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Cerca de 350 centro-americanos de uma caravana migrante entraram à força no sul do México na madrugada desta sexta-feira, vindos da Guatemala, abrindo a passagem para centenas de pessoas com quem viajavam, informou o governo mexicano em um comunicado.

"Com uma atitude agressiva, quebraram o cadeado que fecha a cerca fronteiriça e entraram no país", explicou o Instituto Nacional de Migração (INM), sem detalhar a nacionalidade dos migrantes.

Segundo o INM, após a entrada do grupo em território mexicano, mais pessoas atravessaram a fronteira, chegando a 800 migrantes. Mas a reportagem da AFP constatou no começo da manhã que o contingente alcançava cerca de 2.500 pessoas.

Alguns dos migrantes cruzaram também pelo rio Suchiate, entre o México e a Guatemala.

A caravana se mobilizou nesta tarde pela estrada mexicana que une a fronteiriça Ciudad Hidalgo com Tapachula, no estado de Chiapas.

"Ali já não dá para viver. Vamos para a fronteira, para os Estados Unidos", disse Jorge, um jovem hondurenho, que não quis informar seu sobrenome.

Um grupo de 2 mil centro-americanos que segue para os Estados Unidos estava nesta segunda-feira (5) em um albergue da Cidade do México, onde espera a chegada de mais migrantes, informaram as autoridades.

Fugindo da miséria e da violência que afetam seus países, a primeira leva de migrantes partiu no dia 13 de outubro, da cidade hondurenha de San Pedro Sula, a 1.600 km da capital mexicana, e no caminho recebeu adesões de outros grupos, procedentes principalmente de El Salvador e Guatemala.

Para abrigar os migrantes, as autoridades da capital mexicana transformaram um estádio do leste da cidade em um albergue, onde esperam alojar 5 mil migrantes até quarta-feira (7).

Os migrantes na cidade do México descansam e aguardam a chegada de outras caravanas, que se deslocam pelos estados de Puebla (centro), Veracruz (leste) e Chiapas (sudeste).

Em contraste com o calor asfixiante que enfrentaram no primeiro trecho de sua viagem, na Cidade do México os migrantes têm um vento frio característico do outono boreal a uma altitude de 2.200 metros.

"Não consegui dormir de frio e por estar tossindo", disse à AFP Karla Membreño, uma hondurenha de 23 anos visivelmente gripada que viaja com o marido e uma cunhada. Os problemas respiratórios devido ao clima estão afetando muitos migrantes.

Os migrantes são atendidos em postos médicos e muitos estão sendo vacinados contra gripe, doença que cresce no outono, explicou um médico à rede Televisa. Como ocorreu em outras regiões do México, os migrantes recebem doações de roupas e alimentos.

"Viemos para apoiar os migrantes, sabemos que estão sofrendo no caminho, lhes oferecemos café", disse Pablo Cárdenas, um vizinho do albergue. Na Cidade do México, muitos migrantes aproveitaram para pedir a permissão de livre trânsito no território mexicano até a fronteira dos Estados Unidos.

Outros grupos de migrantes percorrem distintos trechos do território mexicano. Na madrugada desta segunda-feira, milhares de migrantes partiram de albergues em Puebla, 120 km da Cidade do México, a maioria a pé, mas também de carona em caminhonetes e caminhões.

Outros 2.000 estão em Chiapas, estado que faz fronteira com a Guatemala, enquanto um quatro grupo se desloca por Veracruz, um trecho de risco devido à forte presença do crime organizado.

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