Lei 8.666/93, para um modelo de controle de resultados'.

No entanto, segundo o procurador, a Câmara dos Deputados ainda pode contribuir nas deliberações, propondo mais aperfeiçoamentos ao projeto.

Ele defendeu a tipificação do crime de superfaturamento. Atualmente, destacou, para ser punida, a prática deve ser enquadrada como peculato, fraude à licitação e estelionato.

"A nossa realidade mostra que é praticamente impossível enquadrar o que ocorre nos contratos decorrentes de licitações nos tipos penais existentes", enfatizou Macedo.

Pela proposta, o crime de superfaturamento teria uma descrição similar à do estelionato, com previsão de pena de 4 anos a 12 anos de reclusão além de multa.

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