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”Não vou pedir progressão. Estou ciente do papel que estou cumprindo aqui e da canalhice que fizeram comigo. Quero sair daqui inocente, 100%, como eu entrei. Eu durmo tranquilo, eles não. Estou aqui por responsabilidade deles e não minha”, disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista concedida a Luiz Gonzaga Belluzzo e Eduardo Moreira do Jornal GGN, quando questionado sobre a possibilidade de progressão de sua pena. “Se alguém tem que pedir perdão é o tal do Moro e o tal do Dallagnol.”

O pedido de progressão ao regime semiaberto foi feito pela Força Tarefa da Operação Lava Jato à juíza da Vara de Execuções Penais de Curitiba, Carolina Lebbos. O ex-presidente disse que conversou com seus advogados e definiu que só sairá da "prisão política que o colocaram" quando a justiça for finalmente feita.

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“Eu desafio todos os dias o Ministério Público, o Sérgio Moro e outros que me julgaram a provarem um real ilícito na minha vida ou uma conduta ilícita. Eu tenho certeza que durmo mais tranquilo do que eles […] Eu quero sair daqui inocente, 100% como eu entrei.”

Desigualdade e representação popular

Lula fez questão de falar da desigualdade no Brasil, principalmente, em um momento que o atual governo não faz nada para que ela possa ser reduzida. “Desigualdade não é vista no governo como uma questão política, uma questão prioritária. O pobre é um número estatístico que você utiliza de vez em quando.”

Ele contou que, quando eleito, levou seus ministros para conhecerem o país de verdade, pois sempre acreditou que a representação popular deveria ser a tônica do seu governo. “Eu fui eleito para governar para todos, eu governei esse país como um coração de uma mãe.”

“A minha grande preocupação quando eu cheguei à Presidência da República, e é o maior orgulho que tenho hoje, era o de convencer a sociedade de que eles que tinham chegado no poder, eu queria que eles sentissem que pela primeira vez eles colocaram um operário metalúrgico na Presidência para governar prioritariamente para eles.”

Outro assunto abordado durante a entrevista foi a educação, um dos pontos mais fortes dos governos de Lula e onde Bolsonaro tem promovido um verdadeiro desmonte com cortes que ultrapassam os R$ 6 bilhões. O ex-presidente declarou que não havia gastos quando se tratava do assunto. “É investimento”, o mesmo sobre a saúde. Para ele, um trabalhador com saúde e educação produz muito mais.

Política e Economia

Lula também falou sobre economia política e política econômica, os dois lados da moeda, e que, segundo ele, devem nortear o país.

O ex-presidente explicou que, durante seus dois governos, fez o que nenhum outro presidente se propôs: proporcionou políticas públicas para os mais pobres, mas sem deixar de olhar para o empresariado.

Para melhorar a economia do país, Lula declarou que “não se fala em reforma da Previdência em tempos de crise”.

Violência

Lula também aproveitou uma parte da entrevista para prestar solidariedade à família de Ágatha, criança de oito anos assassinada a tiros no Rio de Janeiro, e criticou o atual governo do estado.

“Queria, primeiro, pedir licença a vocês para me solidarizar aqui com a família da menina Ágatha, sobretudo com o avô dela. Porque, quando eu vi na televisão ele gritando, eu lembrei muito da morte do meu neto e eu acho que é injustificável a tentativa do governo de justificar a insanidade mental que tomou conta do governo do Rio de Janeiro. Por isso, a minha solidariedade à família da menina. Já são cinco [crianças] que morreram este ano”.

Da Redação  da Agência PT de Notícias

O presidente em exercício, Hamilton Mourão, declarou nesta segunda-feira (23) que a culpa da morte da menina Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, atingida por um tiro nas costas durante uma operação policial no Complexo do Alemão, é do tráfico de drogas.

"Isso é a guerra do narcotráfico", disse Mourão, ao chegar ao Palácio do Planalto, segundo o jornal O Globo.

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Ágatha estava em uma Kombi na última sexta-feira (20) quando foi atingida por um tiro. Segundo os moradores, não havia confronto e o disparo foi feito por uma policial em direção a um motociclista que não tinha atendido à ordem de parar.

A Polícia Militar do Rio de Janeiro afirmou em nota que que agentes foram atacados por traficantes e revidaram.

Este foi o primeiro pronunciamento público sobre o caso de uma autoridade ligada à Presidência da República. O presidente Jair Bolsonaro ainda não fez nenhum comentário.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse confiar que os fatos serão "completamente esclarecidos pelas autoridades".

"O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, lamenta profundamente a morte da menina Agatha, é solidário à dor da família, e confia que os fatos serão completamente esclarecidos pelas autoridades do Rio de Janeiro. O Governo Federal tem trabalhado duro para reduzir a violência e as mortes no País, e para que fatos dessa espécie não se repitam", disse, por meio de nota divulgada pela assessoria.

Ágatha foi a quinta criança morta por bala perdida este ano no Rio e 57ª desde 2007, de acordo com levantamento da ONG Rio de Paz.

O Departamento de Homicídios do Rio de Janeiro vai ouvir nesta segunda-feira os policiais militares da UPP Fazendinha que participaram da ação que terminou na morte da menina.

Da Sputnik Brasil

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