Um dia antes do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF-4), o presidenciável Ciro Gomes (PDT) afirmou que leu a sentença do juiz Sérgio Moro, que condena o petista a 9 anos e 6 meses de prisão, e não encontrou provas sobre as acusações. Professor de direito, durante passagem pelo Recife nesta terça-feira (23), Ciro disse que torce pela absolvição de Lula.
“Li aquela sentença do Sérgio Moro, as 218 páginas mais de uma vez, e não vejo a consistente prova que evidencie a culpa das acusações pesadas de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva”, cravou o pedetista. “Espero que o Tribunal Regional de Porto Alegre seja capaz de afirmar para a sociedade brasileira esta inocência ou, se entender diferente, que seja capaz de demonstrar para qualquer [um] do povo, que não precisa ser jurista, qual é a razão que estaria se condenando uma pessoa tão bem querida pelo nosso povo”, acrescentou.
Questionado pela imprensa, depois de almoçar com o governador Paulo Câmara (PSB), se aceitaria o apoio do ex-presidente para a disputa em outubro, caso Lula seja impossibilitado de disputar, Ciro Gomes respondeu que sim. “Gostaria, mas não alimento ilusões. Ele é muito maior que eu”, destacou.
Controverso
Apesar da postura positiva diante da apreciação do recurso de Lula no TRF, declarações anteriores de Ciro Gomes já foram questionadas pelo PT. Em vídeo divulgado nas redes sociais em dezembro, o pedetista chegou a afirmar que, apesar da presunção de inocência a qual Lula tem direito, "não se pode inverter as coisas" e ponderou que "Justiça boa é Justiça rápida".
Além disso, o presidenciável também chegou a questionar os argumentos do ex-presidente sobre estar sendo perseguido politicamente pela Justiça. "Não é possível insultar a inteligência do povo brasileiro e manter essa mesma narrativa (de perseguição política)". Segundo ele, a narrativa de Lula fez com que a população perdesse a confiança nos partidos de esquerda. "Eu não falo isso sem dor no coração", lamentou.
Na última passagem pelo Recife, inclusive, Gomes disse que se Lula for candidato ele vai prestar “um desserviço a ele próprio, a sua biografia e ao país”.
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