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O secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, pediu afastamento do cargo após a repercussão das denúncias de agressão da sua ex-esposa, a economista Maria Eduarda Marques de Carvalho, com quem foi casado por 25 anos. De acordo com o Governo do Estado, a partir desta terça-feira (7), o secretário Executivo de Coordenação e Gestão, Eduardo Figueiredo, assumirá a pasta.

Maria Eduarda tornou públicos os seus relatos de agressões e ameaças de morte de autoria do ex-companheiro, em entrevista concedida ao G1 e veiculada nesta terça-feira (7).

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De acordo com Maria Eduarda Marques de Carvalho, o matrimônio foi marcado por episódios de agressões físicas e psicológicas. Após o registro de dez boletins de ocorrência ao longo dos anos — o último em novembro, Carvalho afirma que só agora buscou a imprensa por temer a própria morte.

“Eu não tinha mais condições de continuar vivendo do jeito que eu estava vivendo, sendo ameaçada, sendo perseguida. Então, eu achei que estava muito próxima da morte. Por conta disso, eu resolvi falar para que não apareça depois apenas a notícia: ela morreu. Eu gostaria apenas de viver. Muita vontade de viver ainda”, declarou.

A mulher alegou, ainda, que Pedro Eurico vinha fazendo mais ameaças nos últimos tempos, com insinuações sobre o que poderia fazer com ela. “[Ele] me acordava de madrugada dizendo que eu saísse de casa naquela hora porque ele tinha acabado de sonhar que me matava. Outro dia, ele dizia que ia acontecer um acidente, ia aparecer um acidente e ninguém ia desconfiar que era ele que tinha mandado fazer alguma coisa”, afirmou.

Processo sigiloso

Pela presença da medida protetiva, o caso tramita em sigilo e impede a divulgação de informações sobre o andamento das investigações, de acordo com a Polícia Civil. O Tribunal de Justiça de Pernambuco respondeu ao G1 dentro do mesmo mérito, mas não encontrou, no sistema, nenhum processo relacionado ao secretário e à ex-mulher.

O secretário Pedro Eurico negou as acusações. Em nota enviada à TV Globo, destacou que as denúncias são datadas em mais de 10 anos e que, inclusive, já haviam sido, em maioria, retiradas pela própria “suposta vítima”.

Confira a nota abaixo, na íntegra.

“As denúncias improcedentes de agressão datam de mais de 10 anos e muitas destas foram retiradas pela suposta vítima perante a Justiça.

Estivemos casados inicialmente, no período de 27 de setembro de 2003 e nos divorciamos em 30 de abril de abril de 2008. Ao longo dos últimos anos de convivência e de um novo casamento, realizado em 2012, cujo divórcio aconteceu em 08 de novembro deste ano, inexistem denúncias apresentadas pela senhora Maria Eduarda, causando estranheza o requerimento de medida protetiva justamente no período em que se discutia a possibilidade de uma dissolução consensual.

Foge à realidade a acusação de tentativa de invasão do imóvel recentemente adquirido, haja vista que fui o responsável pelo pagamento da reforma do imóvel concluída exatos três dias antes da apresentação da denúncia perante a Polícia Civil do Estado e compareci ao apartamento inabitado para verificar a conclusão dos serviços. Nesta data, fui impedido de entrar no apartamento por minha ex-esposa devido a troca das fechaduras numa patente manobra patrimonial.”

O superintendente da Sudene João Paulo (PT) saiu em defesa do secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico (PSDB), diante das críticas em torno da revelação de que ele conversa com presos de diversas unidades do sistema penitenciário estadual por telefone. Sob a ótica do petista, a atitude, apesar de ferir a legislação federal, “não desabilita Pedro Eurico a ocupar o cargo”. 

“Acredito que ele tem feito uma gestão séria e aberta ao diálogo com os movimentos de direitos humanos. Ele tem desprendido um grande esforço para mudar e combater a brutalidade de um sistema prisional falido como o nosso”, observou o superintendente, em publicação na sua página oficial do Facebook. “As prisões do país realimentam a violência, que fere os mais básicos princípios da dignidade, e não servem ao futuro processo de ressocialização dos presos. Em Pernambuco, a situação é especialmente cruel”, acrescentou. 

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Ao contrário do que aliados e oposicionistas têm defendido, João Paulo destacou a necessidade de uma revisão “urgente” no sistema penitenciário e não na gestão da secretaria de Justiça e Direitos Humanos. “É preciso uma transformação profunda e urgente. E não é Pedro Eurico que deve mudar, mas o sistema”, cravou.

Mesmo com a defesa, o petista – que deve concorrer à Prefeitura do Recife contra o PSB – pontuou que, talvez, o secretário do governo socialista “não tenha sido feliz ao declarar que recebe ligações de detentos”, mas isso não quer dizer que “a população carcerária não precise ser escutada”. “Existem outras formas, menos polêmicas, de se fazer acessível à população carcerária”, argumentou. João Paulo apontou ainda o Pacto pela Vida como culpado pela superlotação nas cadeias. 

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